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Por que o BTG Pactual não recomenda comprar Natura agora — ações NTCO3 estão entre as maiores quedas do Ibovespa

Fachada de loja da Natura (NTCO3) com propagandas de promoção do dia dos namorados

Fachada de loja da Natura (NTCO3) com propagandas de promoção do dia dos namorados

A Natura (NTCO3) implementou uma série de mudanças em seu modelo de negócios nos últimos anos, incluindo aquisições, como a da marca de luxo Aesop em 2013 e a da fabricante britânica de cosméticos The Body Shop em 2017, que foi seguida de um acordo para comprar a Avon em 2019. Todas essas transações ajudaram a empresa brasileira a se tornar um player mais global. 

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Esses movimentos aumentaram a alavancagem financeira da Natura e reduziram o ROIC (retorno sobre o capital investido). A companhia, no entanto, concluiu dois aumentos de capital em 2020 — R$ 2 bilhões em maio e R$ 6 bilhões em outubro —, fortalecendo sua posição de caixa e reduzindo a alavancagem financeira e a dívida denominada em dólares. 

Mas, após um período inicial de resultados animadores, a Natura andou tropeçando nos resultados dos últimos trimestres, com números abaixo do esperado na maioria de suas unidades de negócios. 

Ao mesmo tempo, a empresa ainda luta para retomar as vendas da bandeira Avon na América Latina, mas principalmente internacionalmente, e da The Body Shop.

Com todo esse pano de fundo, o BTG Pactual diz que não é a hora de comprar as ações NTCO3. O banco manteve nesta terça-feira (18) a recomendação neutra para os papéis e cortou o preço-alvo de R$ 18 para R$ 16 em 12 meses — o que representa um potencial de valorização de 43% com relação ao fechamento de segunda-feira (17).

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Por volta de 14h15, as ações da Natura operavam em queda de 5,18%, cotadas a R$ 10,63, figurando como a segunda maior queda do Ibovespa.

Os desafios que a Natura tem pela frente

No ano passado, o BTG rebaixou a Natura de compra para neutra — a recomendação atual. E, de lá para cá, vê alguns desafios para a empresa, entre eles: 

“Embora saudemos os esforços para simplificar a estrutura e melhorar o FCF [fluxo de caixa livre] em meio ao cenário adverso, o curto prazo deve continuar desafiador em termos de fundamentos, com margens pressionadas e top line fraco”, diz o BTG em relatório.  

A indústria brasileira de cosméticos

A indústria brasileira de cosméticos teve um desempenho regular nas últimas décadas, segundo o BTG. Mas o banco lembra que o setor não ficou imune às crises econômicas, incluindo a pandemia, embora tenha mostrado forte resiliência em comparação com outros segmentos de consumo e varejo. 

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O Brasil é o quarto maior mercado mundial de CF&T — como é conhecido o setor de cosméticos, fragrâncias e produtos de higiene — representando 5% do consumo global na indústria de perfumaria e respondendo por cerca de 45% do mercado latino-americano.

Entre 2012 e 2016, os especialistas em vendas diretas — Natura e Avon — perderam participação de mercado no segmento, já que muitos players brasileiros em rápido crescimento também aumentaram o foco no segmento. 

No entanto, nos últimos anos, a Natura voltou a crescer por meio de uma estratégia de segmentação das consultoras e melhora da produtividade. 

“De fato, os esforços da Natura em sua divisão local parecem ter valido a pena, com ganhos de participação de mercado — tornando-se a número 1 desde 2017”, diz o BTG.

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