Esta empresa chinesa destronou a Shein nos EUA e pode chegar ao Brasil ainda neste ano; conheça a próxima rival de Magazine Luiza, Via e Americanas
Um novo marketplace criado há menos de um ano já é a “bola da vez” nos Estados Unidos, de acordo com o banco Inter
Um aplicativo ainda desconhecido no Brasil tem provocado uma mudança nos rankings do downloads dos Estados Unidos. O Temu, marketplace chinês, destronou a Shein, o Instagram e até o mesmo o TikTok e assumiu a liderança entre os dispositivos móveis de norte-americanos, indica um relatório do Inter.
Segundo Breno Francis de Paula, responsável pelo setor de varejo no Inter Research, o app criado há menos de um ano "é a bola da vez" no país.
O analista explica que o Temu — cuja pronúncia correta é Timu — é uma plataforma online de descontos "agressivos" para uma "gama infindável de produtos" fabricados e despachados diretamente da China.
O marketplace foi lançado no segundo semestre do ano passado e "rapidamente" atingiu o topo de downloads com uma "campanha publicitária expressiva", incluindo influencers, mais de 8 mil anúncios nas plataformas da Meta e dois comerciais no Super Bowl.
"O app também utiliza um programa de recompensas, que estimula a recorrência do consumidor e o compartilhamento com amigos — dependendo do nível de engajamento do cliente é possível até conseguir produtos de graça" cita Francis de Paula.
Com isso, Shein, Amazon e outras varejistas já consolidadas ficaram para trás, como mostra um levantamento da Sensor Tower, consultoria de negócios digitais.
A Temu se autoproclama como um ecommerce da nova geração. A companhia compartilha informações sobre as compras dos clientes com os seus fornecedores, permitindo maior visibilidade de tendências e dos níveis de estoque. Nesse modelo também não há intermediários, ou seja, o fabricante despacha direto para o cliente, cortando os custos incrementais da cadeia tradicional.
Breno Francis de Paula, analista do Inter
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Quando a concorrente da Shein deve chegar ao Brasil?
A estratégia descrita não é novidade e já foi aplicada com sucesso por outra empresa chinesa, a Shein, no mundo e no Brasil. A gigante do varejo online, porém, deve ver a concorrente chegar às terras nacionais em breve.
Os executivos da Temu vieram ao Brasil no início deste ano e alguns deles ficaram por aqui para estrutura a operação. De acordo com o analista do Inter, a expectativa é que a empresa inicie as vendas no país até o final de 2023.
"A chegada de mais um ecommerce estrangeiro no país causa preocupação em relação ao desgaste estrutural do segmento. O varejo é um setor reconhecido por margens espremidas, e players internacionais com maior capacidade de investimento, melhor estrutura de capital e dispostos a subsidiar clientes não torna a vida das empresas brasileiras mais simples", argumenta Francis de Paula.
Ainda não é possível mensurar exatamente qual será o impacto do Temu no mercado brasileiro, mas, como é provável que a companhia replique o modelo implementado nos Estados Unidos, é possível estimar que haverá mais pressão para os nomes nacionais.
"É sabido que empresas estrangeiras oferecendo produtos a preços agressivamente baixos estimula a competição fazendo com que a concorrência precise igualar as ofertas. Essa guerra de margem pode afetar os salários e até a existência de alguns players", afirma o analista.
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