As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) disparam quase 7% após o balanço do 3T23, mas já é mesmo hora de voltar a comprar os papéis?
O Pão de Açúcar divulgou o balanço e mostrou crescimento de receita e vendas em meio a uma reestruturação financeira

Assim como outras empresas varejistas brasileiras, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) enfrentou uma série de dificuldades financeiras recentemente.
Porém, o balanço do terceiro trimestre da rede de supermercados — divulgado ontem (30) à noite — teve alguns pontos melhores do que o previsto por analistas e animaram investidores.
Por volta das 13h45, as ações do grupo tinham alta de quase 7%, a R$ 3,57, registrando a maior alta do Ibovespa.
No acumulado do ano, entretanto, os papéis ainda acumulam queda de quase 48%, enquanto o Pão de Açúcar tenta se reerguer fazendo uma reestruturação financeira.
Mas será que a recuperação já vista no terceiro trimestre veio para ficar e já é hora de voltar a comprar as ações da companhia?
Os analistas do BTG Pactual, Santander e Itaú BBA, por exemplo, reconheceram melhoras, mas ainda estão mantendo a recomendação neutra para as ações. Veja por quê.
Leia Também
Destaques do balanço do Pão de Açúcar
No balanço divulgado ontem, os analistas destacaram entre os pontos positivos a melhora na tendência do faturamento, impulsionada principalmente pelos supermercados com a bandeira Pão de Açúcar e pelas chamadas lojas de proximidade.
A receita líquida foi de R$ 4,7 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de quase 10% na comparação com o mesmo período do ano passado.
“A bandeira do Pão de Açúcar dirigiu o crescimento da receita líquida, com as SSS [vendas mesmas lojas] subindo 7,2% na comparação anual, ajudadas por maiores volumes devido à forte deflação em algumas categorias e maior participação de FLV [categoria frutas, legumes e verduras] no mix de vendas”, explicaram os analistas do BTG Pactual, em relatório.
Os analistas do Santander também destacaram que o trimestre representou uma continuidade de melhorias operacionais, com aumento das vendas em meio a um período de deflação dos preços de alimentos.
O banco ainda pontuou outros dois motivos que acredita que impulsionaram o crescimento das vendas:
- uma gestão eficaz do mix de produtos, especialmente nas bandeiras Pão de Açúcar e Mercado Extra, com crescente penetração de perecíveis;
- uma expansão bem executada (49 novas lojas de janeiro a setembro), principalmente em formatos de proximidade e maturação acelerada.
É a melhor empresa do Brasil’: ação já decolou 4.200% desde o ipo, é líder de mercado e está barata
Lucro do Pão de Açúcar foi impactado por eventos não recorrentes
Apesar da melhora vista nas vendas, os analistas do Santander acreditam que o resultado final do Pão de Açúcar foi um pouco nebuloso, com o lucro impactado por alguns acontecimentos não recorrentes.
Um desses acontecimentos foi a reversão de provisão de perdas da CNova, que teve impacto positivo de R$ 804 milhões, devido ao plano do Casino (controladora do GPA) de adquirir a participação do grupo na CNova.
Também houve uma receita financeira pontual de US$ 133 milhões relacionados a ajustes de créditos fiscais.
Segundo o banco, sem considerar esses dois eventos, o Pão de Açúcar teria registrado prejuízo líquido de R$ 128 milhões no terceiro trimestre.
“Apesar de uma perda líquida, notamos que a rentabilidade parece estar no caminho da recuperação e que o ciclo de conversão de caixa melhorou”, afirmaram os analistas.
Perspectivas para o Pão de Açúcar
Embora o balanço tenha sido mais positivo, analistas querem continuar vendo melhoras nas vendas, rentabilidade e, principalmente, uma redução do nível de endividamento do Pão de Açúcar para sentirem maior confiança na companhia.
A avaliação é que já era esperada uma melhora no terceiro trimestre e o processo de desalavancagem permanece no centro das atenções, mostrando uma melhora gradual.
A rede encerrou o terceiro trimestre com uma alavancagem financeira de 5,4 vezes a dívida líquida em relação ao EBITDA.
E a perspectiva é que esse nível de endividamento caia com o ingresso de R$ 790 milhões devido à venda da fatia do Pão de Açúcar na rede colombiana Éxito.
Além disso, o Pão de Açúcar já captou R$ 330 milhões por meio de contrato de venda e arrendamento abrangendo 11 lojas, R$ 247 milhões provenientes da venda de terreno na Barra da Tijuca, e R$ 52 milhões provenientes da venda de outros ativos não essenciais.
Se do lado da alavancagem as notícias são positivas, do lado das vendas e margens de lucro, o BTG acredita que “há menos espaço para a empresa expandir”.
Por isso, vê a companhia como uma opção mais arriscada do que outros varejistas de alimentos no universo de cobertura do banco, mantendo a classificação para as ações em neutra, mesmo após a grande venda do Éxito.
Na mesma linha, o Itaú BBA diz que, apesar de ver com bons olhos a melhoria sequencial, aguarda um impulso operacional sustentado e mais progresso na monetização de ativos do Pão de Açúcar.
A expectativa dos analistas do Itaú é que, além da venda do Éxito, ainda ocorram mais avanços na venda de ativos não essenciais, o que ajudaria na alavancagem.
Por isso, manteve a recomendação neutra para os papéis.
O Santander é outro que segue com recomendação neutra, embora tenha destacado que a rentabilidade parece estar no caminho certo.
Embraer (EMBR3) divulga dados de entrega no terceiro trimestre e ações reagem na bolsa
Em comunicado ao mercado, a fabricante de aeronaves brasileira informou que entregou 62 aviões entre julho e setembro, sendo 20 jatos comerciais, 41 executivos e uma aeronave de defesa
CVM manda a Marisa (AMAR3) refazer os balanços dos últimos 3 anos — e ações caem 4% na B3
CVM determinou que a varejista de moda refizesse as demonstrações financeiras anuais de 2022 a 2024 e os formulários trimestrais até 2025
A Ambipar (AMBP3) não vai parar de cair? Ações derretem quase 60% enquanto mercado tenta rastrear onde está o caixa da empresa
Enquanto tenta reestruturar as finanças em crise sem recorrer à recuperação judicial, a Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado
Minerva (BEEF3) sob a lupa de BTG, XP e BofA: analistas avaliam “janela de oportunidade” descrita pelo CEO, mas mantêm cautela
Bancos citam expansão em novos mercados e potencial de desalavancagem, mas alertam para riscos para o fluxo de caixa livre
Alívio para o BRB (BSLI4): com polêmica compra do Master fora do jogo, Moody’s retira alerta de rebaixamento
Com o sinal vermelho do BC para a aquisição de ativos do Master pelo BRB, a Moody’s confirmou as notas de crédito e estabeleceu uma perspectiva estável para o Banco de Brasília
SLC Agrícola (SLCE3) divulga novo guidance e projeta forte expansão na produção — mas BTG não vê gatilhos no horizonte de curto prazo
Apesar do guidance não ter animado os analistas, o banco ainda mantém a recomendação de compra para os papéis
Ações da Santos Brasil (STBP3) dão adeus para a bolsa brasileira nesta sexta-feira (3)
A despedida das ações acontece após a conclusão de compra pela francesa CMA Terminals
OpenAI, dona do ChatGPT, atinge valor de US$ 500 bilhões após venda de ações para empresas conhecidas; veja quais
Funcionários antigos e atuais da dona do ChatGPT venderam quase US$ 6,6 bilhões em ações
Mercado Livre (MELI34) é o e-commerce favorito dos brasileiros, segundo UBS BB; Shopee supera Amazon (AMZO34) e fica em segundo lugar
Reputação e segurança, custos de frete, preços, velocidade de entrega e variedade de produtos foram os critérios avaliados pelos entrevistados
‘Novo Ozempic’ chega ao Brasil graças a parceira entre farmacêuticas
Novo Nordisk e Eurofarma se unem para lançar no Brasil o Poviztra e o Extensior, versões injetáveis da semaglutida voltadas ao tratamento da obesidade
Ambipar (AMBP3) volta a desabar e chega a cair mais de 65%; entenda o que está por trás da queda
Desde segunda-feira (29), a ação já perdeu quase 60% no valor. Com isso, o papel, uma das grandes estrelas em 2024, quando disparou mais de 1.000%, voltou ao patamar de um ano atrás
Banco do Brasil alerta para golpes em meio a notícias sobre possível concurso
Comunicado oficial alerta candidatos, mas expectativa por novo concurso cresce — mesmo sem previsão confirmada pelo banco
De São Paulo a Wall Street: Aura Minerals (AURA33) anuncia programa de conversão de BDRs em ações na Nasdaq
Segundo a empresa, o programa faz parte da estratégia de consolidar e aumentar a negociação de suas ações na bolsa de Nova York
Oncoclínicas (ONCO3) traça planos para restaurar caixa e sair da crise financeira. Mercado vai dar novo voto de confiança?
Oncoclínicas divulgou prévias e projeções financeiras para os próximos anos. Veja o que esperar da rede de tratamentos oncológicos
Mais uma derrota para a Oi (OIBR3): Justiça nega encerrar Chapter 15 nos EUA. O que isso significa para a tele?
Para a juíza responsável pelo caso, o encerramento do processo “não maximizará necessariamente o valor nem facilitará o resgate da companhia”; entenda a situação
Oi (OIBR3) falha na tentativa de reverter intervenção na alta gestão, mas Justiça abre ‘brecha’ para transição
A decisão judicial confirma afastamento de diretores da empresa de telecomunicações, mas abre espaço para ajustes estratégico
Retorno da Petrobras (PETR3, PETR4) à distribuição é ‘volta a passado não glorioso’ e melhor saída é a privatização, defende Adriano Pires
Especialista no setor de energia que quase assumiu o comando da petroleira na gestão Bolsonaro critica demora para explorar a Margem Equatorial e as MPs editadas pelo governo para tentar atrair data centers ao país
Diretora revela os planos do Bradesco (BBDC4) para atingir 1 milhão de clientes de alta renda no Principal até 2026
Ao Seu Dinheiro, Daniela de Castro, diretora do Principal, detalhou os pilares da estratégia de crescimento do banco no segmento de alta renda
WEG (WEGE3) vive momento sombrio, com queda de 32% em 2025 e descrença de analistas; é hora de vender?
Valorização do real, tarifas de Trump e baixa demanda levam bancos a cortarem preços-alvos das ações da WEG
A Oi (OIBR3) vai falir? Decisão inédita no Brasil pôs a tele de cara com a falência, mas é bastante polêmica; a empresa recorreu
A decisão que afastou a diretoria da empresa e a colocou prestes a falir é inédita no Brasil e tem como base atualização na Lei das Falências; a Oi já recorreu