Além das Americanas (AMER3): empresas de Lemann e sócios da 3G têm histórico de problemas contábeis
Rombo encontrado nas Americanas (AMER3) colocou a gestão do famoso trio da 3G Capital sob análise mais uma vez

Os desdobramentos da revelação de um rombo de R$ 20 bilhões no balanço da Americanas (AMER3) levaram alguns dos credores da varejista a atribuírem práticas nada lisonjeiras àqueles que, até então, eram considerados uma referência no capitalismo brasileiro: os empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
O BTG Pactual, por exemplo, acusa o trio de investidores de referência da Americanas de se beneficiar há anos do que chama de fraude contábil na companhia.
Os três homens mais ricos do Brasil fizeram fortuna com um estilo de gestão baseado em cortes agressivos de custos e crescimento via aquisições nas empresas investidas.
- Não perca dinheiro em 2023: o Seu Dinheiro conversou com os principais especialistas do mercado financeiro e reuniu neste material as melhores oportunidades de investimentos em ações, BDRs, fundos imobiliários e muito mais. ACESSE AQUI GRATUITAMENTE
A frase “sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno”, de Lemann, se tornou desde então uma espécie de mantra da boa gestão corporativa. Mas essa imagem ficou arranhada após a revelação do rombo bilionário na varejista.
A Americanas foi uma das primeiras incursões dos bilionários rumo ao “sonho grande”. Eles compraram o controle da Americanas há 40 anos e só deixaram essa posição em 2021, após uma reestruturação societária que reduziu a participação de 53,3% para 29,2%.
Por tudo isso, a postura dos empresários nos dias que se seguiram ao escândalo contábil deixou os credores indignados. Entre os representantes dos bancos para os quais a Americanas deve, ficou a sensação de que Lemann, Telles e Sicupira queriam socializar o prejuízo.
Leia Também
Entre gestores no mercado financeiro — alguns deles, investidores de Americanas —, muitos compartilham da mesma opinião e vão mais longe: não apenas acreditam ser quase impossível que o trio não soubesse de nada como comentam também que outros envolvidos próximos deixaram a coisa toda acontecer, com o intuito de não mexer com gente importante no mercado.
Vale destacar que tudo são mais opiniões e impressões do que fatos concretos — pelo menos, por enquanto. Mas a crise na Americanas acabou despertando a atenção para outras empresas dos sócios que deram errado ou que também tiveram histórico de problemas contábeis.
VEJA TAMBÉM - É o fim da Americanas? Escândalo que revelou rombo de R$ 20 bilhões pode ser só o começo; entenda no vídeo
A quebra do Banco Garantia
Em 1998, Lemann, Telles e Sicupira viram-se obrigados a vender o Banco Garantia ao Credit Suisse First Boston.
A alta exposição a títulos da dívida externa deixou o banco de investimentos próximo da insolvência em meio às crises na Ásia e na Rússia entre 1997 e 1998. Não foi, portanto, um problema contábil, mas um erro estratégico.
O Garantia não chegou a quebrar, mas o trio nunca mais voltou a investir pesado no setor financeiro.
A republicação dos balanços da ALL
Em 2015, meses depois da conturbada aquisição da América Latina Logística (ALL) — que mais tarde originou a Rumo (RAIL3) —, a Cosan (CSAN3) foi obrigada a republicar os balanços de 2013 e 2014 da companhia.
A intenção era reparar inconsistências contábeis detectadas em diversas linhas dos relatórios financeiros que, em última instância, inflavam o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia.
Criada a partir da compra de ferrovias estatais, a ALL deslumbrou o mercado justamente por conta do crescimento rápido e da gestão tida como bem feita. Mas também foi alvo de uma debandada de executivos e diversas reclamações de clientes, que mais tarde tiveram mais um motivo de preocupação quando as inconsistências contábeis viraram notícia.
- Deu ‘ruim’ para Lemann? Americanas (AMER3) não foi a única empresa associada ao bilionário que sofreu um ‘baque’ nos últimos tempos. Descubra AQUI a outra ação brasileira que foi impactada (e como você pode tirar proveito disso para lucrar).
A multa paga à SEC pela Kraft Heinz
Em 2013, a 3G Capital investiu US$ 28 bilhões na aquisição da gigante Kraft Heinz, que dois anos depois recebeu ninguém mais, ninguém menos do que Warren Buffett como um de seus sócios. Assim surgiu a The Kraft Heinz Company, uma das maiores empresas do mundo no setor de alimentação.
Mas o que parecia que tinha tudo para dar certo sem mais tropeços também acendeu um alerta no mercado em 2019, quando a Securities and Exchange Commission (SEC) — reguladora do mercado de capitais nos Estados Unidos — acusou a empresa por erros contábeis.
Neste caso, as acusações envolviam especialmente a área de compras da empresa, acusada de manter contratos falsos com fornecedores e mascarar o custo que tinha com eles. Como aconteceu com a ALL, o resultado disso foi um Ebitda inflado e que não condizia com a realidade, o que obrigou a companhia a republicar seus balanços com as devidas correções e uma baixa contábil de US$ 15,4 bilhões.
Em 2021, foi acertado um acordo de US$ 62 milhões entre a Kraft Heinz e a SEC. Desde então, o trio vem reduzindo sua participação na empresa com a venda de ações.
Durante a tumultuada teleconferência com o mercado realizada na quinta-feira (12), o próprio Sérgio Rial relembrou um pouco o histórico da 3G Capital para defender os executivos enquanto buscava explicar o caso Americanas.
“As vozes mais negativas dirão: ah, já não foi bom na ALL, ou ‘não teve um problema na Heinz?’ Mas esse grupo nunca deixou de reportar problemas quando encontram, são capitalistas puro sangue, aos quais tenho muito orgulho de ter me associado”, afirmou.
A Ambev (ABEV3) pode ser afetada?
Diante de todo o escândalo envolvendo a Americanas (AMER3), a Ambev (ABEV3) também foi contaminada e já cai 4,54% neste mês — considerando o fechamento de terça-feira (17).
Neste caso, o grande temor do mercado é que o trio formado por Telles, Lemann e Sicupira — que também controlam a fabricante de cervejas — seja obrigado a vender parte de suas ações para conter o estrago feito na Americanas.
Com isso, alguns bancos e casas de análise devem rever sua recomendação para o ativo — lembrando que o momento da companhia não é dos melhores, e o caso da Americanas apenas piorou o cenário.
Outro comentário que também corre no mercado diz respeito à falta de confiança generalizada que se abateu sobre os investidores.
Olhos na Americanas (AMER3)
O rombo de R$ 20 bilhões na Americanas, portanto, parece ser o novo episódio de uma série de problemas que o trio já enfrentou em outras ocasiões. Mas o caso da varejista tende a ser aquele que entrará para a história do mercado brasileiro de capitais.
Até agora, sobram mais dúvidas do que respostas — incluindo como seria uma possível recuperação judicial da empresa e qual o montante necessário para a eventual capitalização da Americanas.
E quando falamos em valores é que o humor do mercado azeda de vez. Ontem, a companhia deu o calote no pagamento de juros de uma emissão de debêntures após uma decisão da Justiça que suspende suas cobranças por 30 dias.
Isso acontece para blindar a Americanas contra possíveis bloqueios ou penhoras de bens e adia o pagamento das dívidas, que, de acordo com o pedido feito à Justiça do Rio de Janeiro, chegam a R$ 40 bilhões.
Na tentativa de evitar um calote bilionário, o BTG Pactual também trava uma batalha judicial desde o anúncio do rombo, na última quarta-feira (11), mas até agora os pedidos do banco foram negados pela Justiça.
O Bank of America e o BV engrossam a lista de bancos que buscam proteção judicial.
Um relatório do Citi revela que os bancos mais expostos à dívida da varejista são justamente BTG, Bradesco e Santander Brasil.
O Citi calcula que a exposição do BTG à Americanas seja de R$ 1,9 bilhão, ou seja, 1,5% dos empréstimos da carteira. Já o Bradesco tem 0,5% dos seus empréstimos comprometidos com a varejista, um total de R$ 4,7 bilhões. Por fim, o Santander tem R$ 3,7 bilhões, que representam 0,6% da carteira de empréstimos.
BNDES corta participação na JBS (JBSS3) antes de votação crucial sobre dupla listagem nos EUA — e mais vendas podem estar a caminho
A BNDESPar reduziu a participação no frigorífico para 18,18% do total de papéis JBSS3 e agência alerta que a venda de ações pode continuar
Nubank (ROXO34) anuncia saída de Youssef Lahrech da presidência e David Vélez deve ficar cada vez mais em cima da operação
Lahrech deixa as posições após cerca de cinco anos na diretoria da fintech. Com a saída, quem assumirá essas funções daqui para frente será o fundador e CEO do Nu
A vida aos 85 e como ter uma carteira de dividendos com “renda eterna”
Como construir uma carteira de ações focada em dividendos para garantir segurança financeira e viver sem sobressaltos
Brasil está barato e eleições de 2026 podem ser gatilho para ações, diz Morgan Stanley; veja papéis recomendados
O banco destaca que há uma mudança na relação risco-retorno, com maior probabilidade para o cenário otimista do que para o pessimista
Méliuz avalia listagem nos EUA para ampliar acesso a investidores estrangeiros; entenda os próximos passos da empresa
Objetivo é aumentar a visibilidade das ações e abrir espaço para eventuais operações financeiras nos EUA, segundo a empresa
Ibovespa (IBOV) encerra o pregão com novo recorde, rompendo a barreira dos 140 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,67
O principal índice de ações da B3 tem mais um dia de pontuação inédita, com EUA em baixa no mercado internacional e boas notícias locais
Méliuz (CASH3) lidera as maiores quedas da bolsa após considerar nova captação para investir em bitcoin (BTC); entenda
Queda acontece após Méliuz aprovar a mudança no estatuto social para passar a adotar a criptomoeda como principal ativo de investimento da sua tesouraria
BTG corta preço-alvo da Petrobras (PETR4) em R$ 14 e mira nova petroleira; veja motivos e oportunidades
Queda no preço do petróleo pressiona Petrobras, mas analistas ainda enxergam potencial de valorização
Onde investir na bolsa em meio ao sobe e desce do dólar? XP revela duas carteiras de ações para lucrar com a volatilidade do câmbio
Confira as ações recomendadas pelos analistas para surfar as oscilações do dólar e proteger sua carteira em meio ao sobe e desce da moeda
Ação da Smart Fit (SMFT3) pode ficar ainda mais “bombada”: BTG eleva preço-alvo dos papéis e revela o que está por trás do otimismo
Os analistas mantiveram recomendação de compra e elevaram o preço-alvo de R$ 27,00 para R$ 28,00 para os próximos 12 meses
Entre a frustração com o Banco do Brasil (BBAS3) e a surpresa com o Bradesco (BBDC4): quem brilhou e decepcionou nos resultados dos bancos do 1T25?
Depois dos resultados dos grandes bancos, chegou a hora de saber: o que os analistas estão recomendando para a carteira de ações?
Felipe Miranda: A bifurcação de 2026
Há uma clara bifurcação em 2026, independentemente de quem for eleito. Se fizermos o ajuste fiscal, então será o cenário bom. E se não fizermos o ajuste nos gastos, o Brasil quebra
Méliuz (CASH3) avalia captar recursos via dívida e oferta de ações de R$ 150 milhões para investir em bitcoin (BTC)
Companhia aprovou, na semana passada, mudança no estatuto social para passar a adotar a criptomoeda como principal ativo de investimento da sua tesouraria
JP Morgan aumenta a aposta em ações de mercados emergentes com trégua tarifária entre EUA e China; veja quais países foram escolhidos pelo banco
Embora a melhora na relação entre EUA e China não signifique o fim da briga, o pior já ficou para trás, segundo o JP Morgan
Morgan Stanley vê rebaixamento do rating dos EUA como oportunidade para investir na bolsa americana; confira as ações recomendadas
Recomendação acontece após as bolsas de Nova York recuperarem o fôlego após trégua nas tarifas entre EUA e China, reduzindo de 145% para 30%
Dupla listagem da JBS (JBSS3): consultoria recomenda que acionistas votem contra a mudança; votação à distância termina hoje (19)
Em carta aos acionistas, frigorífico critica recomendação da ISS e defende reestruturação da companhia
Mobly (MBLY3) vai “sumir” da B3: ação trocará de nome e ticker na bolsa brasileira ainda neste mês
Com a decisão da Justiça de revogar a suspensão de determinadas decisões tomadas em AGE, companhia ganha sinal verde para seguir com sua reestruturação
Vai declarar ações ou fundos imobiliários no imposto de renda 2025? Saiba como obter o CNPJ de todas as empresas e FIIs da B3
Informar no imposto de renda o CNPJ da empresa emissora da ação ou do fundo emissor da cota é obrigatório
BDR ou compra direta de ações no exterior: qual a melhor forma de investir em empresas listadas em bolsas gringas?
Recibos de ações estrangeiras facilitam o acesso da pessoa física a esses ativos, mas podem não ser o melhor caminho a seguir, no fim das contas; entenda por quê
Entidade lança iniciativa para defender interesses de acionistas minoritários
Por meio do Clube de Investidores, Instituto Empresa promete preservar direitos de minoritários com representação ativa em assembleias de companhias e fundos