Lula ganha apoio inesperado de tubarões do mercado sobre mudança na meta de inflação
Rogério Xavier, da SPX, Luis Stuhlberger, da Verde, e André Jakurski, da JGP, entoaram críticas ao Banco Central e à meta de inflação

O presidente Lula ganhou um apoio inesperado de três dos principais representantes do mercado financeiro na intenção de alterar a meta de inflação. Os gestores Rogério Xavier, da SPX, Luis Stuhlberger, da Verde, e André Jakurski, da JGP, entoaram críticas ao Banco Central e à meta estabelecida anos atrás e ainda provocaram seus pares que defendem a meta como dogma.
Durante o CEO Conference 2023, evento promovido pelo BTG Pactual, o mais vocal na defesa de uma revisão da meta no painel mediado por André Esteves foi o gestor da SPX. Xavier, inclusive, não economizou críticas ao Banco Central e disse que quando a Selic foi colocada no patamar de 2%, nos primeiros meses da pandemia, foi uma "barbeiragem sem tamanho".
"E os mesmos analistas que ficam falando hoje que não dá para mudar a meta porque vai desancorar expectativas eram os mesmos que queriam os juros a zero", afirmou Xavier. O gestor foi claro ao dizer que o cenário que se tinha em 2020, quando foram estabelecidas as metas de inflação para este ano, não se realizou.
"Se a gente tem uma reunião a cada ano no mês de junho para reavaliar as metas de inflação, por que é um dogma tão grande de corrigir?", questionou.
A crítica à meta de inflação não necessariamente significa que os gestores tenham se alinhado à corrente heterodoxa ou mesmo ao governo.
Um momento de tensão inclusive se deu quando Xavier disse que o mercado está demonstrando preocupação com as metas de inflação porque falta coragem em dizer ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não acredita no pacote fiscal que ele propôs.
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'Meta irrealista'
O gestor da SPX dominou a rodada do painel ao ponto do tempo se encerrar, impedindo que os outros participantes desenvolvessem melhor suas opiniões. O que restou a Jakurski e Stuhlberger foi engrossar o coro e pedir reavaliações na meta de inflação.
"Acho que a discussão da meta é cabível, não é o fim do mundo. Buscar uma meta irrealista não é uma coisa boa para o Brasil no atual momento", disse Stuhlberger.
O gestor da Verde ainda aproveitou para criticar o governo anterior e disse que nos últimos dois anos houve uma involução que mostra que políticas que servem a um determinado candidato no curto prazo não serão boas para o Brasil no longo prazo.
"Por exemplo, a diminuição na gasolina e no diesel gerou R$ 60 bilhões anualizado. Como é que você volta depois? Você sobe o Auxílio Brasil de R$ 190 para R$ 600 em dois anos. Depois como lida com isso pra voltar? Quando o presidente quer, abaixa impostos e aumenta gastos. O contrário não é verdadeiro", afirmou Stuhlberger.
Jakurski, por sua vez, encerrou sua participação com uma crítica ao governo atual de priorizar a reforma tributária, quando, na sua visão, o novo arcabouço fiscal deveria ser o foco.
"[A reforma tributária] não vai ter efeito fiscal e não por que está se dando prioridade a isso. O medo é que [a meta fiscal] tenha válvula de escape e não tenha regra de crescimento de despesa. Deveria atacar esse tema primeiro e deixar a PEC 45 para o ano que vem", destacou Jakurski.
E, por fim, o gestor da JGP foi categórico: "Acho que esse juro real no Brasil é impressionantemente alto e que o Brasil não vai dar certo com esse juro e ponto final".
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