Casa em reconstrução? Haddad vê tragédia na economia e promete nova âncora fiscal ainda no primeiro semestre
Comentários foram feitos no discurso proferido por Haddad para marcar a transmissão do cargo para o novo ministro da Fazenda

O ex-prefeito paulistano Fernando Haddad assumiu nesta segunda-feira o cargo de ministro da Fazenda com um duro discurso contra o governo Jair Bolsonaro.
De acordo com ele, a expressão "arrumar a casa" tornou-se uma metáfora comum nos discursos dos que iniciam um novo governo, mas o novo governo está mais próximo de ter que "reconstruir uma casa do que simplesmente arrumá-la".
Segundo Haddad, o custo de "medidas eleitoreiras" adotados por Bolsonaro em 2022 é de 3% do PIB, com gastos em aumento irresponsável de dispêndios e em renúncia fiscal.
"Estamos falando, portanto, de um rombo de cerca de 300 bilhões de reais, provocado pela insanidade", disse ele.
Irresponsabilidade deliberada?
Haddad afirmou que os atos na política econômica adotado pelo governo Bolsonaro em 2022 figuram entre os golpes mais duros por ele desferidos contra o povo brasileiro.
"Não apenas contrariaram o bom senso e a recomendação de técnicos da economia: foram deliberadamente irresponsáveis para tentar evitar o inevitável, a derrota desse projeto autoritário."
Leia Também
O novo ministro afirmou que, com objetivo exclusivamente eleitoreiro, o governo Bolsonaro acabou com os filtros de seleção de beneficiários dos programas de transferência de renda, o que comprometeu a austeridade desses programas.
"Recentemente, aliás, confessaram o ato, nos pedindo a retirada de dois milhões e meio de pessoas que eles incluíram indevidamente no cadastro do Bolsa Família", destacou.
Haddad disse ainda que a administração anterior distribuiu benesses e desonerações fiscais para empresas, "desobedecendo qualquer critério que não fosse ganhar a eleição a todo custo".
Últimas medidas de Bolsonaro deixariam prejuízo de R$ 10 bilhões, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as medidas editadas por Jair Bolsonaro (PL) no último dia útil de seu governo geram prejuízo de R$ 10 bilhões ao cofres públicos.
Uma das medidas editadas no dia 30 foi a redução de PIS/Cofins sobre as receitas financeiras de empresas que adotam o regime não cumulativo, com custo de R$ 5,8 bilhões.
Além disso, houve a prorrogação de incentivos a semicondutores, entre outros decretos, já revogados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo, seu primeiro dia de mandato.
"Medidas do governo Bolsonaro no dia 30 de dezembro são prejuízo de R$ 10 bi ao novo governo", disse ele.
A nova âncora fiscal
O novo ministro da Fazenda também se comprometeu a enviar ao Congresso Nacional ainda no primeiro semestre a proposta de um novo arcabouço fiscal.
Esta foi a primeira vez que Haddad tratou desse compromisso já à frente do Ministério. Ele destacou que não gosta de trabalhar com remendos e que vai apresentar medidas logo.
"Estado forte, não é Estado grande ou obeso", disse ele, durante cerimônia de transmissão de cargo para assumir o Ministério da Fazenda no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Haddad e a política econômica
Haddad disse que não existe política fiscal ou monetária de forma isolada. "O que existe é política econômica, que precisa estar harmonizada ou o Brasil não se recuperará da tragédia do governo Bolsonaro", afirmou, ressaltando que sua gestão perseguirá essa harmonização.
O ministro afirmou que o diálogo é o melhor caminho para encontrar um denominador comum entre os anseios da população e do mercado.
Haddad traçou um paralelo com sua gestão no Ministério da Educação, entre 2005 e 2012. Segundo ele, o presidente Lula o convidou pedindo "a maior transformação na educação brasileira", com a inclusão de classes baixas nas universidades.
"Essa missão só foi cumprida porque houve diálogo com a sociedade. Houve parcerias estabelecidas: o setor privado e o governo federal caminharam juntos e a maior inclusão universitária de nossa História se realizou", comentou.
De acordo com ele, o Brasil vive um momento muito difícil, e precisa de comandantes que tenham senso de direção.
Resultado primário
O ministro da Fazenda também passou um recado importante para o mercado financeiro na área fiscal.
"Não aceitaremos um resultado primário que não seja melhor do que os absurdos R$ 220 bilhões de déficit previstos no Orçamento para 2023", garantiu.
Segundo o ministro, um de seus principais trabalhos será o de melhorar o cenário econômico do País com resultados que sejam efetivamente sentidos já em 2023.
"O povo brasileiro, que acompanhou a fase de transição de governo, entende bem do que estamos falando. E sabe que esses e outros erros do governo - que, graças a Deus, se encerrou - precisam ser corrigidos", afirmou. "Portanto, é o que faremos com urgência nesse primeiro ano."
Combate à inflação
Haddad comentou também que, além de trabalhar com toda ênfase na recuperação das contas públicas, é preciso combater a inflação.
"É preciso fazer o Brasil voltar a crescer com sustentabilidade e responsabilidade. Mas, principalmente, com prioridade social", afirmou, citando geração de empregos, oportunidade, renda, salários dignos, comida na mesa e preços mais justos.
"Essa é a síntese da missão que recebi do nosso presidente Lula. E, podem ter certeza, eu e a minha equipe não mediremos esforços e daremos o melhor de nós para cumpri-la."
*Com informações do Estadão Conteúdo.
“O Brasil está desandando, mas a culpa não é só do Lula”. Gestores veem sede de gastos no Congresso e defendem Haddad
Gestores não responsabilizam apenas o governo petista pelo atual nível da pública e pelo cenário fiscal do país — mas querem Lula fora em 2026 mesmo assim
Caixa começa a pagar Bolsa Família de agosto; confira o calendário
Cerca de 19,2 milhões de famílias receberão o benefício em agosto; valor mínimo é de R$ 600, com adicionais que podem elevar a renda mensal
Um colchão mais duro para os bancos e o que esperar para os mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam negociações sobre um possível fim da guerra na Ucrânia; no local, Boletim Focus, IGP-10 e IBC-Br
Agenda econômica: reta final da temporada de balanços, Jackson Hole e Fed nos holofotes; confira os principais eventos da semana
XP fecha a temporada de balanços enquanto dados-chave no Brasil, Fed, China e Europa mantém agenda da semana movimentada
Lotofácil 3472 pode pagar quase R$ 2 milhões hoje; Quina, Lotomania e Dupla Sena oferecem prêmios maiores
Lotofácil e Quina têm sorteios diários; Lotomania, Dupla Sena e Super Sete correm às segundas, quartas e sextas-feiras
O colchão da discórdia: por que o CEO do Bradesco (BBDC4) e até a Febraban questionam os planos do Banco Central de mudar o ACCP
Uma mudança na taxa neutra do ACCP exigiria mais capital dos bancos e, por consequência, afetaria a rentabilidade das instituições. Entenda o que está na mesa do BC hoje
Reformas, mudanças estruturais e demográficas podem explicar resiliência do emprego
Mercado de trabalho brasileiro mantém força mesmo com juros altos e impacto de programas sociais, apontam economistas e autoridades
Carteira dos super-ricos, derrocada do Banco do Brasil (BBAS3) e o sonho sem valor dos Jetsons: confira as notícias mais lidas da semana
A nostalgia bombou na última semana, mas o balanço financeiro do Banco do Brasil não passou despercebido
Quanto vale um arranha-céu? Empresas estão de olho em autorizações para prédios mais altos na Faria Lima
Incorporadoras e investidores têm muito apetite pelo aval Cepac, com o intuito de concretizar empreendimentos em terrenos que já foram adquiridos na região
Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais: confira o line-up, os horários e tudo o que você precisa saber sobre o Farraial 2025
A 8° edição do Farraial ocorre neste sábado (16) na Arena Anhembi com Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais
Brics acelera criação do ‘Pix Global’ e preocupa Trump; entenda o Brics Pay e o impacto no dólar
Sistema de liquidação financeira entre países do bloco não cria moeda única, mas pode reduzir a dependência do dólar — e isso já incomoda os EUA
Mega-Sena 2901 acumula em R$ 55 milhões; Quina 6800 premia bolão; e Lotofácil 3469 faz novo milionário — veja os resultados
Bolão da Quina rende mais de R$ 733 mil para cada participante; Mega-Sena acumula e Lotofácil premia aposta de Curitiba.
Governo busca saída para dar mais flexibilidade ao seguro e crédito à exportação, diz Fazenda
As medidas fazem parte das estratégias para garantir o cumprimento das metas fiscais frente às tarifas de 50% de Donald Trump
“Brasil voa se tiver um juro nominal na casa de 7%”, diz Mansueto Almeida — mas o caminho para chegar lá depende do próximo governo
Inflação em queda, dólar mais fraco e reformas estruturais dão fôlego, mas juros ainda travam o crescimento — e a queda consistente só virá com ajuste fiscal firme
As armas de Lula contra Trump: governo revela os detalhes do plano de contingência para conter o tarifaço
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (13) a medida provisória que institui o chamado Programa Brasil Soberano; a MP precisa passar pela Câmara e pelo Senado
Lotofácil 3467 tem 17 ganhadores, mas só dois ficam milionários; Mega-Sena 2900 acumula
A sorte bateu forte na Lotofácil 3467: três apostas cravaram as 15 dezenas, mas só duas delas darão acesso ao prêmio integral
Plano de contingência está definido: Lula anuncia hoje pacote de R$ 30 bilhões para empresas atingidas pelo tarifaço; confira o que se sabe até agora
De acordo com Lula, o plano de contingência ao tarifaço de Trump dará prioridade às menores companhias e a alimentos perecíveis
Preço do café cai pela primeira vez depois de 18 meses — mas continua nas alturas
Nos 18 meses anteriores, a alta chegou a 99,46%, ou seja, o produto praticamente dobrou de preço
O Ibovespa depois do tarifaço de Trump: a bolsa vai voltar a brilhar?
No podcast desta semana, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, analisa o cenário da bolsa brasileira e aponta os principais gatilhos que podem levar o Ibovespa a testar novas máximas ainda em 2025
Lula ligou para Xi Jinping em meio ao tarifaço de Trump. Saiba o que rolou na ligação com o presidente da China
Após o aumento da alíquota imposta aos produtos brasileiros pelo republicano, o petista aposta na abertura de novos mercados