O banco de investimentos Silvergate já andava mal no início do ano após um corte de 200 funcionários — aproximadamente 40% do total da empresa. As ações caíram mais de 30% em janeiro, com os reflexos da falência da FTX afetando os negócios e o sentimento dos investidores.
Agora um novo golpe veio com a publicação do resultado do último trimestre de 2022. O banco reportou uma retirada de US$ 1 bilhão em recursos dos clientes, em especial após o anúncio de que o Silvergate teria uma grande exposição à corretora falida.
Além disso, as apostas em empresas e ativos digitais também não foram tão lucrativas em 2022, o que também reduziu os depósitos dos clientes. Foram cerca de US$ 7,3 bilhões no último trimestre do ano passado contra US$ 12 bilhões no período imediatamente anterior.
Apesar disso, o CEO do banco, Alan Lane, pontuou que ainda acredita nos ativos digitais. “Continuamos comprometidos em manter a liquidez do balanço e uma posição de capital resiliente”, disse ele.
Silvergate lidando com vários demônios ao mesmo tempo
Segundo reportagem do começo do mês no The Wall Street Journal, os saques dos clientes somaram US$ 8,1 bilhões nos últimos três meses de 2022.
Para honrar as dívidas com os usuários, o banco precisou liquidar alguns de seus investimentos — e as perdas com a operação foram da ordem de US$ 718 milhões, excedendo em muito os lucros totais do banco desde 2013.
Com todo esse turbilhão de informações, a agência de avaliação de risco Moody's rebaixou a avaliação de risco da empresa de Baa2 para Ba1. Em outras palavras, o Silvergate foi de “uma nota abaixo da média” para “porcaria”, em tradução livre.
A agência ainda conclui que a perspectiva dos negócios do banco ainda é negativa.