O mercado acompanha os desdobramentos da quebra da FTX, que chegou a ser uma das maiores corretoras de criptomoedas (exchanges) do planeta. A nova vítima da falência é o Silvergate, um banco de investimentos em criptomoedas estadunidense.
Segundo reportagem do The Wall Street Journal, os saques dos clientes somaram US$ 8,1 bilhões nos últimos três meses de 2022. Para honrar as dívidas, o banco precisou liquidar alguns de seus investimentos — as perdas com a operação foram da ordem de US$ 718 milhões, excedendo em muito os lucros totais do banco desde 2013.
O choque do mercado não poderia culminar em outro destino: os papéis do Silvergate derreteram mais de 40% ao longo do dia.
A relação da FTX com o Silvergate
O banco fundado em 1988 entrou de cabeça no universo digital nos últimos anos. O Silvergate vendeu parte das suas operações tradicionais e passou a focar no oferecimento de criptomoedas aos clientes.
Os depósitos em ativos digitais representam mais de 90% do total que o banco recebe. E a FTX, juntamente com outras empresas do mesmo grupo liderado por Sam Bankman-Fried, o SBF, eram responsáveis por cerca de US$ 1 bilhão desse montante.
O Silvergate conseguiu segurar os problemas com a piora do mercado em 2022, mas o colapso da FTX abalou as contas do banco — até onde se sabe, não corre riscos de ir à falência.
Seja como for, os dados do Silvergate do último trimestre de 2022 devem ser publicados nos próximos meses. Os investidores devem avaliar se o banco ainda é um bom investimento a partir dos números.
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Caça à carcaça da FTX
Enquanto isso, a Justiça dos Estados Unidos tenta a todo custo reaver os fundos dos clientes lesados pela falência repentina da corretora.
Uma das alternativas do tribunal de Nova York seria confiscar cerca de US$ 93 milhões em contas da FTX abertas no Silvergate. No entanto, existem outros ativos mais valiosos que podem ajudar a fazer os clientes recuperarem seus investimentos — é o que as autoridades das Bahamas têm feito.
Mas as autoridades americanas encontraram um desafio pela frente. Isso porque a BlockFi, plataforma de negociação e staking de criptomoedas, entrou na Justiça para receber o equivalente a US$ 453,6 milhões em ações da empresa de serviços financeiros Robinhood.
Acontece que a BlockFi investia na FTX e foi uma das plataformas afetadas pelo colapso da corretora. Membros do alto escalão da empresa afirmam que a falência da exchange foi um dos gatilhos que levaram a BlockFi a entrar com pedido de recuperação judicial. Assim, as duas empresas estão em disputa e tentando reorganizar os negócios após entrarem com pedido de chapter 11.
*Com informações do The Wall Street Journal