Site icon Seu Dinheiro

Adeus, dólar! (parte2): Rússia fortalece yuan digital da China e cria sistema de pagamentos internacionais que abre espaço para uso de criptomoedas

China e Rússia se unem para derrubar o dólar americano com yuan digital e pagamentos internacionais virtuais(1)

O dólar deve perder a majestade — ou, ao menos, é isso que os países dos BRICS têm sinalizado para os Estados Unidos. Hoje foi a vez da Rússia anunciar que está desenvolvendo um sistema de pagamentos internacionais próprio focado em moedas digitais. Essa matéria faz parte de uma sequência especial sobre criptomoedas do grupo e você pode ler a primeira parte aqui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O anúncio foi feito por Anton Siluanov, ministro de Finanças da Rússia. Ele ainda afirmou que “as moedas digitais podem ser usadas em pagamentos transfronteiriços” e que o sistema utilizado por elas permite a criação de toda uma infraestrutura para o oferecimento de uma economia digitalizada. 

Atualmente, as remessas internacionais são feitas pelo sistema Swift, do qual a Rússia está excluída desde o começo da guerra com a Ucrânia. O cerco de sanções e a dificuldade de pagar e receber de outros países obrigaram a nação do presidente Vladimir Putin a buscar alternativas. 

E continua: “esta é apenas a fase inicial das discussões, mas o futuro está no uso do rublo digital, do yuan digital e de outras moedas semelhantes”.

Adeus dólar, olá yuan digital

As sanções do Ocidente contra a Rússia aproximaram o país da China, que se tornou o principal parceiro comercial durante a guerra com a Ucrânia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ainda segundo o ministro das finanças russo, cerca de 70% das negociações entre os dois países acontecem em yuan. A nova tecnologia de pagamentos de Moscou foi anunciada um dia após a China também anunciar a expansão do e-CNY, popularmente conhecido como yuan digital, a criptomoeda oficial do país.

“Desdolarização” de países emergentes

A Rússia não é o único país que quer se afastar do dólar americano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a necessidade de uma moeda comum para trocas comerciais dos Brics, grupo de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (o “S” vem de South Africa).

Vale ressaltar, entretanto, que os países não desejam uma moeda comum, apenas um meio de realizar transações sem a necessidade do dólar.

Quase todos os países do bloco desenvolvem suas próprias versões de moedas digitais ou Central Bank Digital Currencies (CBDCs). Os projetos mais avançados até o momento são o yuan digital e o real digital (RD)

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

VEJA TAMBÉM - Estou afundado em dívidas e tive que fugir do país para me safar. Meus credores podem me perseguir?

Alternativas às CBDCs

Durante seu discurso, o ministro Siluanov falou de modo abrangente sobre “moedas virtuais” e citou textualmente o e-CNY. Entretanto, as falas do chefe da pasta dão margem para interpretações e especulações.

Uma delas diz respeito ao uso de bitcoin (BTC) para pagamentos internacionais. A Rússia se tornou o segundo maior minerador de bitcoin do planeta, perdendo apenas para os Estados Unidos.

O desenvolvimento do rublo digital para a Rússia chegou a gerar atrito entre o Banco Central do país e o presidente russo, que chegou a sondar o pagamento de petróleo com a criptomoeda.

O desenvolvimento de tecnologias voltadas para o universo digital e a possibilidade de transações com diversas moedas virtuais — CBDCs e descentralizadas — coloca o dólar para escanteio. Nesse cenário, a moeda norte-americana pode perder a coroa de ouro em um futuro próximo.

Exit mobile version