O que rende mais: dividendos ou a conta do Nubank que paga 1% ao mês?
Nos últimos 12 meses a conta Nubank conseguiu um retorno de 13%, e com risco muito menor do que as ações que pagam dividendos. Mas a mamata vai acabar com a queda da Selic

Você, que deixa o seu dinheiro guardado na conta Nubank, deve estar rindo à toa com o rendimento de 1% todos os meses, não é mesmo?
É por isso que eu compreendo a pergunta que um assinante da Empiricus nos mandou nesta semana: “Qual rende mais: as vacas leiteiras ou a NuConta?” Vacas leiteiras é a série da casa com ações de empresas boas pagadoras de dividendos.
Investir em ações? Pra quê, se nos últimos 12 meses ele conseguiu um retorno de 13% sem risco algum, apenas deixando o dinheiro parado na conta do "roxinho"?
PETROBRAS (PETR4): DIVIDENDOS 'GORDOS' COMPENSAM O RISCO POLÍTICO DA PETROLEIRA? ANALISTA RESPONDE
A mamata da conta do Nubank vai acabar
Mas existe um grande problema para esses investidores: a mamata de 1% ao mês com baixo risco vai acabar em breve.
Na última quarta-feira (20), o Banco Central cortou a taxa Selic para 12,75% ao ano e indicou novos cortes de pelo menos 0,5 ponto porcentual nas próximas reuniões.
O Relatório Focus, que mede as expectativas dos economistas para os próximos quatro anos, já aponta uma Selic de apenas 9% no final de 2024.
Leia Também
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
A pequena notável que nos conecta, e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (10)
O que você tem a ver com isso? A taxa Selic serve como referência para o rendimento da Conta do Nubank, e também para os vários Fundos DI espalhados por aí. Isso quer dizer que se a Selic continuar caindo, o rendimento desses investimentos lastreados em CDI também serão reduzidos.
Sim, o rendimento hoje ainda é bastante interessante, o que faz muita gente ficar longe da renda variável. Mas não vai demorar muito para que esse rendimento caia cerca de 30%, se a inflação continuar comportada.
- LEIA TAMBÉM: Você venderia a sua galinha de ovos de ouro? Por que as melhores empresas nem sempre estão na bolsa
Alteração: sai conta do Nubank, entra bolsa
É por isso que nesses momentos de redução de juros tende a acontecer uma migração bastante intensa de investidores para a renda variável.
A última vez que entramos em um ciclo de corte de juros foi no fim de 2016:
Quem recebia mais de 1% ao mês sem risco, começou a ver os rendimentos mensais desabarem e migrou boa parte dos seus investimentos para ações em busca de retornos melhores.
Isso fez a bolsa receber uma enxurrada de dinheiro que antes estava parada em renda fixa, o que ajudou as ações a apresentarem um retorno muito melhor que os investimentos baseados na taxa Selic nos anos seguintes.
Não espere a Selic cair para 9%
Eu não estou dizendo isso para te assustar. E também não estou sugerindo que você pegue todo o seu dinheiro investido na conta do Nubank ou em qualquer fundo DI para colocar em ações. Afinal de contas, um retorno de 9% ao ano, sem risco algum, não é de se jogar fora.
Mas é importante ter em mente que o rendimento desses investimentos vai cair e, ao mesmo tempo, a queda da Selic começará a deixar mais atrativo o investimento em ações.
Voltando à pergunta do nosso assinante:
A resposta seria mais ou menos essa: "Caro assinante, em 2023 o Vitreo Dividendos (que replica a série Vacas Leiteiras) está batendo a Selic por uma pequena margem. Mas as condições devem começar a ficar menos favoráveis para a conta do roxinho, e bem mais favoráveis para as ações daqui para frente".
Por esse motivo, se você ainda tem quase todo o seu patrimônio investido em renda fixa, é bom começar a migrar pelo menos uma parte dele para a renda variável. Ter algo em torno de 15% ou 20% do seu patrimônio investido em ações ou fundos de ações já está de bom tamanho.
Se você é do tipo conservador, prefira as empresas pagadoras de dividendos, com geração de caixa estável e múltiplos atrativos. Exatamente o que buscamos na série Vacas Leiteiras, aliás.
Essas empresas conseguem atravessar períodos difíceis sem grandes sustos. Não à toa elas performaram bem em 2023 mesmo com a Selic elevada e um turbilhão de notícias ruins no ano. Se quiser conhecer a lista completa, deixo aqui o convite.
E lembre-se: esperar a Selic recuar para 9% ao ano para começar a investir em ações pode parecer uma ótima ideia, mas você correrá o risco de pagar muito mais caro por elas lá na frente.
- As 5 melhores ações para investir agora em busca de dividendos: elas foram recomendadas pelos analistas da Empiricus Research por terem resultados sólidos, modelo de negócio resiliente e capacidade de gerar renda extra com proventos. Conheça gratuitamente aqui.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro
Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses
Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível
Um ano de corrida eleitoral e como isso afeta a bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta quarta-feira (1)
Primeiro dia de outubro tem shutdown nos EUA, feriadão na China e reunião da Opep
Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)
Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts
Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado
A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027
Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas
Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros
B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)
Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo
Pequenas notáveis, saudade do que não vivemos e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (26)
EUA aguardam divulgação do índice de inflação preferido do Fed, enquanto Trump volta a anunciar mais tarifas
A microcap que garimpa oportunidades fora da bolsa e vem sendo recompensada por isso
Há ótimas empresas fora da bolsa, mas não conseguimos nos tornar sócios delas; mas esta pequena empresa negociada na B3, sim
Mais água no feijão e o que sobra para os acionistas minoritários, e o que mexe com os mercados nesta quinta (25)
Por aqui temos prévia da inflação e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN); nos EUA, PIB do segundo trimestre e mais falas de dirigentes do Fed
Rodolfo Amstalden: O amor pode estar do seu lado
Não serei eu a querer estragar o story telling de ninguém, mas o (eventual) rali eleitoral no Brasil sequer começou
A chama que não se apaga das debêntures incentivadas e o que esperar dos mercados hoje
Após renovar recorde ontem, Ibovespa tem dia de agenda esvaziada; destaques são fluxo cambial no Brasil e falas de dirigentes do Fed nos EUA