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Ibovespa sobe 1,8% na semana, enquanto dólar cai mais de 2%; Americanas (AMER3) tenta recuperação, mas desaba 73% desde revelação de escândalo contábil bilionário

Lupa destaca site da Americanas.com em tela de computador

Tela do site da Americanas.com

Está em busca de um filme de terror para esta sexta-feira 13? Uma boa — e rápida — pedida para causar aquele friozinho na espinha é a releitura do comunicado em que a Americanas (AMER3) revela ter identificado inconsistências da ordem de R$ 20 bilhões em seus balanços.

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A notícia foi o foco do mercado brasileiro ontem e provocou um banho de sangue nos papéis AMER3, que fecharam em queda de 77%. Esse escândalo contábil seguiu no centro das conversas e negócios hoje.

E, como todo bom sucesso de bilheteria, teve logo uma sequência encomendada. “Caso Americanas 2: uma nova esperança” pode ser o seu nome. Isso porque, passado o pânico inicial, a varejista engatou em uma recuperação que a levou para a ponta positiva do Ibovespa.

As ações da companhia entraram e saíram de leilão várias vezes ao longo do pregão por oscilação máxima permitida — dessa vez para cima — e chegaram a subir mais de 55%. O saldo final foi uma alta de 15,81%, a R$ 3,15. 

A cotação ainda está longe do patamar dos R$ 12 no qual AMER3 se encontrava na última sessão antes da revelação bombástica. Ainda não há mais detalhes sobre a extensão do problema, mas o desempenho mostra que o mercado está disposto a precificá-lo de forma menos catastrófica.

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A generosidade foi estendida a outros nomes do setor. Ontem havia a preocupação de que a Americanas não fosse a única varejista a adotar a "contabilidade criativa" que gerou a inconsistência.

Hoje, um relatório do JP Morgan indicou que o problema não deve se repetir em outras varejistas. A Via também veio a público para explicar como faz sua contabilidade e tranquilizar os acionistas.

O Magazine Luiza (MGLU3) ainda não fez o mesmo, mas surfou na diminuição do “risco Americanas” e registrou o segundo dia de alta expressiva, ficando atrás apenas da própria companhia originadora da dúvida no ranking de altas do Ibovespa.

Por falar nele, o principal índice acionário da B3 não compartilhou do mesmo otimismo. Uma das fontes de pressão foi o início da temporada de balanços nos Estados Unidos — que, por lá, começa sempre com os números de grandes bancos.

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O mercado também reagiu às medidas econômicas anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Com isso, o Ibovespa fechou o dia em queda de 0,84%, aos 110.916 pontos, mas subiu 1,79% na semana.

Já o dólar à vista enfrentou volatilidade nos negócios e conseguiu encerrar a sexta-feira em leve alta de 0,12%, cotado em R$ 5,1064. Na semana, porém, o resultado foi outro: a moeda norte-americana acumulou um recuo de 2,48% nos últimos cinco dias. Essa é a maior baixa do dólar em seis semanas.

Sobe e desce do Ibovespa

As duas varejistas já mencionadas praticamente não saíram da ponta positiva hoje e terminaram o dia com um dobradinha no pódio. Além de Americanas e Magalu, a Minerva (BEEF3) também foi um dos destaques do dia.

CÓDIGONOMEULTVAR
AMER3Americanas S.AR$ 3,1515,81%
MGLU3Magazine Luiza ONR$ 3,437,52%
BEEF3Minerva ONR$ 15,254,67%
CRFB3Carrefour Brasil ONR$ 14,762,50%
SLCE3SLC AgrícolaR$ 46,541,50%
Fonte: B3

Já o título de maior queda do Ibovespa no pregão ficou com outra ação do setor alimentício, a BRF (BRFS3), veja abaixo:

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Prévia do PIB Brasileiro

Na agenda macroeconômica, o destaque de hoje foi o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR). Considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador registrou queda de 0,55%, com ajustes, em novembro ante outubro de 2022. A variação é maior do que o recuo de 0,20% esperado.

A desaceleração da atividade econômica contribuiu para a retração do IBC-Br em novembro.

Na comparação anual, a atividade econômica avançou 1,65% em novembro, sem ajuste. Os analistas ouvidos pela Broadcast aguardam uma alta de 2,25% em novembro ante o mesmo mês de 2021.

Em 12 meses até novembro, o IBC-Br subiu 3,15% em novembro, sem ajustes.

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Os índices anteriores também foram revisados pelo Banco Central. Confira:

Bancos movimentam negócios em Wall Street

Nos EUA, inaugurou-se a temporada de balanços com resultados do quarto trimestre de 2022 e do ano. Os primeiros a divulgar os demonstrativos foram os bancos. O destaque foi o JP Morgan.

A tradicional instituição financeira americana teve lucro líquido de US$ 11 bilhões no quarto trimestre de 2022, 6% maior do que o ganho de US$ 10,4 bilhões apurado em igual período de 2021, segundo balanço publicado nesta sexta-feira.

O lucro por ação do maior banco dos EUA entre outubro e dezembro ficou em US$ 3,57, bem acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, de US$ 3,08.

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Apesar dos fortes resultados, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, fez um alerta sobre desafios da economia americana, o que acabou pesando na ação do banco nos negócios do pré-mercado.

"A economia dos EUA permanece forte, com os consumidores ainda gastando recursos extras e com empresas saudáveis. No entanto, ainda não sabemos o efeito final de obstáculos ligados a tensões geopolíticas, incluindo a guerra na Ucrânia, a situação vulnerável do abastecimento de energia e alimentos, a inflação persistente que corrói o poder de compra e impulsionou as taxas de juros, e o inédito aperto quantitativo", disse Dimon, em comunicado que acompanha o balanço.

Confira o desempenho das bolsas americanas:

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