O pet no escritório ajuda ou atrapalha? Saiba como funciona a iniciativa pet friendly, que se tornou uma das novas tendências no mercado de trabalho
Em maio, a Nestlé abriu seus escritórios para os pets passarem o dia de trabalho com os colaboradores; Google, Petz e Mars também são empresas pet friendly

Um olho no computador e outro no gato. Essa é uma das variações da expressão popular que melhor representa o dia a dia de milhares de profissionais que passaram a trabalhar em casa em razão da pandemia.
Com o retorno ao escritório, ainda que em muitos casos no esquema híbrido, uma nova preocupação surgiu: como vou deixar o meu pet sozinho dentro de casa enquanto trabalho? Como eu não pensei nisso antes?
Para resolver esse dilema, muitas empresas passaram a adotar a iniciativa pet friendly, expressão em inglês que significa “amigável com animais domésticos”, que podem ir para o escritório com seus donos.
A experiência, porém, não surgiu com a volta da pandemia.
A gigante de tecnologia Google, por exemplo, aceita os bichinhos no ambiente de escritório desde 2013, depois de um breve período de experimentação nos EUA.
Antes da pandemia, vários espaços de coworking já permitiam o acesso dos animais, que viravam “mascotes” do espaço. Startups também apostaram nessa tendência para atrair e reter jovens talentos.
Leia Também
No Brasil, ainda são poucas as companhias "amigáveis" com os bichinhos de estimação — ainda que a tendência seja de crescimento.
Recentemente, a Nestlé Purina, uma marca da Nestlé, adaptou o ambiente para receber os colaboradores e seus pets. Lançada em 10 de maio, a iniciativa teve uma boa adesão e simpatizou com a cultura da empresa, que já realizava testes nos últimos 20 anos.
Companhias que atuam no mercado voltado aos animais de estimação, como a Petz e a Mars — dona das marcas Pedigree e Whiskas — também dão o exemplo e adotam os bichinhos no ambiente de trabalho.
Mas será que a companhia dos pets é positiva para a produtividade dos funcionários? O que dizem especialistas e empresas? Conheça as respostas nesta reportagem especial do Seu Dinheiro.
*Para essa reportagem foram entrevistados: Ana Cecília de Paula e Silva, head de marketing da Petz; Marcelo Treff, docente de gestão de pessoas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap); Renata Silveira, médica veterinária e gerente de informação veterinária da Nestlé Brasil; Sandra Gioffi, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) e; Silvia Tyrola, diretora de diversidade da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).
Aceitam-se pets: cultura de inclusão…
Antes de mais nada, vale destacar que a iniciativa pet friendly não é exclusiva dos ambientes de trabalho.
A procura por restaurantes, cinemas, shopping centers e hotéis que permitem a entrada de animais de estimação cresceu nos últimos meses. Em uma rápida pesquisa no Google Trends, por exemplo, a busca por esses termos aumentou mais de 200%, em média, no último ano.
Pensando em causa e efeito, o número de animais de estimação nos lares brasileiros cresceu 30% durante a pandemia, segundo a pesquisa Radar Pet 2021, da Nestlé.
As empresas estão tentando se adaptar a essa tendência impulsionada pelo isolamento social. Por fim, a inclusão de pets virou pauta dentro do ambiente corporativo como parte da mudança da percepção do que é o trabalho para as gerações mais novas, sobretudo entre os millenials.
Cerca de 51% dos profissionais nascidos entre os anos de 1981 e 1999 afirmam que escolheriam uma empresa pet friendly em detrimento de outras que não permitem a presença dos bichinhos, ainda segundo a pesquisa Radar Pet. Para esse grupo, em específico, esse tipo de benefício é considerado mais importante do que um seguro saúde, por exemplo.
“Com a necessidade da inovação e do digital, as empresas foram revendo as suas práticas e, agora, está sendo necessário repensar políticas para atrair e reter talentos”, afirma Sandra Gioffi, diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).
Para ela, a permissão de pets no ambiente de trabalho também pode ser uma alternativa para “trazer as pessoas ao escritório” em companhias que adotaram o modelo híbrido de forma permanente.

… que pode não agradar a todos
Apesar dos pontos positivos que a iniciativa pet friendly pode trazer, a ideia pode não agradar a todos os colaboradores.
Logo, por mais “inovadora” que a permissão de animais domésticos seja, ela não é para todas as empresas, afirma Silvia Tyrola, diretora de diversidade da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).
Para Tyrola, ao menos, as empresas que desejam adotar o pet friendly no escritório precisam entender o que os colaboradores valorizam.
“Não adianta uma empresa oferecer convênio de academia de ginástica quando os colaboradores preferem aulas de natação. A mesma ideia envolve a implementação do pet friendly.”
Produtividade em xeque?
Se você gosta do mundo pet, com certeza já se deparou com algum vídeo de cachorros arrastando móveis e se enrolando em fios de escritório. A situação é divertida, mas pode levar à conclusão de que a presença dos bichinhos desvia a atenção dos funcionários para o que precisa ser feito.
Curiosamente, o que acontece é justamente o contrário, segundo os especialistas. A presença do bichinho, pode inclusive melhorar a produtividade e a relação entre o colaborador e a empresa. E os impactos nos resultados são positivos para os funcionários que são “pais de pet”, segundo a avaliação unânime dos entrevistados.
“A produtividade aumenta, por mais que as horas de trabalho sofram algum tipo de redução por conta do cuidado com o pet”, diz Sandra Gioffi.
Mas, além da observação dos especialistas, nada melhor do que dados que confirmem isso.
Um levantamento feito pela startup de tecnologia em neurociência Fiter, apontou que a taxa de felicidade aumenta de 87% para 92% entre os funcionários que permitem a entrada de pets. A pesquisa contou com a participação de 30 empresas e foi divulgada no ano passado.
Mas, em que a felicidade no trabalho influencia na produtividade?
Em geral, quanto mais feliz um funcionário está em relação ao ambiente corporativo, maior é a sua identificação com a cultura e o engajamento, o que, quase uma reação em cadeia, resulta em uma melhor performance do colaborador e entrega de resultados. É o que afirma Renata Silveira, médica veterinária e gerente de informação veterinária da Nestlé Brasil.
Por outro lado, Marcelo Treff, professor de gestão de pessoas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), afirma que ainda “não há evidências claras” nos índices de produtividade em relação aos que não possuem pets ou que não os levam para o ambiente de trabalho.
Seja como for, a constante evolução do ambiente de trabalho, inclusive com a adoção de iniciativas como a presença dos pets, é um caminho sem volta, ainda de acordo com os especialistas.
Manual de sobrevivência pet nas empresas
A Nestlé, por exemplo, adotou uma cartilha de boas práticas para a convivência dos pets no ambiente de trabalho — que foi utilizada como modelo para outras empresas, como a Mars.
Além disso, a Nestlé realizou reformas no escritório e disponibilizou um andar do prédio em que estão instalados em São Paulo para acolher os bichinhos de estimação dos funcionários. A empresa ainda conta com espaço de descompressão no terraço e espaços separados para cães e gatos.

Antes de levar o pet ao escritório, o colaborador precisa fazer um cadastro com informações do animal, como a carteira de vacinação e o estado de saúde.
Os tutores também devem garantir que o cão ou o gato tenha a sua água e o alimento durante a jornada de trabalho. Ou seja, a higiene e os cuidados são de inteira responsabilidade do dono.
Além do pet friendly
A Petz, uma das maiores varejistas do mercado pet, ultrapassou as fronteiras do pet friendly: criou a licença PETernindade. Ou seja, os colaboradores podem se afastar por até 5 dias da rotina de trabalho na chegada do bichinho de estimação
“Diferentemente de uma folga ou um prêmio, esses dias de ausência no trabalho permite que colaborador se dedique à fase de adaptação do pet ao novo lar de forma presente”, afirma Ana Cecília de Paula e Silva, head de marketing da Petz.
O projeto inspirado na licença paternidade entrou em vigor em maio de 2021 e se transformou em um movimento implementado em outras companhias, como Vivo, Ogilvy, Petlove e Petland.
Em linhas gerais, para se ter direito à licença PETernidade, o colaborador deve adotar um animal de estimação em alguma organização não-governamental (ONG) parceira e apresentar o documento legal de adoção ou compra do pet ao RH da empresa. O tempo de “folga” varia de acordo com as diretrizes da companhia em questão.
Por ser a precursora, a varejista tem um site exclusivo sobre a licença, com informações sobre o funcionamento e as regras da iniciativa. Além disso, a plataforma possui conteúdos com dicas de especialistas e orientações sobre como se preparar para a chegada do pet.
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro
O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Vale Tudo nos bastidores: atrito entre atores da novela acende debate sobre feedback negativo e conflitos no trabalho; que lições podemos tirar?
Atrito entre os atores Cauã Reymond e Bella Campos durante a gravação do remake do clássico da TV Globo traz reflexões sobre como lidar com feedback negativo, desentendimentos e comportamento inadequado de colegas no ambiente de trabalho
A marca dos US$ 100 mil voltou ao radar: bitcoin (BTC) acumula alta de mais de 10% nos últimos sete dias
Trégua momentânea na guerra comercial entre Estados Unidos e China, somada a dados positivos no setor de tecnologia, ajuda criptomoedas a recuperarem parte das perdas, mas analistas ainda recomendam cautela
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
O turismo de luxo na Escandinávia é diferente; hotéis cinco-estrelas e ostentação saem do roteiro
O verdadeiro luxo em uma viagem para a região escandinava está em praticar o slow travel
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Cadê o ingrediente que estava aqui? Procon-SP multa Nestlé em R$ 13 milhões por embalagens de produtos sem ingredientes anunciados
Órgão de defesa do consumidor encontrou irregularidades nos Biscoitos Nesfit e Nestlé Creme de Leite; Nestlé poderá recorrer da multa
Do pitch à contratação: evento gratuito do BTG conecta jovens talentos ao mercado financeiro
Inscrições estão abertas até 27 de abril; 1 a cada 5 participantes é contratado até três meses após o evento, diz estudo
Trump recua e bitcoin avança: BTC flerta com US$ 94 mil e supera a dona do Google em valor de mercado
Após a Casa Branca adotar um tom menos confrontativo, o mercado de criptomoedas entrou em uma onda de otimismo, levando o bitcoin a superar o valor de mercado da prata e da Alphabet, controladora do Google
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.