Amantes de iPhone, preparem os bolsos: o smartphone da Apple pode ficar ainda mais caro daqui pra frente. Isso porque a empresa de Tim Cook enfrenta uma redução potencial de até 10% na produção do celular decorrente de protestos em uma importante fábrica na China.
O cálculo é da Wedbush e já teve impacto nas ações da Apple. Os papéis operam em queda de mais de 1% nesta terça-feira (29) e algumas casas de análise começam a rever as projeções de lucro para a companhia.
A Evercore, por exemplo, reduziu em US$ 8 bilhões a estimativa de lucro para a Apple no trimestre que se encerra em dezembro deste ano. Em contrapartida, elevou a previsão para os três meses que acabam em março em US$ 5 bilhões.
No trimestre encerrado em setembro, a Apple (AAPL34) registrou lucro líquido de US$ 20,721 bilhões, um aumento de 0,8% em relação ao mesmo período de 2021 e ligeiramente acima das projeções.
Protestos na China, menos iPhone
Nos últimos dias, centenas de trabalhadores entraram em confronto com a segurança da maior fábrica de produção de iPhone na China devido a medidas rígidas contra a disseminação do coronavírus na planta. A Foxconn, empresa que fabrica iPhones para a Apple, administra a fábrica.
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De acordo com a Wedbush, a Apple deve enfrentar uma escassez significativa de iPhones que pode reduzir cerca de 5% das unidades no trimestre atual e potencialmente chegar até 10%, dependendo das próximas semanas na China e dos protestos na Foxconn.
Segundo a Bloomberg, a própria Apple prevê um déficit de quase 6 milhões de iPhone Pro este ano, à medida que os protestos contra a política de covid zero da China se intensificam.
No início do mês, a empresa de Tim Cook cortou a projeção da produção do iPhone 14 em 3 milhões, para 87 milhões, devido à demanda mais fraca.
A Wedbush tem recomendação de compra para AAPL e preço-alvo de US$ 200 para o papel.
Este ano, as ações da Apple já recuaram quase 19%, em comparação com a perda de quase 17% do S&P 500. O Nasdaq Composite, concentrado em tecnologia, caiu 29% no ano e a Apple é a ação com maior peso, representando quase 13% do índice.
*Com informações do Markets Insider e da Bloomberg