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Rússia anuncia suspensão das exportações de gás para a Polônia e a Bulgária. Como fica agora?

Presidente russo, Vladimir Putin, sentado em uma mesa com fone ouvido

O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ao fundo, o ministro Sergei Lavrov.

Um dos mais temidos cenários pelos governos europeus diante da guerra entre Rússia e Ucrânia acaba de se confirmar. A Gazprom anunciou que suspenderá hoje as exportações de gás para a Polônia e a Bulgária.

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O corte do fornecimento do gás russo aos países europeus deve-se à falta de pagamento. Polônia e Bulgária teriam se recusado a pagar pelo gás em rublos.

O pagamento em rublos é uma exigência de Moscou para manter o fluxo de gás em meio às sanções impostas desde a invasão da Ucrânia, no fim de fevereiro.

Rússia promete retomar fornecimento assim que débitos forem quitados

De acordo com a Gazprom, gigante russa do setor de energia, o fornecimento será retomado assim que os pagamentos forem confirmados.

A Polônia confirmou a interrupção do fornecimento. Já o governo da Bulgária assegurou que continuava recebendo o gás.

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Polônia diz ter alternativa à Rússia

O vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia disse que o país teria capacidade de lidar com a situação, pois estaria se preparando “há anos” para essa possibilidade.

Marcin Przdacz disse à BBC que existem "opções para obter o gás junto a outros parceiros", incluindo os Estados Unidos e os países do Golfo.

A Gazprom respondeu por 53% do gás importado pela Polônia no primeiro trimestre de 2022.

A empresa estatal polonesa de gás PGNiG acusa a Gazprom de “quebra de contrato”.

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Bulgária afirma ter pagado pelo gás

Já o ministro da Energia da Bulgária, Alexander Nikolov, disse que o país pagou pelo fluxo de gás russo em abril. Segundo ele, a Gazprom violará seu contrato atual se interromper o fluxo.

"Como todas as obrigações comerciais e legais estão sendo observadas, está claro que no momento o gás natural [russo] está sendo usado mais como uma arma política e econômica na guerra atual", disse Nikolov.

Não está claro se o depósito foi efetuado em rublo.

O governo búlgaro, que depende da Gazprom para mais de 90% de seu fornecimento de gás, disse que está em busca de fontes alternativas.

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Até o momento, a rede de gás búlgara Bulgartransgaz assegura que o fluxo de gás russo não foi interrompido.

A Bulgária também transporta gás russo para a Sérvia e para a Hungria, para onde o fluxo mantinha-se hoje.

O gás como instrumento de pressão

O fato é que o gás é um dos principais instrumentos de pressão da Rússia sobre a Europa.

A Rússia responde por cerca de 40% do gás importado pela União Europeia.

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Teme-se que a interrupção do fornecimento pressione ainda mais a inflação, devido tanto à escassez quanto ao uso em larga escala pela indústria.

Os maiores temores, entretanto, uma interrupção mais prolongada, que leve à escassez de gás nos meses de inverno. O produto é amplamente usado para garantir o aquecimento residencial.

Europeus acusam a Rússia de chantagem

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acusou a Rússia de usar o gás "como instrumento de chantagem".

"Isso é injustificado e inaceitável. E mostra mais uma vez a falta de confiabilidade da Rússia como fornecedora de gás", disse ela.

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Von der Leyen disse que a UE está "preparada para esse cenário" e está "trabalhando para garantir entregas alternativas e os melhores níveis de armazenamento possíveis em toda a UE".

No fim de março, a UE assinou um acordo com os Estados Unidos na tentativa de contornar o problema.

Será só o começo?

Nathan Piper, chefe de pesquisa de petróleo e gás da Investec, disse à BBC que a interrupção do fornecimento para a Polônia e a Bulgária é o "início da pressão econômica da Rússia sobre a Europa".

Segundo ele, apesar da demanda por gás em declínio à medida que a Europa entra no verão boreal, "os riscos em torno do fornecimento de gás russo estão mantendo os preços altos, pressionando os consumidores e a indústria".

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Hoje, os preços do gás na Europa subiam mais de 20%.

*Com informações da BBC.

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