Manipulação de mercado: empresas trocam acusações de sabotagem em lançamento de criptomoeda, e tokens despencam 30%; entenda o caso e saiba como se prevenir
A Sirius Finance, responsável pela emissão de uma criptomoeda de mesmo nome com o ticker SRS, acusa a PolkaBridge de manipulação do mercado. Troca de farpas ocorreu pelo Twitter

A comunidade das criptomoedas é extremamente engajada nas redes sociais. Por isso, não é difícil encontrar algumas trocas de farpas entre desenvolvedores, entusiastas e criadores de novos projetos. Mas desta vez as acusações incluem um suposto golpe financeiro.
A Sirius Finance, responsável pela emissão de uma criptomoeda de mesmo nome com o ticker SRS, acusa os desenvolvedores do protocolo PolkaBridge de manipulação do mercado em benefício próprio.
O debate se deu pelo por longas mensagens — chamadas de threads — no Twitter, que virou uma verdadeira arena de batalha de acusações. Entre os feridos, o token (criptomoeda) nativo da PolkaBridge, utilizado para negociações na plataforma, perdeu 31,03% do valor em 24h.
A SRS também não passou ilesa da briga e também recua cerca de 7% na manhã desta sexta-feira (19). Entenda o que aconteceu a seguir.
As origens da batalha entre criptomoedas
Um movimento comum que acontece no mercado das criptomoedas é a reserva de tokens antes do lançamento para o grande público. Esse sistema é semelhante ao mecanismo de reserva de ações durante as ofertas primárias de papéis de uma empresa (Initial Public Offering ou IPOs, na sigla em inglês).
No universo das criptomoedas, as Initial Coin Offerings (ICOs, ou ofertas iniciais de moedas) são uma forma de os usuários aproveitarem os preços de lançamento de novas criptomoedas.
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A PolkaBridge foi uma das plataformas que iria receber os novos tokens emitidos pela Sirius Finance antes de as criptomoedas ficarem disponíveis para o grande público em uma exchange descentralizada (Dex).
Mas durante o Initial DEX Offering (IDO, ou oferta inicial na Dex), a coisa desandou.
Pegando tudo
O problema aconteceu porque a PolkaBridge aumentou sua participação no momento da aquisição dos tokens SRS de 20% para quase 100% — ou seja, esse protocolo praticamente seria dono de todas as criptomoedas da Sirius Finance.
A partir daí, a carteira digital (wallet) da PolkaBridge começou a negociar essas novas criptomoedas, de acordo com os desenvolvedores da Sirius Finance. O número de tokens em circulação foi 2,7 vezes maior do que o esperado, e o preço do SRS começou a cair.
Então, segundo demonstrado na publicação da Sirius Finance, a wallet da PolkaBridge enviou as criptomoedas descontadas de volta para a carteira do emissor, alegando que as moedas estariam abaixo do preço esperado de aquisição.
Esse movimento é conhecido no mercado tradicional como dumping e serviria para prejudicar o ICO dos novos tokens.
Bloqueio de criptomoedas
Do outro lado da mesa, os desenvolvedores do PolkaBridge chamaram o projeto da Sirius Finance de “golpe do século, manipulação” e uma “passada de perna” nos investidores.
A PolkaBridge faria a conexão entre o Sirius Finance e a exchange de cripto MEXC Global para oferecer o token SRS para os clientes da corretora. Entretanto, a bridge afirma que teve suas carteiras congeladas e não pode fazer o envio das criptomoedas.
Movimentações escusas? Nem tanto
“Nesse momento, nós usamos o BOT da PolkaBridge para transferir SRS para 15 endereços novos da MEXC, mas não vendemos uma unidade sequer do token na exchange até o momento”, afirma a publicação.
“Então, por que ocorreu o dumping do SRS e o preço ficou 10 vezes menor desde o IDO?”.
Na sequência de postagens, a PolkaBridge ainda afirma que os desenvolvedores da Sirius Finance possuem mais de 90% dos tokens emitidos. Essas criptomoedas não estão travadas na rede, o que chamou a atenção dos criadores da bridge.
“Eles bloquearam o direito de todos os usuários de transferir tokens e apenas a equipe de desenvolvimento teve permissão para mover tokens para a exchange para venda. É uma manobra suja e que traz danos ao usuário”.
As duas threads completas você pode ler mais abaixo neste mesmo texto.
Como se prevenir de golpes envolvendo criptomoedas
Até o momento de conclusão desta reportagem, havia muita troca de acusações, mas poucas informações concretas sobre o caso. Como não houve uma abertura de processo na Justiça, dificilmente haverá algum desfecho formal além dos brados da internet e seus efêmeros ecos na rede.
Mas o investidor que pretende entrar no universo das criptomoedas pode se munir de alguns mecanismos para se proteger.
1 — Evite entrar em lançamentos de criptomoedas
O primeiro deles é o mais simples: entrar em um ICO pode parecer vantajoso — ainda mais porque os desenvolvedores costumam fazer distribuições gratuitas de criptomoedas, os chamados airdrops.
Essa pode parecer uma maneira barata e simples de entrar no mundo cripto, mas também pode dar muita decepção para o investidor. Se pretende aderir a um ICO, a melhor alternativa é seguir recomendações de analistas sérios do mercado e evitar promessas “muito promissoras”.
2 — Checagem dos emissores
Além disso, vale tomar um tempo para saber quem são os emissores daquela criptomoeda e conhecer o projeto para saber se ele tem alguma utilidade prática no universo digital.
Empresas com má reputação no mercado cripto são largamente conhecidas — ao mesmo tempo que não existe lei que as proíba de fazer novos lançamentos.
Foi o que aconteceu no caso da Terra (LUNA): depois que o protocolo deixou o mercado com um rombo de bilhões de dólares, os desenvolvedores voltaram a lançar a Terra 2.0 — e quem perdeu dinheiro ficou a ver navios.
3 — Não invista além do que sua carteira permite
Por fim, vale a recomendação de sempre dos especialistas do mercado: não alocar mais de 5% do seu patrimônio em ativos digitais de qualquer natureza.
O mercado de criptoativos é altamente volátil e mesmo um projeto promissor pode ter solavancos. Cabe ao investidor cautela na hora de apostar em algum desses protocolos.
Threads com as acusações:
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