Efeito dominó: falência da FTX coloca Genesis, Gemini, BlockFi e outras plataformas bilionárias de criptomoedas na corda bamba; veja
A BlockFi é o caso mais grave do mercado, segundo o The Wall Street Journal; plataforma estaria prestes a entrar com o pedido de reestruturação

A crise que se estabeleceu no mercado na semana passada com a quebra de uma das maiores corretoras de criptomoedas (exchanges) do mundo deve ter reflexos ainda mais intensos no setor ao longo dos próximos meses. Isso porque empresas vinculadas à FTX também estão na corda-bamba.
Assim como aconteceu com a Celsius e o fundo de investimentos em cripto Three Arrows Capital (3AC), a FTX enxugou a liquidez do setor e abalou a confiança dos investidores. O crescimento do mercado de criptomoedas também interligou muitas empresas grandes — e se uma cai, outras também embalam no efeito dominó.
Segundo um levantamento do The Block Research, mais de uma centena de empresas haviam investido ou tinham alguma posição nos ativos da FTX.
Companhias e protocolos de segmentos promissores do mercado cripto como finanças descentralizadas (DeFi), Web 3.0 e serviços financeiros diversos tiveram seus saques travados — e seus investimentos possivelmente perdidos.
Quebra da FTX quebra outras empresas de criptomoedas
É difícil mensurar o impacto em todas as empresas. Afinal, cada uma delas tinha estratégias, montantes e exposições diferentes na FTX. Entretanto, algumas plataformas maiores já começaram a dar sinais de pernas bambas.
É o caso da BlockFi, uma das principais plataformas de lending e staking de criptomoedas, que está se preparando para preencher o chapter 11, o pedido de reestruturação empresarial — e também o primeiro passo para uma companhia decretar falência.
Leia Também
Segundo uma matéria publicada no The Wall Street Journal, a BlockFi tinha uma “significante exposição” com a quebra da FTX. A empresa suspendeu os saques e estaria em vias de enviar a solicitação do chapter 11 para corte de Nova Jersey.
A plataforma de lending de criptomoedas tinha entre US$ 14 bilhões e US$ 20 bilhões em recursos de clientes em 2021, com aproximadamente US$ 7,5 bi no sistema de empréstimos.
O que é o chapter 11
O chapter 11 é o primeiro passo para um pedido de recuperação judicial. Nessa etapa, um tribunal determina datas e exige um plano de reestruturação dos negócios enquanto as operações da companhia podem continuar funcionando.
Isso significa que ainda existe alguma esperança de que os investidores da FTX e outras empresas que preencham o chapter 11 tenham seus investimentos de volta. No entanto, na opinião de analistas consultados pelo Seu Dinheiro, no caso da FTX, essa recuperação é pouco provável.
Após FTX, suspensão de saques e depósitos
Até a conclusão desta reportagem, as seguintes plataformas, protocolos ou outras empresas menores do setor haviam anunciado pausas em saques, depósitos e transferências em criptomoedas.
Algumas não deram maiores explicações aos clientes, mas tudo indica que seja para conter a crise de liquidez no mercado. Veja alguns nomes:
- Genesis: plataforma de lending suspendeu atividades temporariamente alegando “pedidos anormais de saque”;
- Gemini: corretora de criptomoedas suspendeu temporariamente as atividades do Gemini Earn, segmento de staking;
- Liquid: corretora de criptomoedas suspendeu atividades temporariamente tanto em moeda fiduciária quanto em cripto para cumprir os regulamentos relacionados ao pedido de reestruturação da FTX;
- Salt: plataforma de lending interrompeu as atividades, alegando que a quebra da FTX “impactou os negócios da companhia”, de acordo com um e-mail da empresa enviado aos clientes.
Outras plataformas menores e menos conhecidas também podem ter sofrido, mas é difícil mensurar exatamente o número de protocolos impactados.
Relembrando: como a FTX entrou em recuperação judicial
Tudo começou com uma reportagem da CoinDesk que mostrava que os fundos dos investidores na corretora FTX estavam sendo usados para operações alavancadas na Alameda Research, segmento de investimentos do mesmo grupo da exchange.
Além dos recursos dos clientes, o token nativo da corretora, o FTT, estava sendo usado como garantia dos depósitos dos investidores. Até mesmo papéis da companhia de serviços financeiros Robinhood foram usados desta forma para tentar salvar a Alameda.
Por coincidência ou não, na semana seguinte, a Binance — um dos maiores investidores na FTX — se desfez de posições em FTT, o que derrubou as cotações e piorou o balanço da corretora. A partir daí, a empresa entrou em insolvência — quando a dívida é maior do que o patrimônio da empresa. Entenda aqui o futuro da FTX.
No último Papo Cripto, eu conversei com Paulo Camargo, analista da Empiricus, que explicou o que acontecerá a partir de agora com os investidores que tinham fundos na FTX. Ouça:
Como uma atualização na rede do ethereum (ETH) fez disparar o roubo de tokens por meio de ‘phishing’
Golpistas roubaram mais de US$ 12 milhões da rede do ethereum por meio de esquemas de phishing em agosto, um aumento de 72% em relação a julho
Cruz da Morte: o que é o padrão que ameaça distanciar ainda mais o bitcoin (BTC) da busca por novos recordes
Pouco mais de duas semanas depois de atingir sua máxima histórica, bitcoin (BTC) agora acumula queda de mais de 10%
Hackers internacionais roubam US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas na Coreia do Sul — até Jungkook, do BTS, entrou na mira
Rede de hackers desviou US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas de investidores, celebridades e executivos na Coreia do Sul
Economista brasileiro lança robô que ‘vasculha’ o mercado em busca de criptomoedas com potencial de explodir; veja
Ferramenta desenvolvida por Valter Rebelo, economista do Insper, busca identificar ativos com potencial de multiplicar investimentos
Conheça a Cronos (CRO), criptomoeda que chegou a disparar mais de 40% após aquisição bilionária do Trump Media Group
A Crypto.com, desenvolvedora da CRO, é uma das principais parceiras de cripto da administração Trump
Grupo de mídia da família Trump fecha acordo de US$ 6,4 bilhões com empresa de criptomoedas
O movimento aprofunda os laços entre os negócios do presidente dos Estados Unidos e a indústria de criptoativos
Entre cortes de juros e barulhos de Brasília: por que o desafio brasileiro não dá trégua
Crescem os sinais de que os juros podem começar a cair por aqui, porém o cenário brasileiro não se resume apenas à inflação e à atividade econômica, contando com outros obstáculos
Ethereum (ETH) supera bitcoin (BTC) com máximas históricas. O que impulsionou a segunda criptomoeda mais valiosa do mundo?
Depois de um começo de ano difícil em 2025, o ethereum recuperou as perdas no último final de semana
Ele passou 5 anos em fuga sob suspeita de roubar R$ 70 milhões em criptomoedas — e acabou na cadeia por causa de uma bituca de cigarro
Suspeito teria lesado cerca de 1.300 pessoas em fraude com criptomoedas contra investidores na Coreia do Sul
Criptomoedas sobrevivem à ata do Fed e ganho passa de 10%; taxa de juros nos EUA é o nome do jogo
Com o Fed dividido e Congresso dos EUA de olho na regulação do setor, criptomoedas reagem a falas de dirigentes e ganham fôlego antes do decisivo encontro de Jackson Hole
Bitcoin (BTC) em correção e criptomoedas em queda: por que as falas de Powell em Jackson Hole podem mexer com o mercado
Expectativas sobre juros nos Estados Unidos aumentam a tensão no mercado de ativos digitais, por isso, investidores aguardam sinais decisivos no encontro desta semana
Bitcoin (BTC) bate novo recorde e contagia o mercado cripto em agosto; Ethereum também brilha
Alta dos juros, cenário regulatório e entrada de grandes investidores explicam a disparada do Bitcoin do mundo; Ethereum também brilha e impulsiona o setor
A visão do BC de Galípolo para piloto do Drex, que será lançado em 2026
O Banco Central confirma a mudança de rumo e abandona o blockchain para lançar, no ano que vem, uma versão focada em destravar garantias em operações de créditos entre instituições financeiras
Bitcoin (BTC) atinge recorde, mas altcoins roubam a cena; mercado de criptomoedas alcança US$ 4,2 trilhões
Bitcoin alcança a nova máxima histórica, mas são as altcoins como o ethereum e a solana lideram as altas desta quarta-feira (13)
Itaú (ITUB4) expande sua oferta de altcoins e adiciona 5 novas criptomoedas ao seu app
Aave (AAVE), Avalanche (AVAX), Chainlink (LINK), Polygon (POL) e Litecoin (LTC) entram na lista do banco, que ampliou de duas para dez opções de criptomoedas em 2025
Bitcoin (BTC) encosta nos US$ 122 mil: novos recordes à espreita ou o retorno da volatilidade ao mercado?
Alta recente do BTC reflete otimismo com cortes de juros nos EUA, mas avanço da volatilidade e dados de inflação prometem testar o fôlego do mercado
Trump toca e o mercado dança: bitcoin (BTC) volta aos US$ 117 mil e impulsiona altas de quase 10%
Decreto do republicano abre caminho para a inclusão de criptomoedas nos planos de aposentadoria 401(k); medida mira mercado trilionário e anima investidores
Tempestade macroeconômica: sem corte de juros e com tarifas, bitcoin (BTC) cai para US$ 113 mil e arrasta outras criptos
Com cenário macro ainda adverso nos EUA, os ativos digitais seguem pressionados enquanto o mercado busca gatilhos positivos em meio a tarifas e sinais de desaceleração econômica
Nem o céu nem o inferno: Bitcoin (BTC) e outros tokens cambaleiam após decisão do Fed e relatório que promete “Era de Ouro” das criptomoedas
Com juros mantidos nos EUA e sinalizações mistas de Washington, criptomoedas operam no vermelho, ainda que com volatilidade reduzida
Empresa de vape aposta em modelo de negócio da Strategy e entra no jogo das ‘crypto treasury’
Negociada na Nasdaq sob o ticker “VAPE”, a CEA Industries levantou US$ 1,25 bilhão para montar a maior tesouraria corporativa em BNB no mundo