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Madero e ISH Tech cancelam planos de IPO, elevando para 12 número de desistências na B3 neste ano; veja o que atrapalha as ofertas

Montagem com um semáforo na luz amarela e a palavra "IPO" escrita nas três cores; ideia de dificuldade para as estreantes na bolsa e que fizeram seus IPOs desde 2020

No ano passado, a fila crescente de empresas esperando para abrir capital era tema constante no noticiário. Neste início de 2022, porém, as companhias que desistiram de fazer IPO é que têm dominado as conversas.

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Com Madero e ISH Tech se juntando na última segunda-feira (24) ao grupo que cancelou seus planos de oferta pública inicial de ações, já chega a 12 o total de desistentes neste mês.

Além das duas empresas, Monte Rodovias, Ammo Varejo, Dori Alimentos, Environmental ESG, Vero Internet, Coty, Claranet, Fulwood, Cencosud e Cantu Store completam a lista.

E esse número pode crescer ainda mais: segundo fontes ouvidas pela imprensa, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) também deve adiar sua oferta em breve. Por enquanto, restam 20 candidatas à estreia na B3.

Vale relembrar que a bolsa de valores brasileira encerrou o ano passado com 45 ofertas primárias e 26 ofertas secundárias, que movimentaram um total de R$ 126,9 bilhões.

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Saída pela tangente

O Madero protocolou o pedido de IPO em agosto de 2021 e, com quase R$ 1 bilhão em dívidas, buscava atrair investidores para colocar dinheiro no caixa e tirar a corda do pescoço.   

Porém, ainda no ano passado, a abertura de capital foi adiada. A rede de restaurantes justificou, na época, esperar por uma melhoria nas condições de mercado.

Após receber um aporte de R$ 300 milhões do fundo americano Carlyle - um de seus maiores sócios - em novembro, a empresa recuperou o fôlego financeiro e pode seguir aguardando um  ambiente de mercado mais favorável aos IPOs.

O caso é parecido para a ISH Tech, que atua no setor de tecnologia com foco em cibersegurança. A empresa capixaba também havia enviado o pedido para a abertura de capital em agosto e desistiu ontem do IPO.

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O que afugenta as empresas?

De acordo com especialistas, a resposta para essa pergunta está em um combo formado por três grandes fatores: a inflação em alta, o aperto na Selic, a taxa básica de juros brasileira, e a proximidade das eleições.

Os dois primeiros elementos desse caldo indigesto, que afeta principalmente as novatas do mercado, estão intimamente ligados. Com a inflação estourando a meta no ano passado, o Banco Central promove um novo ciclo de alta da Selic para tentar evitar que o cenário se repita em 2022.

Já o terceiro gera incertezas entre os investidores e tende a aumentar a volatilidade dos ativos de risco. Sem uma terceira via definida para as eleições e em meio à polarização reforçada pelos dois candidatos mais populares ao páreo, a situação não deve melhorar tão cedo.

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