Esquenta dos mercados: Bolsas aguardam falas de Jerome Powell; Ibovespa acompanha instauração da CPI da Petrobras (PETR4) e combustíveis hoje
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participa de evento sobre política monetária nesta quinta-feira

Mais uma semana caminha para o fim e os investidores esperam ser salvos pelo gongo de sábado e domingo. Isso porque as bolsas sentiram alta volatilidade nos últimos dias e, ainda que alguns índices — como o próprio Ibovespa — acumulem alta, o medo da recessão permanece no radar.
Os temores envolvendo o arrefecimento da atividade econômica tomaram conta dos mercados esta semana. O próprio Federal Reserve levantou a possibilidade de recessão em meio ao aumento de juros por lá.
Por isso, as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, em seu tradicional testemunho ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA é o grande destaque desta quinta-feira (23).
Já no panorama doméstico, o presidente do nosso Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de coletiva sobre a condução da política monetária. A ata da reunião mais recente do Copom deixou em aberto a possibilidade de elevar os juros em 50 pontos-base ou 25 pontos-base, sem muita clareza sobre até onde vai o ciclo de aperto.
Além disso, os investidores locais ainda digerem os “pacotes de bondades” do governo, em meio a disparada dos combustíveis. As propostas incluem uma PEC que deve ultrapassar os R$ 50 bilhões e a CPI da Petrobras (PETR3;PETR4).
No pregão da última quarta-feira (22), o Ibovespa encerrou os negócios em queda de 0,16%, aos 99.522 pontos. O dólar à vista avançou 0,45%, a R$ 5,1771.
Leia Também
Confira o que movimenta o dólar, o Ibovespa e as bolsas internacionais nesta quinta-feira:
Bolsas internacionais sem direção
“As primeiras coisas primeiro”, como diz o ditado.
No fechamento das bolsas da Ásia e Pacífico, as negociações encerraram sem uma direção definida. De um lado, o presidente chinês, Xi Jinping, voltou a falar de esforços para manter a atividade econômica do país e minimizar os impactos da covid-19.
Em outras palavras, isso significa que novos estímulos devem surgir na segunda maior economia do mundo.
Mas pesou no lado negativo dos negócios o aperto monetário mais intenso do Federal Reserve, o que limitou o apetite de risco na região.
Europa e Estados Unidos: medo de recessão pesa nas bolsas
Já no Velho Continente, o tom negativo dos negócios se deve principalmente à divulgação dos índices de gerente de compras (PMI, em inglês) regionais mais fracos do que o esperado. A disparada da inflação e a tendência global de aperto monetário, somado à atividade econômica mais fraca, aumentam os temores de recessão.
Por último, os futuros de Nova York tentam sustentar alta moderada nas primeiras horas do dia, à espera de Jerome Powell na Câmara.
Risco de uma nova bolha imobiliária?
Os juros mais altos e, consequentemente, o crédito mais caro já começam a afetar alguns setores chave da economia norte-americana, de acordo com o Market Watch.
O momento é parecido com a crise da bolha imobiliária do início dos anos 2000, que culminou com a crise financeira entre 2007 e 2008.
Como esperado, desde então, existem alguns mecanismos para reverter a possibilidade da formação de uma nova bolha. Porém, o cenário já não é dos mais animadores, segundo os analistas.
Para se ter uma ideia, os juros das hipotecas de 30 anos saíram de 2,75% no ano passado para mais de 6% após o Federal Reserve aumentar os juros em 0,75 pontos percentuais em sua mais recente reunião de política monetária.
Ibovespa, olhe o que te aguarda hoje
No panorama doméstico, os debates envolvendo o “pacote de bondades” encontram resistência no Congresso. Começando pela instauração da CPI da Petrobras (PETR3;PETR4), que deve apurar se a estatal cobra preços abusivos contra o consumidor.
A proposta de criar uma comissão parlamentar não deve sair do papel, tendo em vista que o partido de Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, e Arthur Lira, presidente da Câmara — o PP —, orientou seus parlamentares a não endossar o requerimento.
Em números, a CPI precisa de 171 assinaturas para ser instaurada e já tem apoio de 136 deputados. Seriam necessários apenas mais 35 votos para a comissão ser aprovada. O PP tem 53 parlamentares, mais do que suficiente para iniciar o inquérito.
Bolsa caminhoneiro
A tarde de ontem ainda foi recheada de debates envolvendo a chamada bolsa caminhoneiro. O benefício inicial seria de R$ 400, mas líderes do setor, como Wallace Landim, o “Chorão”, se opuseram, chamando o valor de “esmola”.
Dessa forma, a equipe econômica estuda ampliar o valor pago aos caminhoneiros em R$ 600, totalizando R$ 1 mil à categoria para cobrir as perdas devido a alta dos combustíveis.
Tudo isso na ponta do lápis
O ministro da Economia, Paulo Guedes, estima que o pacote de bondades total relacionado aos combustíveis custe até R$ 50 bilhões. Nessa conta, estão incluídos R$ 29,6 bilhões para estados que zerarem as alíquotas de ICMS, mais R$ 16,8 bilhões em renúncias da União e R$ 5 bilhões para o voucher dos caminhoneiros.
No cenário em que o governo paga o valor máximo da bolsa caminhoneiro, o gasto total seria de R$ 51,4 bilhões.
As propostas seriam aprovadas juntamente com a PEC que visa compensar os estados pela redução do ICMS, que já tramita no Congresso.
Como isso afeta o Ibovespa
Não é de hoje que a Petrobras é alvo de críticas sobre sua política de paridade internacional de preços (PPI), criticada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira.
Contudo, vale destacar que, do ponto de vista dos investidores, tanto o PPI quanto a Lei das Estatais — que limita a interferência do governo na companhia — são consideradas positivas. Ambas, no entanto, seguem sob ataque desde o último reajuste de preços.
Assim sendo, o investidor segue de olhos atentos no Congresso para possíveis ameaças à essas duas medidas, o que pode penalizar as ações PETR3 e PETR4.
Agenda do dia
- Estados Unidos: Pedidos de auxílio-desemprego (9h30)
- Conselho Nacional de Política Energética: CNPE realiza reunião extraordinária (10h)
- Receita Federal: Arrecadação federal de maio (10h30)
- Estados Unidos: PMI composto, industrial e de serviços em junho (10h45)
- Receita Federal: Chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, Claudemir Malaquias, concede entrevista sobre arrecadação de maio (11h)
- Estados Unidos: Presidente do Fed, Jerome Powell testemunha perante Comitê sobre Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA (11h)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, e diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, participam de coletiva sobre política monetária (11h)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de reunião do Conselho Monetário Nacional (15h)
- Estados Unidos: Fed divulga teste de estresse anual dos bancos (17h30)
BRPR Corporate Offices (BROF11) estabelece novo contrato de locação com a Vale (VALE3) e antecipa R$ 44 milhões
O acordo, no modelo atípico, define que a mineradora passará a ser responsável por todos os encargos referentes ao empreendimento localizado em Minas Gerais
XP aponta seis ações defensivas para enfrentar o novo choque de 50% imposto pelos EUA — e duas possíveis beneficiadas
Enquanto a aversão a risco toma conta do mercado, a XP lista seis papéis da B3 com potencial para proteger investidores em meio ao tarifaço de Trump
Ibovespa escapa da sangria após tarifas de Trump, mas cai 0,54%; dólar sobe a R$ 5,5452
Após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor em 1 de agosto, algumas ações conseguiram escapar de uma penalização dos mercados
Embraer (EMBR3) não é a única a sofrer com as tarifas de Trump: as ações mais impactadas pela guerra comercial e o que esperar da bolsa agora
A guerra comercial chegou ao Brasil e promete mexer com os preços e a dinâmica de muitas empresas brasileiras; veja o que dizem os analistas
Um novo segmento para os fundos imobiliários? Com avanço da inteligência artificial, data centers entram na mira dos FIIs — e cotistas podem lucrar com isso
Com a possibilidade de o país se tornar um hub de centros de processamento de dados, esses imóveis deixam de ser apenas “investimentos diferentões”
O pior está por vir? As ações que mais apanham com as tarifas de Trump ao Brasil — e as três sobreviventes no pós-mercado da B3
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5% assim que a taxa de 50% foi anunciada pelo presidente norte-americano, enquanto o dólar para agosto renovou máxima, subindo mais de 2%
A bolsa brasileira vai negociar ouro a partir deste mês; entenda como funcionará o novo contrato
A negociação começará em 21 de julho, sob o ticker GLD, e foi projetada para ser mais acessível, inspirada no modelo dos minicontratos de dólar
Ibovespa tropeça em Galípolo e na taxação de Trump ao Brasil e cai 1,31%; dólar sobe a R$ 5,5024
Além da sinalização do presidente do BC de que a Selic deve ficar alta por mais tempo do que o esperado, houve uma piora generalizada no mercado local depois que Trump mirou nos importados brasileiros
FII PATL11 dispara na bolsa e não está sozinho; saiba o que motiva o bom humor dos cotistas com fundos do Patria
Após encher o carrinho com novos ativos, o Patria está apostando na reorganização da casa e dois FIIs entram na mira
O Ibovespa está barato? Este gestor discorda e prevê um 2025 morno; conheça as 6 ações em que ele aposta na bolsa brasileira agora
Ao Seu Dinheiro, o gestor de ações da Neo Investimentos, Matheus Tarzia, revelou as perspectivas para a bolsa brasileira e abriu as principais apostas em ações
A bolsa perdeu o medo de Trump? O que explica o comportamento dos mercados na nova onda de tarifas do republicano
O presidente norte-americano vem anunciando uma série de tarifas contra uma dezena de países e setores, mas as bolsas ao redor do mundo não reagem como em abril, quando entraram em colapso; entenda por que isso está acontecendo agora
Fundo Verde, de Stuhlberger, volta a ter posição em ações do Brasil
Em carta mensal, a gestora revelou ganhos impulsionados por posições em euro, real, criptomoedas e crédito local, enquanto sofreu perdas com petróleo
Ibovespa em disparada: estrangeiros tiveram retorno de 34,5% em 2025, no melhor desempenho desde 2016
Parte relevante da valorização em dólares da bolsa brasileira no primeiro semestre está associada à desvalorização global da moeda norte-americana
Brasil, China e Rússia respondem a Trump; Ibovespa fecha em queda de 1,26% e dólar sobe a R$ 5,4778
Presidente norte-americano voltou a falar nesta segunda-feira (7) e acusou o Brasil de promover uma caça às bruxas; entenda essa história em detalhes
Em meio ao imbróglio com o FII TRBL11, Correios firmam acordo de locação com o Bresco Logística (BRCO11); entenda como fica a operação da agência
Enquanto os Correios ganham um novo endereço, a agência ainda lida com uma queda de braço com o TRBL11, que vem se arrastando desde outubro do ano passado
De volta ao trono: Fundo imobiliário de papel é o mais recomendado de julho para surfar a alta da Selic; confira o ranking
Apesar do fim da alta dos juros já estar entrando no radar do mercado, a Selic a 15% abre espaço para o retorno de um dos maiores FIIs de papel ao pódio da série do Seu Dinheiro
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Especialistas consultados pelo Seu Dinheiro alertam: há uma boa chance de que a maior parte do dinheiro roubado nunca mais seja recuperada — e tudo por causa do lado obscuro dos ativos digitais
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
Os certificados serão negociados na bolsa brasileira com o ticker EVEB31 e equivalerão a uma ação ordinária da empresa na Bolsa de Nova York
Quem tem medo da taxação? Entenda por que especialistas seguem confiantes com fundos imobiliários mesmo com fim da isenção no radar
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, especialistas da Empiricus Research, da Kinea e da TRX debateram o que esperar para o setor imobiliário se o imposto for aprovado no Congresso
FIIs na mira: as melhores oportunidades em fundos imobiliários para investir no segundo semestre
Durante o evento Onde Investir no Segundo Semestre de 2025, do Seu Dinheiro, especialistas da Empiricus Research, Kinea e TRX revelam ao que o investidor precisa estar atento no setor imobiliário com a Selic a 15% e risco fiscal no radar