Ransomware: ataques de hackers com pedidos de resgate a empresas crescem no país
A mais recente vítima de sequestro de dados foi a varejista Lojas Renner, cujo site permanece indisponível desde a última quinta-feira
O ataque cibernético que deixou fora do ar o e-commerce e os totens de autoatendimento da varejista Lojas Renner serviu como um alerta para os riscos da cibersegurança no Brasil: parte dos sistemas da empresa está inoperante desde quinta-feira, mostrando a gravidade desse tipo de ação de hackers. Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, esse pode ser o empurrão que faltava para fazer "cair a ficha" dos empresários em relação ao tema.
Os números mostram que o problema no Brasil é muito maior do que se imagina. Hoje, segundo levantamento da ISH Tecnologia, a média mensal de ataques a companhias brasileiras é de 13 mil, sendo que 57% são do tipo da ransomware - que pedem resgate em dinheiro às empresas. Os resgates também estão mais caros: segundo a empresa Unit 42, os valores cobrados pelos criminosos saltaram 82% no último ano, chegando a US$ 570 mil por ocorrência.
O pouco investimento no segmento evidencia que a preocupação do empresário brasileiro está muito aquém do tamanho do problema. Segundo dados da consultoria de risco Cyber Risk e da corretora Marsh Brasil, do total de orçamento com TI das empresas, só 5% são gastos em cibersegurança. Uma das exceções nessa tendência é o setor financeiro, onde essas despesas sobem, ficando entre 15% e 18%. "O risco não está apenas nos dados. Um ataque pode paralisar o sistema operacional da empresa", diz Marta Schuh, diretora da Cyber Risk.
Enquanto isso, os grupos hackers se multiplicam, segundo especialistas. "O ransomware virou uma indústria que vai gerar mais de US$ 20 bilhões de receita neste ano. Esse tipo de sequestro cresce, em média, 100% ao ano", afirma Marco DeMello, presidente da startup de cibersegurança PSafe. "O empresário brasileiro ainda pensa que esse tipo de problema só acontece com multinacional, mas a história está mostrando que todas as empresas são alvos."
Segundo Marcus Garcia, vice-presidente de tecnologia e produtos da FS, especializada em tecnologia, medidas de segurança - como restrições a determinados dados e o uso de um sistema de backup robusto e, de preferência, fora da internet - é vital, pois nem sempre o pagamento do resgate garante o restabelecimento das informações. Conforme o executivo, na média internacional, entre 40% a 50% dos hackers não cumprem o combinado mesmo após receber o dinheiro.
Garcia diz, ainda, que empresas de todos os portes precisam estar atentas ao problema, pois existem sistemas automatizados de invasão e grupos especializados em atacar tanto grandes companhias quanto negócios menores. "Esses grupos surgem a todo momento e atacam por todos os lados, não importa se é hospital ou igreja."
Leia Também
Fontes ouvidas pelo Estadão descartaram a informação sobre o valor do resgate que teria sido pedido à Renner: US$ 1 bilhão. Isso porque o sequestros de dados de negócios muito maiores que o da varejista movimentaram valores bem mais baixos. Embora a Renner não esteja comentando o assunto, o Procon-SP já pediu à varejista informações sobre o vazamento de dados e, em especial, dos clientes.
Outros casos
A Renner pode ter se tornado o caso mais famoso, mas o ataque está longe de ser o primeiro a afetar empresas brasileiras. Operações locais e globais de empresas brasileiras dos mais diversos ramos, como JBS (alimentos), Fleury (laboratórios) e Protege (segurança), já enfrentaram o problema.
No caso da JBS, o ataque ocorreu nos Estados Unidos e, além da operação americana, as unidades do Canadá e da Austrália foram afetadas. A investida foi investigada pelo FBI, que é a polícia federal dos EUA, e houve suspeitas de que a origem da invasão partiu da Rússia. Para recuperar o acesso aos seus servidores, a JBS decidiu, após ouvir especialistas na área, pagar um resgate de US$ 11 milhões (mais de R$ 60 milhões).
"Foi uma decisão difícil de tomar para nossa empresa e para mim pessoalmente, mas sentimos que essa decisão deveria ser tomada para evitar qualquer risco potencial para nossos clientes", afirmou André Nogueira, presidente da JBS nos EUA, em nota divulgada à época. Procurada, a JBS afirmou que não teria comentários adicionais a fazer.
Já o Fleury foi afetado por um incidente no mês de junho. O grupo informa que "sua base de dados se manteve íntegra, os sistemas foram rapidamente restabelecidos e em nenhum momento os atendimentos foram interrompidos". Em seu balanço, a companhia informou que os gastos relacionados à segurança cibernética somaram R$ 14 milhões, incluindo a contratação de consultorias.
Vale a pena investir na ação da Sinqia (SQIA3)? O repórter Victor Aguiar responde no vídeo a seguir. Assista:
Efeito da pandemia
Esse tipo de ataque não é novo, mas ficou mais fácil de ser executado na pandemia, dizem especialistas. Por causa do trabalho remoto, muitas empresas liberaram o acesso a computadores e servidores a funcionários, cada um em sua casa - a segurança, inicialmente pensada para o ambiente do escritório, não acompanhou o movimento. Além disso, com as pessoas em casa, o e-commerce se tornou um componente muito mais importante para a receita das varejistas, incluindo a Renner, nos últimos 18 meses.
De acordo com pesquisa da empresa de segurança Kaspersky, foram registradas 1,3 milhão de tentativas de ataques de ransomware na América Latina entre janeiro e setembro de 2020, uma média de 5 mil ataques bloqueados por dia. O país mais atacado foi o Brasil, que registrou 46,7% das detecções. Procurada, a Protege não comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Vibra (VBBR3) anuncia R$ 850 milhões em JCP; Energisa (ENGI11) e Lavvi (LAVV3) anunciam mais R$ 500 milhões em dividendos
Vibra e Energisa anunciaram ainda aumentos de capital com bonificação em ações; veja os detalhes das distribuições de dividendos e ações
Nvidia (NVDC34) tem resultados acima do esperado no 3T25 e surpreende em guidance; ações sobem no after market
Ações sobem quase 4% no after market; bons resultados vêm em meio a uma onda de temor com uma possível sobrevalorização ou até bolha das ações ligadas à IA
Hora de vender MOTV3? Motiva fecha venda de 20 aeroportos por R$ 11,5 bilhões, mas ação não decola
O valor da operação representa quase um terço dos R$ 32 bilhões de valor de mercado da empresa na bolsa. Analistas do BTG e Safra avaliam a transação
Nem o drible de Vini Jr ajudaria: WePink de Virginia fecha acordo de R$ 5 milhões após denúncias e fica proibida de vender sem estoque
Marca da influenciadora terá que mudar modelo de vendas, reforçar atendimento e adotar controles rígidos após TAC com o MP-GO
Patria dá mais um passo em direção à porta: gestora vende novo bloco de ações da Smart Fit (SMFT3), que entram em leilão na B3
Conforme adiantado pelo Seu Dinheiro em reportagem exclusiva, o Patria está se preparando para zerar sua posição na rede de academias
BRB contratará auditoria externa para apurar fatos da operação Compliance da PF, que investiga o Banco Master
Em comunicado, o banco reafirma seu compromisso com as melhores práticas de governança, transparência e prestação de informações ao mercado
O futuro da Petrobras (PETR4): Margem Equatorial, dividendos e um dilema bilionário
Adriano Pires, sócio-fundador do CBIE e um dos maiores especialistas em energia do país, foi o convidado desta semana do Touros e Ursos para falar de Petrobras
ChatGPT vs. Gemini vs. Llama: qual IA vale mais a pena no seu dia a dia?
A atualização recoloca o Google na disputa com o ChatGPT e o Llama, da Meta; veja o que muda e qual é a melhor IA para cada tipo de tarefa
Magazine Luiza (MGLU3) e Americanas (AMER3) fecham parceria para o e-commerce; veja
Aliança cria uma nova frente no e-commerce e intensifica a competição com Mercado Livre e Casas Bahia
Governador do DF indica Celso Eloi para comandar o BRB; escolha ainda depende da Câmara Legislativa
A nomeação acontece após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa, em meio à operação da PF que mira irregularidades envolvendo o Banco Master
Ele foi o segundo maior banco privado do Brasil e seu jingle resistiu ao tempo, mas não acabou numa boa
Do auge ao colapso: o caso Bamerindus marcou o FGC por décadas como um dos maiores resgates do FGC da história — até o Banco Master
Cedae informa suspensão do pagamento do resgate de CDBs do Banco Master presentes na sua carteira de aplicações
Companhia de saneamento do Rio de Janeiro não informou montante aplicado nos papéis, mas tinha R$ 248 milhões em CDBs do Master ao final do primeiro semestre
A história do banco que patrocinou o boné azul de Ayrton Senna e protagonizou uma das maiores fraudes do mercado financeiro
Banco Nacional: a ascensão, a fraude contábil e a liquidação do banco que virou sinônimo de solidez nos anos 80 e que acabou exposto como protagonista de uma das maiores fraudes da história bancária do país
Oncoclínicas (ONCO3) confirma vencimento antecipado de R$ 433 milhões em CDBs do Banco Master
Ações caem forte no pregão desta terça após liquidação extrajudicial do banco, ao qual o caixa da empresa está exposto
Por que Vorcaro foi preso: PF investiga fraude de R$ 12 bilhões do Banco Master para tentar driblar o BC e emplacar venda ao BRB
De acordo com informações da Polícia Federal, o fundador do Master vendeu mais de R$ 12 bilhões em carteiras de crédito inexistentes ao BRB e entregou documentos falsos ao Banco Central para tentar justificar o negócio com o banco estatal de Brasília
Banco Central nomeia liquidante do Banco Master e bloqueia bens de executivos, inclusive do dono, Daniel Vorcaro
O BC também determinou a liquidação extrajudicial de outras empresas do grupo, como a corretora, o Letsbank e o Banco Master de Investimento
Cloudflare cai e arrasta X, ChatGPT e outros serviços nesta terça-feira (18)
Falha em um dos principais provedores de infraestrutura digital deixou diversos sites instáveis e fora do ar
Liquidado: de crescimento acelerado à crise e prisão do dono, relembre como o Banco Master chegou até aqui
A Polícia Federal prendeu o dono da empresa, Daniel Vorcaro, em operação para apurar suspeitas de crimes envolvendo a venda do banco para o BRB, Banco de Brasília.
BTG Pactual (BPAC11) quer transformar o Banco Pan (BPAN4) em sua subsidiária; confira proposta
Segundo fato relevante publicado, cada acionista do Pan receberá 0,2128 unit do BTG para cada ação, exceto o Banco Sistema, que já integra a estrutura de controle. A troca representa um prêmio de 30% sobre o preço das ações preferenciais do Pan no fechamento de 13 de outubro de 2025
Polícia Federal prende Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; BC decreta liquidação extrajudicial da instituição
O Banco Central (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Master, que vinha enfrentando dificuldades nos últimos meses