A holding Itaúsa (ITSA4) deve incrementar a distribuição de resultados nos próximos anos, com o destravamento da distribuição de dividendos pelo Itaú Unibanco ou com os números positivos das demais investidas, segundo o presidente da empresa, Alfredo Setubal.
A companhia herdou do Itaú uma participação na XP, mas, segundo o executivo, os alvos prioritários para a expansão de participações são os setores de saúde e agro. O primeiro por ter demanda forte no Brasil, e o segundo, por ser onde o Brasil oferece "produtividade fora de série".
Setúbal citou também o setor de transmissão de energia. "É um setor que a gente gosta, que traz muito caixa e tem boas oportunidades de investimento", disse nesta terça-feira (28). Segundo ele, no entanto, o Itaú continuará representando de 80% a 85% do portfólio da Itaúsa.
"Mas também teremos empresas que vão pagar bons dividendos", disse o presidente da empresa.
"No ano passado, o Banco Central limitou em 25% o pagamento de dividendos. O dividendo a ser pago no começo do ano que vem pelo Itaú Unibanco ainda vai refletir um pouco essa limitação, mas acreditamos que nos próximos anos volte a nível mais alto de 'payout', de 40% a 50%", disse.
Setubal disse que a empresa estuda uma maneira de assegurar uma distribuição de resultados de 2021 mais polpudos aos seus acionistas. "Vamos analisar fazer algum tipo de antecipação de dividendos neste ano, usando reservas de lucros acumulados."
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Itaúsa (ITSA4): de olho nos resultados
No balanço mais recente, a Itaúsa (ITSA4) apresentou lucro líquido de R$ 3,514 bilhões no segundo trimestre deste ano, alta anual de 487,1%.
O lucro líquido recorrente foi de R$ 2,855 bilhões, avanço de 99%. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) sobre o PL Médio atingiu 19,5% no primeiro semestre, aumento de 13,5 pontos porcentuais na comparação anual.
O ROE recorrente foi de 17,9%, avanço de 8,5 pontos porcentuais, ainda conforme a empresa. O ativo total da Itaúsa somou R$ 69,423 bilhões no trimestre, 22,8% superior ao do mesmo período de 2020.
O patrimônio líquido fechou junho em R$ 61,112 bilhões, 15,5% maior do que no mesmo período do ano passado.
- O setor financeiro teve desempenho total de R$ 2,743 bilhões, avanço de 93%;
- O setor não financeiro da Itaúsa somou R$ 225 milhões, alta de 281%;
Para a holding, as companhias do portfólio apresentaram novamente avanços "importantes nos resultados operacionais".
No setor financeiro, a Itaúsa destacou a melhor margem financeira e o menor volume de perdas esperadas com operações de crédito, "aliados ao controle eficiente das despesas gerais e administrativas, impulsionando o crescimento do lucro".
Em bens de consumo e materiais para construção civil, a Itaúsa lembra que Alpargatas e Dexco (antiga Duratex) apresentaram novamente crescimento nas vendas, na receita líquida e no Ebitda, "mesmo com pressões no custo de alguns insumos".
Nos segmentos de distribuição e transporte de gás, NTS e Copa Energia também tiveram crescimento de receita. "Adicionalmente, a partir de junho, os resultados da XP Inc. passaram a ser reconhecidos pela Itaúsa, o que também contribuiu positivamente para o resultado da holding".
A Itaúsa registrou crescimento de 1.715% no endividamento líquido em seu balanço patrimonial, atingindo R$ 3,867 bilhão.
O resultado financeiro foi de R$ 19 milhões em despesas, aumento de 138% em comparação ao segundo trimestre do ano passado. A empresa atribuiu o desempenho a maiores despesas com juros de debêntures.
Por outro lado, compensou a maior rentabilidade do caixa, dada a maior taxa básica de juros, segundo a Itaúsa.
As despesas administrativas totalizaram R$ 33 milhões no segundo trimestre, alta de 38% de acordo com a holding.
A empresa diz que o resultado é reflexo da reversão pontual de provisões, relacionada a projetos de novos negócios, ocorrida no segundo trimestre de 2020.
Entre os negócios recentes da Itaúsa está o aporte de R$ 1,3 bilhão na empresa de saneamento Aegea.
*Com informações de Estadão Conteúdo