A MRV Engenharia (MRVE3) ganhou um grande impulso para o projeto da Luggo, empresa que desenvolve empreendimentos para locação. A incorporadora anunciou um acordo de venda de aproximadamente 5.100 unidades para o fundo canadense Brookfield, com valor geral de vendas (VGV) estimado em R$ 1,26 bilhão.
O negócio abre uma nova fonte de recursos para viabilizar os projetos da Luggo. Até então, a principal alternativa de funding para os projetos da Luggo havia sido a venda de unidades para o fundo imobiliário (FII) LUGG11.
A Luggo é uma das apostas do “ecossistema de moradia” que a incorporadora pretende criar, conforme afirmou Rafael Menin, copresidente da MRV, em entrevista ao Seu Dinheiro no ano passado.
A efetiva conclusão do negócio com a Brookfield ocorrerá após a expedição do Habite-se e conclusão dos imóveis, quando ocorrerá o pagamento e a transferência do ativo. A Luggo permanecerá como administradora das propriedades, e o valor dos aluguéis ainda será definido.
A primeira venda da primeira fase do acordo foi fechada ontem, com os empreendimentos Luggo Cabral, localizado em Contagem (MG) e Luggo Piqueri, em São Paulo (SP).
O negócio representou um Valor Geral de Vendas (“VGV”) de R$ 106 milhões, o que representa uma entrada líquida de R$ 56 milhões e um lucro bruto de R$ 30 milhões para a MRV — margem bruta de 29%.
O Luggo Cabral atingiu 45% de locação em 60 dias, e o empreendimento Luggo Piqueri terá o início das locações de suas unidades em janeiro de 2022, segundo a MRV. Leia a íntegra do comunicado encaminhado pela companhia.
MRV: vale a pena comprar as ações?
As ações da MRV (MRVE3) reagiram bem ao anúncio do negócio com a Brookfield, fechando em alta de 2,21% nesta quinta-feira.
No acumulado do ano, porém, os papéis da incorporadora controlada pela família Menin amargam uma perda de 35%. Será que a queda representa uma oportunidade de compra?
Na visão dos analistas que acompanham a companhia, a resposta é "sim". As ações da MRV possuem 9 recomendações de compra, 2 de manutenção e nenhuma de venda, de acordo com dados do Trademap. A mediana do preço-alvo está em R$ 21,40, o que representa um potencial de valorização da ordem de 80%.
É claro que toda essa perspectiva de ganhos vem acompanhada de riscos. O maior deles é a queda na demanda por imóveis diante do aumento da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central.