A IRB Brasil Re (IRBR3) deu mais um passo na busca por recuperar a credibilidade dos investidores ao anunciar a seleção de um novo diretor Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores.
Willy Otto Jordan Neto assumirá a posição de CFO assim que sua posse for autorizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), informou a IRB em comunicado.
O atual CFO da empresa, Werner Romera Süffert, seguirá na função até que a posse de Jordan Neto seja autorizada.
O currículo de Jordan Neto
Jordan Neto tem graduação em Economia pela PUC-Rio e mestrado pela EPGE/FGV. A IRB ressalta a experiência de mais de 20 anos de seu novo CFO na gestão de empresas financeiras e não financeiras.
Ele tem passagens pelos altos escalões do Banco Luso Brasileiro, da Cetip e do Banco Pan, além de ter trabalhado na Suzano, na SAB Trading e no Itaú.
Crise de credibilidade
A escolha de um novo CFO é o mais recente capítulo da saga do IRB na tentativa de recuperar sua credibilidade junto aos agentes do mercado financeiro.
Em setembro, a resseguradora elegeu seu primeiro diretor-presidente efetivo em seis meses. Empossado no início deste mês, Raphael Afonso Godinho de Carvalho sucedeu Wilson Toneto, que permaneceu na companhia como diretor vice-presidente técnico e de operações da empresa.
Coleção de polêmicas
O IRB atravessa uma crise profunda há mais de um ano e meio. Os papéis ON (IRBR3) da resseguradora acumulam perda de mais de 80% desde fevereiro do ano passado, quando eram cotados acima dos R$ 40 por ação.
As ações da empresa de resseguros chegaram ao fim do pregão de ontem a R$ 5,22. Hoje, IRBR3 era uma das únicas altas no Ibovespa na primeira hora de pregão, avançando 1,5%.
A derrocada do IRB começou quando a corretora Squadra publicou uma carta que abriu o caminho para a descoberta de fraudes contábeis bilionárias.
Não bastasse a fraude, em março do ano passado, diretores do IRB declararam falsamente que a Berkshire Hathaway, holding que concentra os investimentos do bilionário Warren Buffett, teria aproveitado a queda após o escândalo denunciado pela Squadra para comprar ações da resseguradora.
Mais recentemente, no início de 2021, os papéis do IRB voltaram a ser envolvidos em polêmica depois que pequenos investidores deram início a um movimento para emular no IRBR3 um movimento similar (short squeeze) ao que impulsionou as ações da GameStop no início de 2021.