Mesmo após a Binance corrigir as irregularidades apontadas pela a Autoridade de Condução Financeira (FCA), a autarquia, que regula o sistema financeiro do Reino Unido, decidiu manter a proibição às operações da filial britânica da maior corretora de criptomoedas do mundo.
O regulador, que equivale à nossa Comissão de Valores Mobiliários (CVM), já havia expressado publicamente, em 24 de junho, preocupações com a atuação da empresa, que teria se "recusado" a fornecer informações básicas sobre serviços, produtos e riscos associados a eles.
Na época, a FCA destacou que a corretora não possuía as autorizações necessárias para atuar no país e decretou a suspensão das atividades. A decisão foi considerada o primeiro grande cerco regulatório contra grandes atores do setor de criptoativos.
Em uma atualização ao comunicado, divulgada nesta quarta-feira (25), a autarquia reconheceu que a Binance cumpriu todos os requisitos solicitados, mas reforçou que a companhia “ainda é incapaz de conduzir operações reguladas no Reino Unido”.
Problemas não param no Reino Unido
As atividades da corretora de criptomoedas também estão no radar de autoridades financeiras de outros países, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Holanda e Brasil. Após uma notificação da CVM em julho, a Binance deixou de oferecer a negociação de contratos futuros por aqui, pois não possuía autorização para operações do tipo.
Ainda no mesmo mês, a Itália também se juntou ao grupo e impôs restrições. A agência reguladora italiana Consob afirmou que a exchange não tem autorização para oferecer serviços financeiros no país.
A Consob estendeu o alerta para os ativos criptográficos em geral, alegando que a negociação "pode implicar na perda total das somas de dinheiro investidas", e destacou a alta volatilidade e complexidade, além de "mau funcionamento e ciberataques”.
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Investigação criminal
Já nos Estados Unidos, o problema vai além de imbróglios com reguladores e foi parar na esfera criminal. A Binance está sob investigação do Departamento de Justiça e Receita Federal dos Estados Unidos, com suspeitas de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Desde 2019, a empresa não oferece mais serviços de trading de criptomoedas para quem mora nos Estados Unidos. Entretanto, existem suspeitas de que a exchange tenha clientes em solo americano.
De acordo com o governo americano, a corretora tem conseguido escapar das acusações por não estar sediada no país. A Binance tem sede corporativa em Cingapura e escritórios nas Ilhas Cayman.