Conta de luz faz inflação desacelerar em janeiro e vir abaixo do esperado
IPCA registra alta de 0,25% no mês passado, interrompendo quatro meses consecutivos de altas escalonadas, segundo IBGE
![Equatorial](https://media.seudinheiro.com/uploads/2020/08/shutterstock_211145917-e1623663704136-715x402.jpg)
Após quatro meses de altas escalonadas, a inflação deu uma desacelerada neste começo de ano, vindo inclusive abaixo das expectativas do mercado, puxada pela queda no preço da energia elétrica.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação do país, registrou uma alta de 0,25% em janeiro, 1,10 ponto percentual (p.p.) abaixo da leitura de dezembro (1,35%), segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este foi o menor índice desde agosto, quando foi registrada uma leitura de 0,24%, e veio abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast com economistas, de 0,30%. As expectativas variavam de 0,24% a 0,54%.
Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 4,56%, acima dos 4,52% observados nos 12 meses anteriores.
Eletricidade mais em conta
Segundo o IBGE, a mudança de bandeira nas contas de eletricidade foi o principal fator que ajudou a segurar a inflação em janeiro, junto com as quedas nos preços de passagens aéreas.
O item energia elétrica apresentou recuo de 5,60% em janeiro, tendo o maior efeito negativo sobre o índice no mês, de 0,26 p.p. Isto ajudou a provocar uma deflação de 1,07% no grupo Habitação, do qual esse item faz parte, compensando a alta em outros componentes, como o gás encanado (0,22%) e a taxa de água e esgoto (0,19%)
“Após a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, passou a vigorar em janeiro a bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,243 por cada 100 quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$ 1,343”, disse, em nota, o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Alimentos e bebidas continuaram a puxar os preços para cima em janeiro, mas com menos força. Este item subiu 1,02%, menos que o avanço de 1,74% apurado em dezembro.
“Os alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% no mês anterior, variaram 1,06% em janeiro. As frutas subiram menos (2,67% contra 6,73% em dezembro) e as carnes caíram de preço (-0,08% contra alta anterior de 3,58%), assim como o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%). Por outro lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%), que haviam recuado no mês anterior, aumentaram”, afirmou Kislanov.
Já a alimentação fora do domicílio seguiu movimento inverso, passando de 0,77% em dezembro para 0,91% em janeiro.
O custo dos Transportes (0,41%), grupo com o segundo maior peso no IPCA, também desacelerou frente ao mês anterior (1,36%), devido à queda no preço das passagens aéreas (-19,93%), cujos preços haviam subido 28,05% em dezembro.
Já os combustíveis (2,13%) apresentaram variação superior à do mês passado (1,56%), com destaque para a gasolina (2,17%) e o óleo diesel (2,60%).
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