🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Dólar, Bolsa e NTN-B

31 de março de 2021
10:25 - atualizado às 19:36
Nota de dólar queimando, simbolizando a inflação
Nota de dólar queimando - Imagem: Shutterstock

Eliminamos a inflação inercial e a inflação estrutural no Brasil com uma reforma monetária. Foi mais ou menos assim que Gustavo Franco encerrou sua coluna no Estadão no último domingo. Não foram exatamente essas palavras, mas o espírito era esse.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Há algo muito particular no Brasil: achamos que tudo nos é muito particular. Encontramos jabuticabas em tudo que é lugar. Não havia nada muito idiossincrático na inflação brasileira. Ela era, como qualquer outra, um fenômeno monetário. Esta é a natureza da inflação: a perda de valor da moeda ou a mera desconfiança na perda de seu valor, o que acaba dando no mesmo, porque vira uma profecia autorrealizável.

Quando Ray Dalio nos diz algo tão simples e direto quanto “compre qualquer coisa”, ele está basicamente nos alertando para a deterioração do valor do dinheiro.

Contaminados pelo viés de representatividade, tomamos a ausência de inflação nos últimos anos no mundo como uma evidência de que não haverá inflação nunca mais. Não é porque passamos por um período de aquecimento global que não teremos mais temporadas de menor atividade solar. É uma falácia lógica. Bom, mas essa é outra história.

Desde a crise de 2008 e, à época, a proposta até heterodoxa de Ben Bernanke de enveredarmos pelo quantitative easing, ou seja, a agressiva compra de títulos no mercado pelos bancos centrais, as autoridades monetárias têm sido muito felizes em gerar reflação de ativos financeiros, mas menos bem-sucedidas para fomentar a inflação. Como diria André Jakurski, o fenômeno nem é tanto uma alta dos mercados, mas uma queda do dinheiro. O bull market pós-subprime é, em grande medida, o bear market da moeda fiduciária. O dinheiro perde valor contra ativos financeiros, mas não tanto frente aos produtos e serviços do mercado de bens.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A hipótese talvez mais popular e conhecida para explicar a ausência de inflação no mundo seja aquela recuperada por Larry Summers e originalmente proposta por Alvin Hansen para contexto da Grande Depressão: os países desenvolvidos sofrem de excesso de poupança, basicamente por conta da demografia e da tecnologia.

Leia Também

Com a população ficando mais velha, o nível de consumo geral cai. Idosos já consomem menos. E se você sabe que vai viver por muito mais tempo, inclusive por um longo período com menor capacidade de trabalho, já começa a poupar hoje.

Ao mesmo tempo, a tecnologia permite que, com muito menos capital, possamos fazer muito mais coisa. A demanda por investimentos (e por fundos emprestáveis) cai muito. A tecnologia é deflacionária. Com dois cliques, você descobre o preço mais baixo do mundo para seu vinho favorito na quarentena.

Daí basta recorrer aos chamados processos cumulativos de Wicksell e aplicar o conceito. Chegamos a taxas de juro muito baixas, inclusive com os juros de equilíbrio em território (bem) negativo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A resposta de política econômica corretamente prescrita seria aumento do gasto público. Mas perceba que, embora a expansão monetária tenha sido gigantesca em resposta à grande crise de 2008, não houve a mesma ação coordenada e profunda em âmbito fiscal.

Agora, porém, é o contrário. Até mesmo a Europa, que não fazia nada de fiscal desde 2010, com alguns países inclusive indo na direção contrária, passa a fazer com vigor e ordenamento agora.

Portanto, se as hipóteses teóricas aqui descritas encontram, de fato, ressonância na prática, então teremos uma situação diferente daquela dos últimos anos. Convergiríamos para taxas de juro de equilíbrio mais altas e inflação mais alta também. 

Isso exige, claro, um novo posicionamento de carteiras.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ações, representando pedaços de empresas, são ativos reais e, portanto, andam bem em períodos de inflação (contanto que ela esteja razoavelmente controlada e não cause esgarçamento do tecido social ou grande desequilíbrio macro). Lucros andam nominalmente (principalmente para quem tem “pricing power”) e, portanto, os preços das ações devem andar na mesma proporção; caso contrário, há compressão de múltiplos. Para manter o mesmo Preço/Lucro, as duas coisas devem caminhar juntas. 

Dois elementos principais reforçam minha visão prospectiva favorável às ações, apontando aqui a possibilidade de termos uma alta súbita e vigorosa em poucos meses, conforme caminhemos com a vacinação e a retomada cíclica da economia. 

Martín Escobari, da GA, tem uma metáfora apropriada para o momento. Ele costuma dizer que é razoavelmente fácil descobrir o que vai acontecer no Brasil. Basta você saber o que rolou nos EUA e trazer para nosso contexto. Olhe Miami agora. Está tudo lotado. Restaurantes, bares, lojas. Olhe o comportamento das ações do “kit aglomeração”. Muito shopping dobrou em poucos meses. Aqui vai ser igualzinho.

O segundo grande argumento é valuation. Estamos bem atrás da maior parte das Bolsas internacionais (com os devidos deméritos, fique claro). O P/L médio de nossas ações projetado para os próximos 12 meses está um desvio-padrão abaixo da média histórica. E o prêmio de risco das ações sobre a renda fixa, a depender do cálculo, chega a dois desvios-padrão da média.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na renda fixa, títulos que perdem com a alta da inflação devem ser preteridos. NTN-Bs me parecem particularmente interessantes agora. Se as coisas forem bem, esse nominal longo precisa ceder. Se as coisas forem mal, entramos em dominância fiscal e o Banco Central acaba financiando a dívida com inflação. Não há saída. Você é forçado a perder a batalha para a inflação e financiamos a dívida do pior jeito possível, via senhoriagem.

A contrapartida à inflação é a perda do valor da sua moeda. O dólar contra o real é uma variável nominal também e isso pode subir muito mais do que nossas cabecinhas lineares gostariam de supor. 

Resumo para o segundo trimestre: Bolsa, dólar e NTN-B. Em plena pandemia, não dá para apreciar nada com moderação.

E, para encerrar o trimestre, convido os três leitores desta newsletter para a nossa tradicional live do Carteira Empiricus e do Carteira Universa, hoje, às 19 horas, no canal da Vitreo no YouTube. Só chegar. Puxa uma cadeira, abre o vinho. Papo dos bons.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
WARREN DAY 2025

“O Brasil está desandando, mas a culpa não é só do Lula”. Gestores veem sede de gastos no Congresso e defendem Haddad

18 de agosto de 2025 - 18:31

Gestores não responsabilizam apenas o governo petista pelo atual nível da pública e pelo cenário fiscal do país — mas querem Lula fora em 2026 mesmo assim

BOLSA FAMÍLIA

Caixa começa a pagar Bolsa Família de agosto; confira o calendário

18 de agosto de 2025 - 9:55

Cerca de 19,2 milhões de famílias receberão o benefício em agosto; valor mínimo é de R$ 600, com adicionais que podem elevar a renda mensal

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um colchão mais duro para os bancos e o que esperar para os mercados hoje

18 de agosto de 2025 - 8:08

No cenário global, investidores aguardam negociações sobre um possível fim da guerra na Ucrânia; no local, Boletim Focus, IGP-10 e IBC-Br

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: reta final da temporada de balanços, Jackson Hole e Fed nos holofotes; confira os principais eventos da semana

18 de agosto de 2025 - 7:03

XP fecha a temporada de balanços enquanto dados-chave no Brasil, Fed, China e Europa mantém agenda da semana movimentada

LOTERIAS

Lotofácil 3472 pode pagar quase R$ 2 milhões hoje; Quina, Lotomania e Dupla Sena oferecem prêmios maiores

18 de agosto de 2025 - 6:48

Lotofácil e Quina têm sorteios diários; Lotomania, Dupla Sena e Super Sete correm às segundas, quartas e sextas-feiras

REPORTAGEM ESPECIAL

O colchão da discórdia: por que o CEO do Bradesco (BBDC4) e até a Febraban questionam os planos do Banco Central de mudar o ACCP

18 de agosto de 2025 - 6:19

Uma mudança na taxa neutra do ACCP exigiria mais capital dos bancos e, por consequência, afetaria a rentabilidade das instituições. Entenda o que está na mesa do BC hoje

NOVOS FUNDAMENTOS

Reformas, mudanças estruturais e demográficas podem explicar resiliência do emprego

17 de agosto de 2025 - 14:39

Mercado de trabalho brasileiro mantém força mesmo com juros altos e impacto de programas sociais, apontam economistas e autoridades

BOMBOU NO SD

Carteira dos super-ricos, derrocada do Banco do Brasil (BBAS3) e o sonho sem valor dos Jetsons: confira as notícias mais lidas da semana

17 de agosto de 2025 - 9:45

A nostalgia bombou na última semana, mas o balanço financeiro do Banco do Brasil não passou despercebido

NAS ALTURAS

Quanto vale um arranha-céu? Empresas estão de olho em autorizações para prédios mais altos na Faria Lima

16 de agosto de 2025 - 13:20

Incorporadoras e investidores têm muito apetite pelo aval Cepac, com o intuito de concretizar empreendimentos em terrenos que já foram adquiridos na região

FARRA SERTANEJA

Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais: confira o line-up, os horários e tudo o que você precisa saber sobre o Farraial 2025

16 de agosto de 2025 - 7:30

A 8° edição do Farraial ocorre neste sábado (16) na Arena Anhembi com Luan Santana, Ana Castela, Belo e mais

BRICS PAY

Brics acelera criação do ‘Pix Global’ e preocupa Trump; entenda o Brics Pay e o impacto no dólar

15 de agosto de 2025 - 16:23

Sistema de liquidação financeira entre países do bloco não cria moeda única, mas pode reduzir a dependência do dólar — e isso já incomoda os EUA

BOLADA CERTA

Mega-Sena 2901 acumula em R$ 55 milhões; Quina 6800 premia bolão; e Lotofácil 3469 faz novo milionário — veja os resultados 

15 de agosto de 2025 - 8:38

Bolão da Quina rende mais de R$ 733 mil para cada participante; Mega-Sena acumula e Lotofácil premia aposta de Curitiba.

NOVAS CONTINGÊNCIAS

Governo busca saída para dar mais flexibilidade ao seguro e crédito à exportação, diz Fazenda

13 de agosto de 2025 - 18:51

As medidas fazem parte das estratégias para garantir o cumprimento das metas fiscais frente às tarifas de 50% de Donald Trump

AGROFORUM BTG PACTUAL

“Brasil voa se tiver um juro nominal na casa de 7%”, diz Mansueto Almeida — mas o caminho para chegar lá depende do próximo governo

13 de agosto de 2025 - 16:10

Inflação em queda, dólar mais fraco e reformas estruturais dão fôlego, mas juros ainda travam o crescimento — e a queda consistente só virá com ajuste fiscal firme

BRASIL SOBERANO

As armas de Lula contra Trump: governo revela os detalhes do plano de contingência para conter o tarifaço

13 de agosto de 2025 - 13:57

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (13) a medida provisória que institui o chamado Programa Brasil Soberano; a MP precisa passar pela Câmara e pelo Senado

LOTERIAS

Lotofácil 3467 tem 17 ganhadores, mas só dois ficam milionários; Mega-Sena 2900 acumula

13 de agosto de 2025 - 9:15

A sorte bateu forte na Lotofácil 3467: três apostas cravaram as 15 dezenas, mas só duas delas darão acesso ao prêmio integral

O SOCORRO VEM AÍ

Plano de contingência está definido: Lula anuncia hoje pacote de R$ 30 bilhões para empresas atingidas pelo tarifaço; confira o que se sabe até agora

13 de agosto de 2025 - 7:34

De acordo com Lula, o plano de contingência ao tarifaço de Trump dará prioridade às menores companhias e a alimentos perecíveis

CAFEZINHO NA VEIA

Preço do café cai pela primeira vez depois de 18 meses — mas continua nas alturas

12 de agosto de 2025 - 15:48

Nos 18 meses anteriores, a alta chegou a 99,46%, ou seja, o produto praticamente dobrou de preço

TOUROS E URSOS #234

O Ibovespa depois do tarifaço de Trump: a bolsa vai voltar a brilhar?

12 de agosto de 2025 - 13:28

No podcast desta semana, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, analisa o cenário da bolsa brasileira e aponta os principais gatilhos que podem levar o Ibovespa a testar novas máximas ainda em 2025

ESTREITAMENTO DE LAÇOS

Lula ligou para Xi Jinping em meio ao tarifaço de Trump. Saiba o que rolou na ligação com o presidente da China

12 de agosto de 2025 - 12:52

Após o aumento da alíquota imposta aos produtos brasileiros pelo republicano, o petista aposta na abertura de novos mercados

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar