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‘Semana dos BCs’ traz volatilidade aos negócios e bolsa fecha no vermelho; dólar vai a R$ 5,68

imagem mostra setas de queda e alta entrelaçadas, indicando volatilidade dos mercados e da bolsa

O ano ainda não chegou ao fim, mas a proximidade das festas de Natal e Ano Novo promete desacelerar o ritmo do mercado financeiro nas próximas duas semanas.

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Mas a página de 2021 já está virada — pelo menos quando o assunto é a forma de atuação dos bancos centrais ao redor do mundo para combater a inflação herdada da crise do coronavírus, mesmo que a pandemia ainda pareça longe de um fim definitivo.

A alta volatilidade vista nos mercados globais nesta semana reflete o peso que a agenda dos últimos dias teve para a recalibragem de expectativas para o ano que virá e a digestão lenta por parte dos investidores.

Os bancos centrais do Brasil, dos Estados Unidos, da Europa, da Inglaterra, do Japão e diversos outros países emergentes abandonaram categoricamente a leitura de que a pressão inflacionária se trata de um processo transitório. Os estímulos monetários, abundantes nos últimos dois anos, começam a ser retirados, e as taxas de juros em breve se afastarão das mínimas históricas.

São muitas informações a serem levadas em consideração, principalmente porque as novas diretrizes de política monetária não estão escritas em pedra. Caso a ômicron ou outras variantes do coronavírus se tornem ameaças mais sérias ou a economia volte a vacilar, os planos podem ser revistos.

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É por isso que as leituras do novo cenário ainda estão incompletas, e a volatilidade deve persistir enquanto esta for a realidade. Acompanhando a forte queda vista no mercado americano, o Ibovespa encerrou o dia com um recuo de 1,04%, aos 107.200 pontos, mesmo com o bom desempenho das commodities metálicas. Na semana, as perdas totalizaram 0,52%.

A tendência de que o capital migre para moedas mais fortes ou ativos como os títulos do Tesouro americano pressionou o dólar ao longo de toda a semana, mas o Banco Central brasileiro interveio para tentar segurar a cotação da moeda americana.

Ainda assim, o dólar à vista avançou 1,26% na semana, indo a R$ 5,6850. Analistas apontam que a leve alta desta sexta-feira, de 0,10%, foi influenciada pelo ingresso pontual de recursos no país.

No balanço dos BCs

Os últimos dois dias foram marcados pela postura mais agressiva (hawkish, no jargão do mercado) dos Bancos Centrais pelo mundo contra a inflação.

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É verdade que cada país terá um caso específico. Os emergentes, por exemplo, iniciaram o ciclo de alta nos juros antes dos países mais desenvolvidos. 

Nos Estados Unidos, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, lidera uma ofensiva de retirada de estímulos monetários acelerada e já avisou que, caso a estratégia não funcione para conter a inflação, a elevação da taxa de juros é o próximo passo.

Já o Banco Central Europeu (BCE) diz não ver espaço para uma alta de juros no próximo ano, e o Banco da Inglaterra (BoE, em inglês) foi para o tudo ou nada e elevou a taxa básica de 0,1% para 0,25%.

Quem fechou a fila de posicionamentos dos BCs pelo mundo foi o Banco Central do Japão (BoJ, me inglês), que anunciou a retirada de estímulos da economia e manteve a taxa de juros inalterada.

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Depois dos precatórios…

A PEC dos precatórios foi aprovada esta semana na Câmara dos Deputados e abriu o tão desejado espaço para o programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. O texto foi fatiado na Casa e, no total, deve disponibilizar cerca de R$ 106 bilhões no Orçamento de 2022.

Entretanto, cálculos de congressistas da oposição indicam que R$ 62,2 bilhões são suficientes para manutenção do programa social, e o restante seria usado para inflar as chamadas emendas do relator (ou RP9), mecanismo essencial para o orçamento secreto. 

Outro ponto que pesou no desempenho dos juros futuros na sessão desta sexta-feira foi a derrubada do veto presidencial sobre o valor do fundo eleitoral. Depois de passar pela Câmara, o fundo poderá chegar a quase R$ 6 bilhões em 2022.

CÓDIGONOME ULT  FEC 
DI1F22DI jan/229,14%9,15%
DI1F23DI jan/2311,75%11,70%
DI1F24DI jan/2411,09%10,99%
DI1F25DI Jan/2510,75%10,63%
DI1F26DI Jan/2610,62%10,47%
DI1F27DI Jan/2710,65%10,50%

Sobe e desce do Ibovespa

As ações dos frigoríficos foram o principal destaque da semana. Após meses de restrição, a China voltou a liberar a importação de carne brasileira, uma notícia importante para o setor. Além disso, as ações da BRF avançaram com os planos da companhia de realizar uma nova oferta de ações bilionária

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O alívio na curva de juros recente foi favorável para que empresas ligadas ao consumo doméstico se recuperassem das quedas recentes. Confira as maiores altas da semana:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO SEMANAL
BEEF3Minerva ONR$ 9,9015,12%
LAME4Lojas Americanas PNR$ 5,8912,19%
AMER3Americanas S.AR$ 31,329,89%
MRFG3Marfrig ONR$ 23,798,04%
BRFS3BRF ONR$ 21,677,70%

Confira também as maiores quedas do período:

CÓDIGONOMEVALORVARIAÇÃO SEMANAL
BPAN4Banco Pan PNR$ 10,52-21,96%
BIDI11Banco Inter unitR$ 30,32-19,17%
BIDI4Banco Inter PNR$ 10,26-17,32%
CASH3Meliuz ONR$ 3,21-16,62%
GETT11Getnet unitsR$ 3,40-12,82%

Vale destacar que alguns terminais e bancos de dados colocam a Bradespar (BRAP4) como a maior queda da semana, mas o movimento visto nesta sexta-feira (17) não passou de um ajuste.

Como parte do processo de redução do capital social da empresa, ações da Vale serão distribuídas aos acionistas. O preço de tela refletiu essa mudança. A Julia Wiltgen explica mais sobre o caso nesta matéria. 

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