🔴 EVENTO GRATUITO: COMPRAR OU VENDER VALE3? INSCREVA-SE

Estadão Conteúdo
efeito coronavírus

Filiais transferem US$ 30,6 bilhões para socorrer caixa de multinacionais brasileiras

Deste montante, US$ 19,9 bilhões vêm da venda de participações em negócios no exterior – ou seja, desinvestimentos em subsidiárias onde grupos sediados no Brasil detêm

Imagem: Shutterstock

As multinacionais brasileiras estão recorrendo a filiais no exterior para recompor buracos abertos em seus caixas pelo choque do coronavírus. Num refluxo de capital sem precedentes a um período tão curto de tempo, empresas com negócios fora do Brasil repatriaram, desde a chegada da pandemia, US$ 30,6 bilhões que estavam em subsidiárias internacionais. Pela cotação de fechamento da quarta-feira, 29, a cifra, que entrou no País de março a junho, beira os R$ 160 bilhões.

Deste montante, US$ 19,9 bilhões vêm da venda de participações em negócios no exterior - ou seja, desinvestimentos em subsidiárias onde grupos sediados no Brasil detêm, ou detinham, mais de 10% do capital.
Para especialistas, a maior propensão dos investidores a assumir ativos de risco - alimentada pelo contexto de alta liquidez e juros em mínimas históricas - abriu uma porta de saída em mercados internacionais que está sendo usada num momento em que as empresas precisam de caixa.

Nas estatísticas atualizadas mensalmente pelo Banco Central (BC) desde janeiro de 1995, março, abril e maio deste ano aparecem entre os quatro meses com maior registro de desinvestimentos de companhias brasileiras no exterior. Trata-se, portanto, de um movimento que ganhou proporções atípicas no período de maior impacto da pandemia do coronavírus na economia.

Outra fonte de liquidez, que também bateu recordes na atual crise, é a transferência do lucro obtido pelas multinacionais brasileiras no exterior. Nos últimos quatro meses, US$ 6,8 bilhões irrigaram o caixa das empresas sediadas no Brasil por este canal, sendo março e abril os meses com os maiores registros nas estatísticas do BC.

Para completar, outros US$ 3,8 bilhões chegaram via transferências feitas na forma de empréstimos das filiais a suas matrizes no Brasil. Esta é uma corrente que costuma ganhar força em períodos de crise ou incertezas, quando o custo de capital fica comparativamente caro no País e as empresas correm atrás de fontes mais baratas no exterior.

Os números, que constam do balanço de contas externas do BC, já descontam os fluxos que saem na direção contrária: os investimentos feitos por companhias brasileiras no exterior e as amortizações de empréstimos feitos no passado pelas filiais. Ou seja, as transferências estão em valores líquidos.

De volta pra casa. A leitura de analistas que acompanham movimentos de empresas no exterior é de que a pandemia, com a consequente paralisação de atividades consideradas não essenciais na fase de quarentena, levou as empresas a "trazer para casa" recursos que não estão sendo aproveitados no exterior, já que investimentos também foram congelados em mercados internacionais.

Fora isso, com o dólar valorizado, acima de R$ 5, há um incentivo para as empresas internalizarem esses recursos, já que a transferência traz ganhos cambiais.

"Junto com a crise, que afetou brutalmente o caixa das empresas, temos um quadro de juros baixos e alta liquidez internacional fazendo o mercado ser mais comprador neste momento, o que, consequentemente, facilita as transferências de capital. Ao mesmo tempo, há disponibilidade de recursos acumulados após anos de internacionalização das empresas. Agora, num momento de insuficiência de caixa no Brasil, elas podem resgatar esses dólares a um câmbio favorável. É a tal tempestade perfeita", comenta Robson Gonçalves, consultor e professor dos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O especialista diz, porém, que o regresso de dinheiro ao Brasil não teria a dimensão que tomou se houvesse uma perspectiva positiva que justificasse investimentos no exterior.

Ondas de transferência de capital das filiais no exterior para as matrizes no Brasil não são incomuns em momentos de instabilidade na política ou na economia. Nesta crise, porém, o movimento chama a atenção pelo volume alcançado em pouco espaço de tempo.

Na última recessão (2015/2016), operações do tipo também ganharam força, porém foram necessários 31 meses - de junho de 2014 a dezembro de 2016 - para as transferências ultrapassarem US$ 32 bilhões. Desta vez, em apenas quatro meses, elas já superavam US$ 30 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Compartilhe

BOLETIM FOCUS

“Efeito Campos Neto” leva a reviravolta nas projeções para a Selic no fim deste ano

23 de abril de 2024 - 10:14

Em apenas uma semana, a expectativa para a Selic em dezembro passou de 9,13% para 9,50% ao ano, de acordo com o último boletim Focus

LOTERIAS

Haja sorte: Lotofácil tem dois ganhadores — e eles apostaram na mesma cidade! Quina e Lotomania acumulam

23 de abril de 2024 - 9:33

Duas apostas cravaram as 15 dezenas da sorte no concurso 3085 da Lotofácil. Saiba de onde vieram os bilhetes vencedores e os números sorteados na loteria

DE OLHO NAS REDES

“É mais fácil acreditar no Papai Noel do que na meta fiscal do governo Lula”: chances de superávit foram praticamente anuladas

22 de abril de 2024 - 20:39

“É mais fácil encontrar alguém que acredite em Papai Noel do que na meta zero do Lula”. É assim que o editor do Seu Dinheiro, Vinicius Pinheiro, introduz seu eleito ao Urso da semana, no mais recente episódio do podcast Touros e Ursos.  Quem levou a menção nada honrosa foi o arcabouço fiscal, “que deu […]

DE OLHO NAS REDES

Juros não estão sendo capazes de colocar a economia dos EUA de joelhos e quem ‘paga o pato’ somos nós — e o resto do mundo

22 de abril de 2024 - 17:45

Em sua mais recente participação no podcast Touros e Ursos, nossa equipe conversou com o CIO da Empiricus Gestão, João Piccioni, sobre dois temas: as tensões cada vez mais acirradas no Oriente Médio e os juros nos EUA.  Sobre o primeiro tópico ele foi claro ao dizer que o mercado não se importou tanto com […]

RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA

Desenrola para MEI: Entenda como vai funcionar o Descomplica Pequenos Negócios

22 de abril de 2024 - 15:20

O ‘Desenrola para MEI’ faz parte do projeto Acredita, que possui quatro eixos para incentivar o empreendedorismo no país

Imposto de volta

Receita abre nesta terça (23) consulta ao lote residual de restituição do imposto de renda do mês de abril de 2024; veja quem vai receber

22 de abril de 2024 - 11:00

Serão contemplados 353.348 contribuintes, a maioria prioritários, com um valor de R$ 457.737.780,06

AGENDA DE RESULTADOS

Temporada de balanços 1T24: Confira as datas das divulgações e horários das teleconferências das principais empresas da B3

22 de abril de 2024 - 6:41

Divulgação dos balanços do 1T24 começa ainda em abril e as principais empresas de capital aberto vão divulgar seus resultados a partir de maio

EM INVESTIGAÇÃO

Ação na Justiça brasileira contra Elon Musk pede indenização bilionária após ‘cabo de guerra’ com ministro Alexandre de Moraes

21 de abril de 2024 - 16:45

A Defensoria Pública da União ajuizou uma ação cível pública contra o dono do X (antigo Twitter) por danos morais e sociais

SELIC MAIOR?

Inflação: sucessor de Campos Neto deve enfrentar a ‘velha inimiga’ mais forte em 2025

21 de abril de 2024 - 15:17

Mandato do atual presidente do Banco Central termina em dezembro deste ano; a inflação acima da meta deve continuar a ser uma ‘pedra no sapato’ para o BC

LOTERIAS

Novo milionário da vez: Um aposta acerta a Mega-Sena e leva mais de R$ 100 milhões para casa; veja qual foi a cidade premiada

21 de abril de 2024 - 10:19

Outras 145 apostas acertaram a Quina, com o prêmio de mais de R$ 40 mil; o valor estimado para o próximo sorteio é de R$ 3,5 milhões

Fechar
Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Continuar e fechar