Impressão de dinheiro por governos na crise deve favorecer bitcoin, diz CEO da Binance
Postura deflacionária do bitcoin pode fazer com que criptomoeda mantenha o valor durante períodos de crise, afirma Changpeng Zhao, também conhecido como “CZ”

Da tela do computador, Changpeng Zhao (também conhecido como "CZ"), CEO da Binance, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, acompanhou o bitcoin e outros criptoativos serem colocados à prova no último mês.
Na ocasião, nem mesmo a criptomoeda mais famosa do mundo passou ilesa pela crise de liquidez aguda que tem afetado o mercado, apesar de ser considerada descorrelacionada dos ativos tradicionais.
Para Zhao, a razão para a queda pode estar na falta de adoção por parte de boa parte dos governos.
“A criptomoeda não foi vista como porto seguro durante a crise [do coronavírus], especialmente por conta da falta de adoção [dos países]. Ela poderia ter funcionado como reserva de valor durante colapsos financeiros tradicionais, mas em muitos países ainda não é possível comprar com criptoativos”, disse o CEO.
Em entrevista por e-mail ao Seu Dinheiro, Zhao diz que ainda acredita que o bitcoin e os fundamentos das criptomoedas estão bastante fortes e presentes.
Ele destacou que a "impressão de dinheiro" feita pelos governos para estimular as economias pode levar a uma inflação das moedas fiduciárias. E que pelo fato de o bitcoin possuir uma postura mais deflacionária – a quantidade do criptoativo diminui ao longo do tempo, isso pode fazer com que ele consiga manter o seu valor durante períodos de crise, de forma melhor.
Leia Também
As apostas altas no universo das criptomoedas não são à toa e fizeram com que a exchange lançasse, inclusive, um token próprio um tempo atrás. Hoje, a Binance Coin está entre os nove ativos de maior capitalização no mercado mundial de moedas digitais, segundo dados do site CoinMarketCap.
Confira a seguir a entrevista com o CEO da exchange, que recentemente passou a aceitar depósitos em reais e que pretende investir cada vez mais no Brasil, ainda que não tenha relevado detalhes do plano:
Por que o bitcoin foi afetado pelo movimento de venda de ativos agora em março, já que é esperado que ele funcione como porto seguro?
A pandemia basicamente parou a economia global e causou pânico, que nunca é um bom cenário para qualquer tipo de investimento ou ativo. Mas eu acredito que o coronavírus é apenas um "gatilho" que reforça que a nossa economia global deve ser mais forte ou pelo menos mais resiliente para suportar alguns choques.
A criptomoeda não foi vista como porto seguro durante a crise especialmente por conta da falta de adoção. Ela poderia ter funcionado como reserva de valor durante colapsos financeiros tradicionais, mas em muitos países ainda não é possível comprar com criptoativos.
Os fundamentos do bitcoin continuam os mesmos?
Eu acredito que o fundamento do bitcoin e das demais criptomoedas permanece extremamente forte. Com a quantidade de dinheiro que está sendo injetada pelos países [na economia] ao redor do mundo, a gente pode esperar uma significativa inflação para as moedas fiduciárias. Levando em consideração que o bitcoin possui um caráter deflacionário [a quantidade de bitcoins diminui ao longo do tempo], ele poderá manter o seu valor de forma melhor durante esse período.
Além da crise, quais são os principais riscos para as criptomoedas neste ano? O que pode levar à queda na cotação?
Em termos de preços, quem vende pode fazer com que o preço caia, quem compra pode fazer com que o preço suba. A força relativa de cada lado no mercado é quem vai determinar seu preço. Algumas pessoas podem estar vendendo bitcoin porque seus investimentos em ações caíram e precisam de dinheiro [caixa]. Outra pessoa pode estar vendendo suas ações para comprar mais bitcoin, porque ela acredita que há uma recessão. Logo, a moeda fiduciária vai se desvalorizar e manter o bitcoin é melhor. É muito difícil identificar um motivo específico e riscos no cenário.
Como as eleições americanas podem afetar o mercado de criptomoedas neste ano e no próximo?
Se os EUA elegerem um presidente "mente aberta" que entenda de tecnologia, a inovação acontecerá de forma um pouco mais rápida. Caso contrário, os Estados Unidos poderão ficar para trás do resto do mundo na adoção de criptomoedas. Mas, às vezes, o inverso também pode acontecer. Vimos países de "mente mais fechada" em que a adoção do bitcoin é especialmente alta. Então, você nunca sabe.
Qual é a sua expectativa para o halving (evento que reduz pela metade a recompensa pela mineração do bitcoin, o que diminui a emissão de moeda ao longo dos anos?
A expectativa é semelhante a dos anos anteriores [em 2012 e 2016] em que o halving ocorreu pelas mesmas razões. A taxa de novos suprimentos de bitcoin que chegam ao mercado está diminuindo e a demanda pelo criptoativo continua aumentando.
Por que o preço do bitcoin ainda não teria se adaptado ao halving?
Costumo dizer que a história pode não prever o futuro e que o fato de existir uma correlação entre duas coisas não prova que existe causalidade. Os mercados são ineficientes, pelo menos historicamente. Em 2012 e 2016, o preço do bitcoin não disparou logo após o halving. Uma das razões é que a maioria das pessoas na indústria de criptomoedas provavelmente não entende o que é esse fenômeno. E quase ninguém de fora sabe o que isso significa. Os mercados são ineficientes. As pessoas simplesmente não entendem o que está acontecendo.
Acredita que as stablecoins podem diminuir as flutuações de preços no mercado de criptomoedas?
Hoje, existem algumas opções de stablecoins [que funcionam como representações de moedas fiduciárias tradicionais no mundo dos criptoativos], como o BUSD [que tem a cotação atrelada ao dólar], que é uma moeda estável regulada e outras como USDT e TrueUSD. Essas são realmente boas opções para aqueles que estão preocupados com as flutuações dos criptoativos e que desejam ter seu patrimônio pareado com moedas fiduciárias. Logo, elas servem como um bom meio termo para essas pessoas. O único ponto é que elas também precisam usar a tecnologia blockchain para transferir valores de um lugar para outro do mundo.
Recentemente, a SEC desaprovou a última proposta para um ETF de bitcoin. Como vê essa reprovação?
Fazer os ajustes para que uma inovação consiga se inserir em uma estrutura regulatória que não mudou muito nos últimos 90 anos é sempre um desafio. Afinal, a SEC foi formada após a crise financeira de 1929. Ter um ETF do criptoativo é bom, mas não tê-lo não acaba com os negócios. O preço do bitcoin aumentou consistentemente na última década sem ter um fundo de índice. Então, eu penso que a criptomoeda vai ficar bem com ou sem ele.
A desaprovação não pode interferir no preço da criptomoeda, ou ela já não estava mais no preço há tempos?
Foram tantas as vezes que pequenos grupos de pessoas esperaram pela aprovação e que receberam um "não" como resposta que eu sinto que os players do setor já não esperavam mais por isso (risos). Portanto, o preço já está definido. A cotação não muda com as rejeições. O preço pode subir se houver aprovação, caso isso ocorra um dia. Quem sabe.
Olhando agora um pouco para a Libra. O que acha que vai acontecer com o projeto do Facebook neste ano?
A decisão é dos reguladores dos EUA, mas o projeto Libra do Facebook educará muita gente sobre criptomoedas e várias pessoas passarão a adotá-las. Isso é bom para a indústria no longo prazo. Até onde podemos ver, o desenvolvimento da Libra ainda está a todo vapor e não ficaríamos surpresos ao vê-lo se materializar no mercado em breve.
Falando sobre o Brasil, quais foram os investimentos feitos pela Binance para tornar a plataforma mais acessível aos brasileiros, já que alguns usuários reclamam da falta de acessibilidade em português?
Estamos desenvolvendo nossas equipes locais nos principais países, como o Brasil, e em breve teremos mais pessoas para cobrir as atividades mais importantes, como depósitos em várias moedas e suporte ao usuário. Hoje, aceitamos reais por transferência bancária e cartão de crédito por meio de parceiros. Temos um grupo no Telegram para ajudar os usuários e uma equipe de pessoas que falam português. É realmente uma área de melhoria, mas estamos felizes em oferecer suporte ao cliente "24/7". Além disso, nosso site tem versão em português e estamos implementando a tradução do aplicativo que será lançada em breve. Também temos o nosso site educacional, a Binance Academy, que possui uma versão em português.
Qual é o percentual de investimento que a exchange fez no Brasil em relação aos demais países em que atua? Quanto a companhia pretende investir em 2020 e em 2021?
Temos uma pequena equipe responsável pelos mercados brasileiro e latino-americano, mas estamos contratando mais. Além disso, estamos trabalhando na tradução de todos os nossos produtos. Estamos analisando várias oportunidades de investimento no Brasil, mas eu não posso compartilhar os detalhes financeiros delas agora.
ETFs de bitcoin (BTC) nos Estados Unidos acumulam entradas de US$ 2,34 bilhões em semana de preços estagnados
Só na última semana, as entradas líquidas acumularam US$ 2,34 bilhões, de acordo com dados do SoSoValue
Tether (USDT) planeja nova stablecoin para os Estados Unidos lastreada no dólar, de acordo com CEO
Em comunicado à imprensa, a Tether afirmou que a nova moeda digital foi projetado para cumprir a Lei Genius
Por que o Itaú BBA diz que o ethereum (ETH) será o novo protagonista do ciclo de alta no mercado cripto
O entusiasmo com o ETH, segunda maior criptomoeda do mundo, se apoia em uma recuperação vertiginosa após um início de ano pouco animador
IPO da Gemini surpreende com demanda 20 vezes maior que o esperado e faz preço das ações saltarem
Setor de criptoativos virou protagonista de ofertas públicas em Wall Street em 2025, após anos de desconfiança e embates regulatórios
Com novas regras nos EUA e otimismo no mercado, confira as criptomoedas para investir em setembro
Levantamento do Crypto Times traz indicações de Foxbit, MB Research, Coinext, Bitso, QR Asset, Vault Capital, Hurst Capital e BTG Pactual
Como uma atualização na rede do ethereum (ETH) fez disparar o roubo de tokens por meio de ‘phishing’
Golpistas roubaram mais de US$ 12 milhões da rede do ethereum por meio de esquemas de phishing em agosto, um aumento de 72% em relação a julho
Cruz da Morte: o que é o padrão que ameaça distanciar ainda mais o bitcoin (BTC) da busca por novos recordes
Pouco mais de duas semanas depois de atingir sua máxima histórica, bitcoin (BTC) agora acumula queda de mais de 10%
Hackers internacionais roubam US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas na Coreia do Sul — até Jungkook, do BTS, entrou na mira
Rede de hackers desviou US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas de investidores, celebridades e executivos na Coreia do Sul
Economista brasileiro lança robô que ‘vasculha’ o mercado em busca de criptomoedas com potencial de explodir; veja
Ferramenta desenvolvida por Valter Rebelo, economista do Insper, busca identificar ativos com potencial de multiplicar investimentos
Conheça a Cronos (CRO), criptomoeda que chegou a disparar mais de 40% após aquisição bilionária do Trump Media Group
A Crypto.com, desenvolvedora da CRO, é uma das principais parceiras de cripto da administração Trump
Grupo de mídia da família Trump fecha acordo de US$ 6,4 bilhões com empresa de criptomoedas
O movimento aprofunda os laços entre os negócios do presidente dos Estados Unidos e a indústria de criptoativos
Entre cortes de juros e barulhos de Brasília: por que o desafio brasileiro não dá trégua
Crescem os sinais de que os juros podem começar a cair por aqui, porém o cenário brasileiro não se resume apenas à inflação e à atividade econômica, contando com outros obstáculos
Ethereum (ETH) supera bitcoin (BTC) com máximas históricas. O que impulsionou a segunda criptomoeda mais valiosa do mundo?
Depois de um começo de ano difícil em 2025, o ethereum recuperou as perdas no último final de semana
Ele passou 5 anos em fuga sob suspeita de roubar R$ 70 milhões em criptomoedas — e acabou na cadeia por causa de uma bituca de cigarro
Suspeito teria lesado cerca de 1.300 pessoas em fraude com criptomoedas contra investidores na Coreia do Sul
Criptomoedas sobrevivem à ata do Fed e ganho passa de 10%; taxa de juros nos EUA é o nome do jogo
Com o Fed dividido e Congresso dos EUA de olho na regulação do setor, criptomoedas reagem a falas de dirigentes e ganham fôlego antes do decisivo encontro de Jackson Hole
Bitcoin (BTC) em correção e criptomoedas em queda: por que as falas de Powell em Jackson Hole podem mexer com o mercado
Expectativas sobre juros nos Estados Unidos aumentam a tensão no mercado de ativos digitais, por isso, investidores aguardam sinais decisivos no encontro desta semana
Bitcoin (BTC) bate novo recorde e contagia o mercado cripto em agosto; Ethereum também brilha
Alta dos juros, cenário regulatório e entrada de grandes investidores explicam a disparada do Bitcoin do mundo; Ethereum também brilha e impulsiona o setor
A visão do BC de Galípolo para piloto do Drex, que será lançado em 2026
O Banco Central confirma a mudança de rumo e abandona o blockchain para lançar, no ano que vem, uma versão focada em destravar garantias em operações de créditos entre instituições financeiras
Bitcoin (BTC) atinge recorde, mas altcoins roubam a cena; mercado de criptomoedas alcança US$ 4,2 trilhões
Bitcoin alcança a nova máxima histórica, mas são as altcoins como o ethereum e a solana lideram as altas desta quarta-feira (13)
Itaú (ITUB4) expande sua oferta de altcoins e adiciona 5 novas criptomoedas ao seu app
Aave (AAVE), Avalanche (AVAX), Chainlink (LINK), Polygon (POL) e Litecoin (LTC) entram na lista do banco, que ampliou de duas para dez opções de criptomoedas em 2025