Contas externas têm saldo positivo de US$ 1,3 bilhão em maio
Dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que reduziu o volume de importações de produtos

Após o superávit de US$ 3,840 bilhões em abril, o resultado das transações correntes ficou novamente positivo em maio deste ano, em US$ 1,326 bilhão, informou nesta quarta-feira, 24, o Banco Central.
Os dados refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, que a partir de março se intensificou no Brasil, reduzindo o volume de importações de produtos. A autarquia projetava para o mês passado superávit de US$ 3,1 bilhões na conta corrente.
O número de maio ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que tinha intervalo de superávit de US$ 1,000 bilhão a superávit de US$ 4,500 bilhões (mediana positiva de US$ 1,930 bilhão).
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 4,205 bilhões em maio, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,717 bilhão. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 1,303 bilhão. No caso da conta financeira, o resultado ficou positivo em US$ 1,449 bilhão.
No acumulado do ano até maio, o rombo nas contas externas soma US$ 11,334 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit em conta corrente de US$ 41,0 bilhões em 2020. Esta estimativa, no entanto, foi divulgada no fim de março, quando os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia ainda não eram claros. O dado será atualizado nesta quinta-feira, 25, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Nos 12 meses até maio deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 42,447 bilhões, o que representa 2,54% do Produto Interno Bruto (PIB). Este é o menor porcentual desde setembro de 2019 (2,53%).
Leia Também
Lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de apenas US$ 32 milhões em maio, informou o Banco Central.
A saída líquida representa um volume bastante inferior aos US$ 2,431 bilhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado do ano até maio, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 6,175 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2020 some US$ 25,0 bilhões. Esta projeção, no entanto, havia sido divulgada no fim de março.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,274 bilhão em maio, ante US$ 997 milhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até maio, essas despesas alcançaram US$ 9,065 bilhões.
Viagens internacionais
Sob os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia, a conta de viagens internacionais registrou déficit de apenas US$ 87 milhões em maio, informou o Banco Central.
O valor reflete a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil no período. Em maio de 2019, o déficit nessa conta foi de US$ 1,053 bilhão.
Na prática, com o dólar mais elevado e o espaço aéreo fechado em vários países, os gastos líquidos dos brasileiros no exterior despencaram 91,7% em maio deste ano.
Vale lembrar que a pandemia do novo coronavírus ganhou corpo a partir de março, quando se intensificaram as restrições de deslocamento entre países. No dia 24 de maio, os Estados Unidos anunciaram a proibição de entrada de viajantes estrangeiros provenientes do Brasil.
O desempenho da conta de viagens internacionais no mês passado foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 200 milhões - queda de 86,4% em relação a maio de 2019. Já o gasto dos estrangeiros em viagem ao Brasil ficou em US$ 113 milhões no mês passado, o que representa um recuo de 72,9%.
No ano até maio, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 1,663 bilhão.
Junho
A conta de viagens internacionais registra déficit de apenas US$ 101 milhões em junho até o dia 19. O dado parcial para o mês leva em conta os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia.
Com as restrições de viagens aéreas em todo o mundo, os brasileiros gastaram no exterior apenas US$ 218 milhões em junho até o dia 19. Já os turistas em viagem ao Brasil tiveram despesas de US$ 117 milhões no período.
Dívida externa
A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em maio é de US$ 313,946 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2019 terminou com uma dívida de US$ 322,985 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 233,407 bilhões em maio, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 80,540 bilhões no fim do mês passado.
Investimento externo
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 2,552 bilhões em maio, segundo BC. Este é o menor montante para um mês de maio desde 2018, quando o IDP foi de US$ 2,004 bilhões.
O resultado ficou acima das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 1,100 bilhão a US$ 2,000 bilhões, com mediana de US$ 1,500 bilhão. Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de abril indicaria entrada de US$ 1,500 bilhão.
No acumulado do ano até maio, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 20,595 bilhões.
A estimativa do BC para este ano é de IDP de US$ 60,0 bilhões. Este dado, no entanto, foi divulgado no fim de março.
No acumulado dos 12 meses até maio deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 67,495 bilhões, o que representa 4,04% do Produto Interno Bruto (PIB).
*Com Estadão Conteúdo
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Normas e tamanho do FGC entram na mira do Banco Central após compra do Banco Master levantar debate sobre fundo ser muleta para CDBs de alto risco
Atualmente, a maior contribuição ao fundo é feita pelos grandes bancos, enquanto as instituições menores pagam menos e têm chances maiores de precisar acionar o resgate
Vai dar zebra no Copom? Por que a aposta de uma alta menor da Selic entrou no radar do mercado
Uma virada no placar da Selic começou a se desenhar a pouco mais de duas semanas da próxima reunião do Copom, que acontece nos dias 6 e 7 de maio
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Bradesco dispara em ranking do Banco Central de reclamações contra bancos; Inter e PagSeguro fecham o pódio. Veja as principais queixas
O Bradesco saiu da sétima posição ao fim de 2024 para o primeiro colocado no começo deste ano, ao somar 7.647 reclamações procedentes. Já Inter e PagSeguro figuram no pódio há muitos trimestres
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Ameaçar Jerome Powell de demissão e chamá-lo de frouxo (“a major loser”), pressionando pela queda da taxa básica, só tende a corromper o dólar e alimentar os juros de longo prazo
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
O preço de um crime: fraudes no Pix disparam e prejuízo ultrapassa R$ 4,9 bilhões em um ano
Segundo o Banco Central, dados referem-se a solicitações de devoluções feitas por usuários e instituições após fraudes confirmadas, mas que não foram concluídas
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Pix parcelado já tem data marcada: Banco Central deve disponibilizar atualização em setembro e mecanismo de devolução em outubro
Banco Central planeja lançar o Pix parcelado, aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução e expandir o pagamento por aproximação ainda em 2025; em 2026, chega o Pix garantido
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária
Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo
Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado
O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado