O Banco Inter lançou nesta sexta-feira (21) a sua carteira recomendada de fundos imobiliários para o mês de agosto, citando a retomada dos shoppings centers e destacando o papel do e-commerce para os galpões.
A carteira, que acumula queda de 13,9% no ano, foi mantida em relação ao mês anterior. A instituição recomenda compra para oito fundos de investimentos imobiliários, dos quais cinco são de tijolo.
Em relatório, o banco reconheceu que a maioria desses fundos se recuperou em agosto, embora a retomada tenha se dado de forma heterogênea. Após punição severa em outros momentos da crise do coronavírus, até a quarta (19) o índice dos fundos de imóveis subiu 1,6% no mês — o fundo de títulos, por sua vez, teve avanço de 1,3%.
Os números permitem dizer que os ativos do setor têm andado descolados da bolsa. No mesmo período, o Ibovespa caiu 1,8%. Confira a cobertura completa de mercados do Seu Dinheiro.
Os fundos de tijolo recomendados são CSHG Real Estate FII (de lajes corporativas), o Hedge Brasil Shoppings FII e o Vinci Shopping Centers FII (de shoppings), o FII Log CP Inter e o XP Log FII (de galpões).
O valor de uma cota desses fundos varia de R$ 100 a R$ 208. No mês, até aqui o fundo de shoppings da Vinci foi o que mais subiu entre eles, com alta de 3,5%.
As outras recomendações são para fundos de fundos — Hedge TOP FOFII 3 FII e RBR Alpha Multiestratégia — e fundos de títulos e valores mobiliários — o Kinea Índice de Preços FII.
O preço de cota desses fundos varia de R$ 95,3 para R$ 113,6. Entre eles, o com melhor desempenho no mês é o primeiro citado, com avanço de quase 4%.
Diversificação com risco fiscal
O Inter aponta que os shopping centers vêm propiciando um alívio geral, já que o desempenho mais positivo do grupo após a reabertura do comércio gerou uma perspectiva de melhora para o desempenho dos fundos de tijolo como um todo.
No setor de galpões, o Inter menciona a performance do e-commerce, além da retomada da indústria, como fatores que vêm favorecendo o cenário para a categoria.
Segundo o banco, a variação no valor das cotas dos FIIs não altera a expectativa média de retorno deles, que permanece entre 5 e 6%.
"Considerando os juros reais de médio e longo prazo próximo de 3%, o dividend yield médio dos fundos imobiliários ainda apresenta um prêmio de risco adequado em relação aos juros dos títulos públicos", observa o Inter.
O relatório do banco também diz que a alocação em fundos imobiliários no longo prazo contribui para a diversificação da carteira, o que, em ambientes de deterioração das expectativas, é vantajoso ao investidor.
"O risco fiscal que aumentou nas últimas semanas ressalta a importância" dessa estratégia, afirma o Inter, principalmente ao se incluir na carteira ativos reais e corrigidos pela inflação, como os FIIs.
Tempos ainda difíceis
O pior já passou para fundos de agências bancárias, educação e hotéis. O que não quer dizer que a situação esteja boa.
Segundo o Inter, setores e ativos específicos desses segmentos ainda apresentam dificuldades em negociações, o que pode gerar vacância (taxa que indica a parcela de um empreendimento que está vaga) elevada por um tempo maior, afetando seus desempenhos.