O mercado encontra dificuldades de medir corretamente os impactos do coronavírus.
Se ontem a notícia de que a Apple teria sua receita do trimestre prejudicada por conta da doença 'infectou' os mercados, hoje é a notícia de que o coronavírus mostra sinais de desaceleração e que as fábricas chinesas retomam lentamente as operações que devem melhorar o humor dos investidores para o risco.
Com o recuo do número de infectados, a visão é de que o pior da epidemia já pode ter passado. O governo chinês também prometeu assistência para que as fábricas retomem a produção.
As bolsas asiáticas fecharam em alta - com exceção dos índices chineses, que tiveram um movimento de realização de lucros.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam no positivo, assim como as bolsas europeias na abertura.
O cenário de cautela que tomou conta dos mercados ontem atingiu em cheio o Ibovespa, que terminou o pregão com baixa de 0,29%, aos 114.9747,29 pontos. Hoje, o bom humor do mercado externo pode influenciar a bolsa brasileira.
O sétimo recorde
O dólar à vista voltou a encontrar um novo recorde nominal de encerramento. Após alta de 0,65%, a moeda americana fechou o dia cotada a R$ 4,3574. No ano, a valorização da moeda já chega a 8,61% em 2020.
Com a nova alta, os investidores voltam a esperar por novas operações do BC no câmbio.
Rumores em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro confirmou ontem que a Reforma Administrativa deve mesmo chegar nos próximos dias ao Congresso. O presidente prometeu 'passar a noite' estudando o texto.
Com a reforma administrativa no radar, os investidores também monitoram a declaração do presidente que deu brecha para que o mercado entenda que há uma insatisfação do ministro da Economia Paulo Guedes com a demora do Planalto em enviar a reforma ao Congresso.
Agenda
É grande a expectativa pela reunião do Banco Central chinês, que acontece no fim do dia. O mercado aposta na redução do juros, em uma tentativa de conter o impacto do coronavírus na segunda maior economia mundial.
No Brasil, os destaques ficam com a sondagem da indústria de fevereiro (8h) e o fluxo cambial (14h30). Nos Estados Unidos, os investidores buscam pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve na ata da última reunião (16h).
Balanços
Temos mais um dia recheado de balanços corporativos pela frente. O destaque de hoje fica com o resultado da Petrobras, que deve ser anunciado após o fechamento, e a repercussão dos fortes números da IRB.
Confira os principais números que movimentam o mercado hoje:
- Ecorodovias teve lucro líquido de R$ 290,4 milhões em 2019, uma forte queda de 26,1%. Na geração de caixa, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) pró-forma fechou o ano em R$ 2,033 bilhões, alta de 15,5% na comparação com 2018. Já a receita líquida subiu 17% em 2019 e alcançou R$ 2,945 bilhões.
- Engie apresentou um lucro líquido de R$ 2,311 bilhões em 2019. A geração de caixa medida pelo Ebitda foi de R$ 5,163 bilhões, alta de 18,2%. A receita líquida da companhia foi a R$ 9,804 bilhões, alta de 11,5%.
- A administradora de Shoppings Iguatemi registrou lucro líquido de R$ 314,3 milhões no ano passado, alta de 20,7% na comparação com 2018. O Ebitda da companhia fechou o ano em R$ 635,7 milhões (↑13,8%) enquanto a receita líquida encerrou o período em alta de 4,5%, a R$ 754,2 milhões.
Greve na Petrobras
O Tribunal Regional do Trabalho do Paraná suspendeu as demissões na subsidiária da Petrobras, Araucária Nitrogenados (Ansa), até o dia 6 de março.
O fechamento da fábrica é a principal reivindicação dos petroleiros em greve.
Fique de olho
- Conselho de administração da Movida aprovou a emissão de debêntures de até R$ 800 milhões
- CVM aceita acordo com Morgan Stanley para encerrar processo envolvendo manipulações de ações da OGX, de Eike Batista
- Weg fará pagamento de dividendos complementares de R$ 0,1617 por ação. Além disso, a empresa também anunciou um programa de recompra de 250 mil ações ordinárias.