Após o forte alívio visto na sessão passada, o dólar à vista passou a acumular uma baixa de mais de 5% apenas nesta semana — no mesmo período, o salto do Ibovespa superou os 7%. Assim, nada mais natural que um movimento de realização dos ganhos, ainda mais num ambiente ligeiramente mais tenso como o visto nesta quinta-feira (28).
Por volta de 16h30, o dólar à vista operava em alta de 1,62%, aos R$ 5,3656 — um desempenho que não apaga a onda recente de alívio e ainda mantém a moeda americana com saldo negativo desde o começo de maio.
Na bolsa, o Ibovespa tinha baixa de 0,77% no mesmo horário, aos 87.264,75 pontos, destoando das demais praças acionárias no mundo: nos EUA, o Dow Jones (-0,16%), o S&P 500 (+0,10%) e o Nasdaq (-0,05%) ficam no zero a zero; na Europa, as principais praças subiram mais de 1%.
- Eu gravei um vídeo para explicar melhor a dinâmica da sessão desta quinta-feira. Veja abaixo:
Além dos fatores técnicos ligados à correção dos ativos, também há um ambiente mais cauteloso rondando os investidores: tanto no Brasil quanto no exterior, há um maior percepção de risco — o que, naturalmente, diminui o apetite dos agentes financeiros.
Por aqui, novas turbulências em Brasília inspiram cautela aos mercados: desta vez, as tensões concentram-se entre o governo e o STF após a operação da Polícia Federal contra apoiadores da administração Bolsonaro. O presidente e outros aliados próximos elevaram o tom contra os ministros do Supremo, o que aumenta a percepção de risco político.
Em paralelo às questões domésticas, também há uma certa prudência no exterior, com os EUA e a China trocando farpas cada vez mais intensas. O centro da disputa, agora, é a independência de Hong Kong — o governo chinês deseja retomar o controle administrativo da ilha, uma aliada americana na Ásia.
Apesar dessas tensões geopolíticas, o tom nos mercados externos segue positivo, com os investidores permanecendo focados no pacote de auxílio financeiro na Europa e no processos de reabertura das economias do continente.
Desemprego avança
Voltando ao Brasil, os investidores também reagem com cautela aos dados do mercado de trabalho: a taxa de desemprego no país subiu para 12,6% no trimestre encerrado em abril, atingindo 12,8 milhões de pessoas. Trata-se de mais um impacto gerado pela crise do coronavírus e que aumenta o pessimismo em relação à economia doméstica.
O aumento no desemprego e a fraqueza da economia abrem espaço para cortes mais acentuados na Selic, de modo a estimular a atividade — e, assim, os DIs operam em ligeira queda, tanto na ponta curta quanto na longa:
- Janeiro/2021: de 2,38% para 2,36%;
- Janeiro/2022: de 3,22% para 3,19%;
- Janeiro/2023: de 4,29% para 4,25%;
- Janeiro/2025: estável em 5,99%.
Top 5
Veja abaixo as cinco ações de melhor desempenho do Ibovespa no momento:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
IRBR3 | IRB ON | 8,18 | +6,23% |
USIM5 | Usiminas PNA | 6,01 | +5,44% |
BRKM5 | Braskem PNA | 29,10 | +5,43% |
VVAR3 | Via Varejo ON | 12,70 | +4,27% |
GGBR4 | Gerdau PN | 13,57 | +2,34% |
Confira também as maiores baixas do índice:
CÓDIGO | NOME | PREÇO (R$) | VARIAÇÃO |
MULT3 | Multiplan ON | 21,29 | -5,55% |
YDUQ3 | Yduqs ON | 28,49 | -5,35% |
IGTA3 | Iguatemi ON | 33,49 | -4,80% |
MRVE3 | MRV ON | 16,00 | -3,73% |
BRML3 | BR Malls ON | 10,07 | -3,73% |