🔴 ÚLTIMA SEMANA PARA DECLARAR O IMPOSTO DE RENDA 2025: VEJA COMO ACERTAR AS CONTAS COM O LEÃO – BAIXE O GUIA DO IR

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

O que fazer agora

Comprar, vender ou manter? As recomendações de investimento do Santander em meio à crise

É mesmo hora de comprar ações? Melhor recompor posições ou não fazer nada? Há oportunidades na renda fixa? É para se desfazer de algum investimento? Conversei com a responsável pela área de investimentos do Santander, que respondeu a algumas das perguntas mais comuns das pessoas físicas neste momento

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
29 de abril de 2020
5:30 - atualizado às 22:33
Luciane Effting, gerente de investimentos do Santander Brasil
Luciane Effting, gerente de investimentos do Santander Brasil. - Imagem: Divulgação

A crise provocada pela pandemia global de coronavírus não tem precedentes na história e abarca, ao mesmo tempo, a saúde e a economia. Seu caráter até agora desconhecido e imprevisível jogou o mundo em uma enorme incerteza.

Como consequência, vimos os preços dos ativos financeiros despencarem e um aumento brutal da volatilidade. Afinal, quem sabe o que esperar daqui para frente?

Os investidores pessoas físicas brasileiros - muitos dos quais apenas recentemente começaram a experimentar ativos de renda variável ou uma renda fixa mais apimentada - se viram numa sinuca, espremidos entre a desvalorização do seu patrimônio e o menor juro da história, que praticamente anulou os ganhos da renda fixa mais conservadora.

Diante dessa enorme incerteza, todos se perguntam: afinal, o que fazer? É para se livrar dos ativos de risco, dado que veremos uma forte recessão pela frente? Ou, ao contrário, é para aproveitar que os preços estão baixos e encher o carrinho?

Quem está na renda fixa conservadora deve permancer, ou aproveitar o momento para tomar risco? E os ativos de proteção, como ouro e dólar, ainda valem a pena depois da disparada da moeda americana?

Recentemente, em um dos momentos mais agudos da crise, eu publiquei uma reportagem no Seu Dinheiro respondendo a essas perguntas. Na ocasião, muitas instituições financeiras ainda nem conseguiam cravar uma orientação, porque estavam revendo as suas recomendações, tamanha foi a mudança de cenário.

Leia Também

Agora a volatilidade está um pouco menor e já há alguma clareza, em comparação ao mês passado. Mas as incertezas ainda são inúmeras, e naturalmente muitos investidores continuam com dúvidas.

Na semana passada eu conversei com a gerente de investimentos do Santander Brasil, Luciane Effting, para entender as recomendações do banco aos seus clientes investidores neste cenário ainda um tanto nebuloso. Ela se dispôs a responder algumas das perguntas mais comuns entre os investidores pessoas físicas.

A importância da diversificação

As consequências desta pandemia em todos os aspectos da nossa vida, inclusive nos investimentos, ainda são imprevisíveis. Ninguém pode dizer que sabe o que vai acontecer. Como não temos bola de cristal, este momento deixou clara a importância da diversificação.

Segundo Luciane Effting, a orientação do Santander é que o investidor primeiro comece pela sua reserva de emergência, que deve ser investida em aplicações conservadoras, de baixo risco de crédito e alta liquidez - por exemplo, fundos DI e títulos públicos atrelados à Selic.

Depois de formada essa reserva de emergência, é hora de partir para as reservas de aposentadoria. O banco, então, recomenda aos seus clientes produtos de previdência privada com benefícios tributários para quem investe para o longo prazo.

“O tipo de investimento para a previdência varia de acordo com a idade e se o cliente tem acesso à Previdência Social ou a fundo de previdência oferecido pelo empregador”, explica a executiva do Santander.

Apenas depois de formada a reserva de emergência e iniciada a previdência privada é que o investidor deve destinar o que resta da sua poupança para o que ela chama de diversificação, que são os produtos de risco, com o objetivo de fazer o patrimônio crescer.

Essas etapas devem ser cumpridas por investidores de todos os perfis - conservador, moderado ou arrojado - e não convém pulá-las. Então, antes de se preocupar se é para comprar ou vender ativos na crise, certifique-se de que você já cumpriu esse “protocolo”.

As carteiras recomendadas para cada perfil

Os ativos de risco sofreram nos últimos dois meses e ainda devem sofrer por mais algum tempo. Mas isso não quer dizer que é para você se livrar das suas ações e fundos multimercados, ou então permanecer na renda fixa ultraconservadora.

Deve haver lugar na carteira para todas as classes de ativos, com crise ou sem crise, na alta ou na baixa. É justamente a diversificação que vai te ajudar a surfar as altas nas épocas de bonança e se proteger das baixas nos tempos de vacas magras, pois o desempenho de um ativo compensa o de outro.

O percentual do seu patrimônio que você deve alocar em cada classe de ativo varia de acordo com o seu perfil de investidor e os seus objetivos, mas mesmo o investidor mais arrojado deve ter uma parcela conservadora na carteira.

Esta é a composição que o Santander recomenda para as carteiras de cinco diferentes perfis no momento atual, em ordem crescente de apetite para risco: conservador, moderado, balanceado, arrojado e agressivo (clique na imagem para ampliar).

Fonte: Santander

Repare que, mesmo neste momento complicado, ativos de risco - como fundos multimercados, fundos de ações, fundos imobiliários e renda variável no exterior - são recomendados para todos os perfis, exceto o conservador.

Para quem tem renda variável na carteira: é para comprar, vender ou manter?

A recomendação do Santander para quem já está posicionado em renda variável é manter as posições e aguardar o mercado se recuperar - ou seja, não é nem para comprar mais, nem para sair vendendo (considerando-se, é claro, que o investidor não está precisando dos recursos, o que é o ideal).

“Essa crise, apesar de profunda, vai ter fim. Se o investidor vende suas posições e busca um porto seguro, digamos, num CDB, não vai ser nesse produto que ele vai recuperar suas perdas, pois os juros estão muito baixos”, explica Effting.

Ela acrescenta que mesmo quem viu seu percentual alocado em renda variável diminuir com as quedas recentes no mercado deve ficar onde está, sem comprar para recompor a posição.

“Nós não estamos dando recomendações específicas de compra neste momento, e sim de manutenção da carteira. Se o percentual do investidor em renda variável caiu, o melhor é esperar um momento mais oportuno para comprar e recompor a posição que ele tinha antes. Estamos esperando um momento de maior clareza para recomendar compra”, diz.

Para quem está fora da bolsa ou dos ativos de risco em geral, é hora de entrar?

Se o investidor tem o perfil, sim. Digamos que você seja um investidor que já formou reserva de emergência e começou a poupar para a aposentadoria, ainda não tem nenhum ativo de risco na carteira, mas tem um perfil que comporte um portfólio mais moderado ou até arrojado.

Neste caso, diz a executiva, é um bom momento para começar a diversificar sim. “Este é o momento para entrar em ações, fundos de maior risco e fundos de crédito privado, pois os preços desses ativos caíram. Para quem tem apetite por risco, tem objetivo de longo prazo e disponibilidade, dá para aproveitar esses preços mais baixos”, explica.

E quem só investe em renda fixa? O que fazer?

Recentemente, muitos investidores conservadores se surpreenderam novamente com os fundos de crédito privado, que são fundos de renda fixa que, no entanto, investem parte do seu patrimônio em títulos de bancos e empresas, e não apenas em títulos públicos.

Com a montanha-russa pela qual passou o mercado de juros em março, as cotas desses fundos tiveram retorno negativo em alguns momentos, pois esses ativos de crédito privado podem oscilar para cima ou para baixo de acordo com fatores como oferta e demanda (por exemplo, se há muitos resgates) ou o sobe e desce dos juros.

A orientação do Santander para quem tem esses fundos na carteira é não mexer, ainda que se trate de um investidor conservador, para dar tempo de os preços se recuperarem com a redução da volatilidade nesse mercado.

E para quem ainda não investe nesses fundos e quer diversificar ainda na renda fixa para obter um retorno extra, agora pode ser uma boa hora para entrar, justamente porque esses ativos se desvalorizaram.

As lições da crise

Pedi para Luciane Effting elencar algumas das lições que o investidor pessoa física pode aprender com essa crise, que para muitos é a primeira. Resumi-as nos pontos a seguir:

  • Retorno e risco andam de mãos dadas: para obter mais retorno, é preciso correr mais risco, mas na hora de uma crise, a parte mais arriscada da carteira é a que mais vai sofrer;
  • Diversificação é fundamental: justamente por isso é importante ter uma carteira diversificada. Já que não temos bola de cristal, a parte menos arriscada da carteira e os ativos que se valorizam em tempos de crise compensam as perdas dos ativos de risco nessas horas.
  • O emocional é chave: não tome decisões precipitadas e baseadas na emoção em momentos de alta volatilidade. Você pode acabar realizando perdas em ativos que depois se recuperam.
  • Busque informações antes de tomar qualquer decisão: procure entender a crise, o momento do mercado, as características dos ativos da sua carteira, a expectativa dos gestores dos seus fundos e as perspectivas de recuperação. E sempre saiba no que você está investindo. Entenda os ativos da sua carteira.
  • Tenha em mente que as variações podem ser negativas: o retorno da maioria dos investimentos, mesmo os de renda fixa, pode ser positivo ou negativo. E certamente, em algum momento, você verá retornos negativos pelo menos em uma parte da sua carteira. Faz parte.

“Com o juro tão baixo, o caminho para buscar rentabilidade é por meio da tomada de risco, mas é preciso fazer isso de forma consciente e bem informada, para que o investidor permaneça mais tranquilo quando as crises chegarem”, diz.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta

6 de maio de 2025 - 8:22

Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA

“UM MIMO”

Em viagem à Califórnia, Haddad afirma que vai acelerar desoneração de data centers para aumentar investimentos no Brasil

5 de maio de 2025 - 20:43

O ministro da Fazenda ainda deve se encontrar com executivos da Nvidia e da Amazon em busca de capital estrangeiro para o País

DINHEIRO NA MÃO

Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio nesta semana

5 de maio de 2025 - 8:39

Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços

5 de maio de 2025 - 8:26

Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques

DINHEIRO NA MÃO

Veja as empresas que pagam dividendos e juros sobre capital próprio na próxima semana

3 de maio de 2025 - 16:04

Magalu, Santander, Fleury e mais 15 empresas pagam proventos nos próximos dias; confira o calendário

RECAPITULANDO

Semana mais curta teve ganhos para a Bolsa brasileira e o real; veja como foram os últimos dias para Ibovespa e dólar

3 de maio de 2025 - 11:43

O destaque da semana que vem são as reuniões dos comitês de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos para decidir sobre as taxas de juros dos seus países, na chamada “Super Quarta”

DIRETO DE OMAHA

Warren Buffett não foi às compras: Berkshire Hathaway tem caixa recorde de US$ 347,7 bilhões no primeiro trimestre; lucro cai 14%

3 de maio de 2025 - 10:37

Caixa recorde indica que Buffett não aproveitou a queda do mercado de ações no primeiro trimestre para aplicar o dinheiro em novas oportunidades

APÓS MÊS DIFÍCIL

Petrobras (PETR3) excluída: Santander retira petroleira da sua principal carteira recomendada de ações em maio; entenda por quê

2 de maio de 2025 - 13:13

Papel foi substituído por uma empresa mais sensível a juros, do setor imobiliário; saiba qual

BALANÇO DO MÊS

Bitcoin vai do inferno ao céu e fecha como melhor investimento de abril; um título de renda fixa se deu bem com a mesma dinâmica

30 de abril de 2025 - 19:03

As idas e vindas das decisões do presidente dos EUA, Donald Trump, causaram uma volatilidade além da habitual no mercado financeiro em abril, o que foi muito bom para alguns ativos

ABRINDO A TEMPORADA

Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?

30 de abril de 2025 - 11:58

Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

BANCÕES NA PARADA

Santander (SANB11) bate expectativas do mercado e tem lucro de R$ 3,861 bilhões no primeiro trimestre de 2025

30 de abril de 2025 - 6:34

Resultado do Santander Brasil (SANB11) representa um salto de 27,8% em relação ao primeiro trimestre de 2024; veja os números

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

RAIO-X DO INVESTIDOR

Quase metade dos apostadores de bets também são investidores — eles querem fazer dinheiro rápido ou levar uma bolada de uma vez

29 de abril de 2025 - 14:30

8ª edição do Raio-X do Investidor, da Anbima, mostra que investidores que diversificam suas aplicações também gostam de apostar em bets

RAIO-X DO INVESTIDOR

14% de juros é pouco: brasileiro considera retorno com investimentos baixo; a ironia é que a poupança segue como preferência 

29 de abril de 2025 - 14:05

8ª edição do Raio-X do Investidor da Anbima mostra que brasileiros investem por segurança financeira, mas mesmo aqueles que diversificam suas aplicações veem o retorno como insatisfatório

SD Select

Santander (SANB11), Weg (WEGE3), Kepler Weber (KEPL3) e mais 6 empresas divulgam resultados do 1T25 nesta semana – veja o que esperar, segundo o BTG Pactual

29 de abril de 2025 - 10:54

De olho na temporada de balanços do 1º trimestre, o BTG Pactual preparou um guia com suas expectativas para mais de 125 empresas listadas na bolsa; confira

SD Select

Mesmo investimentos isentos de Imposto de Renda não escapam da Receita: veja por que eles precisam estar na sua declaração

29 de abril de 2025 - 8:00

Mesmo isentos de imposto, aplicações como poupança, LCI e dividendos precisam ser informadas à Receita; veja como declarar corretamente e evite cair na malha fina com a ajuda de um guia prático

conteúdo EQI

Quanto e onde investir para receber uma renda extra de R$ 2.500 por mês? Veja simulação

28 de abril de 2025 - 10:00

Simulador gratuito disponibilizado pela EQI calcula o valor necessário para investir e sugere a alocação ideal para o seu perfil investidor; veja como usar

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

IR 2025

Tem offshore? Veja como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa jurídica no IR 2025

28 de abril de 2025 - 7:40

Regras de tributação de empresas constituídas para investir no exterior mudaram no fim de 2023 e novidades entram totalmente em vigor no IR 2025

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar