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Bruna Furlani
Bruna Furlani
Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB). Fez curso de jornalismo econômico oferecido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tem passagem pelas editorias de economia, política e negócios de veículos como O Estado de S.Paulo, SBT e Correio Braziliense.
INVESTIMENTO EM OURO

Caos no mercado por conta de coronavírus faz ouro voltar ao radar; veja opções para investir no metal

Entenda quais são as diferenças entre as várias formas de investimento em ouro e saiba qual é a mais adequada para você

Bruna Furlani
Bruna Furlani
17 de março de 2020
6:20 - atualizado às 1:32
ouro barras
Barras de ouro - Imagem: Shutterstock

Depois de semanas marcadas por forte volatilidade nas bolsas ao redor do mundo e do índice do medo dos investidores (VIX) ultrapassar a barreira dos 83 pontos, um dos ativos que voltaram ao radar dos investidores é ouro.

Não é à toa que tanto o fluxo de capitais para fundos de índices (ETFs) globais lastreados no metal, quanto o investimento em ouro físico atingiram os níveis mais altos dos últimos anos em fevereiro deste ano. Na ocasião, investidores e bancos centrais adicionaram 84,5 toneladas da commodity às suas reservas e US$ 4,9 bilhões em fluxos de capital, segundo o World Gold Council, uma das maiores instituições mundiais da área.

A maior procura pelo ouro tem um fator central: o aumento da aversão ao risco. Hoje, os investidores têm no radar uma pandemia de coronavírus acompanhada de uma crise de petróleo, em um cenário de desaceleração econômica mundial com pouco espaço para corte de juros por parte dos BCs de países desenvolvidos.

Por essa razão, o melhor a fazer em momentos de instabilidade global é separar um percentual pequena da carteira para adquirir proteções como ouro e dólar, que costumam amortecer as perdas do investidor quando o cenário externo está complicado.

Um porto seguro

Para entender melhor como o ouro funciona como porto seguro dos investidores, é preciso compreender mais sobre a sua precificação. Na prática, o investidor precisa olhar para algumas variáveis.

Em primeiro lugar está a taxa de juros norte-americana. Isso porque quanto maior a taxa de juros dos EUA, menos atrativo é o investimento na commodity. O motivo é que a moeda americana ganha valor e fica mais interessante investir nos Estados Unidos do que buscar ativos de maior risco em outros mercados, como os emergentes, por exemplo.

Agora, as taxas dos títulos do tesouro americano de 10 anos e de 30 anos, - que são considerados os mais seguros do mundo -, estão nas mínimas históricas. E isso abriu uma janela para que os investidores busquem ativos de maior segurança, mesmo que eles não entreguem retorno.

Aliado a isso, há ainda o fato de que as políticas monetárias dos BCs devem seguir a linha de afrouxamento monetário e fazer com que a "Selic" dos países fique ainda mais baixa para estimular a economia e conter os efeitos do vírus, o que pode favorecer a busca pelo metal dourado.

Além de questões relacionadas à taxa de juros, outra variável que afeta a commodity é a demanda direta. Nesse caso, o destaque vai para China e Índia, que são grandes compradores diretos de joias banhadas a ouro. Logo, quanto maior for o crescimento de ambos os países, maior será a demanda por esse tipo de mercadoria e vice versa.

Fundos de ouro

Apesar de uma das formas mais conhecidas para investir em ouro ser por meio do metal físico, uma das melhores opções para aplicar na commodity é via fundos. Os motivos são a maior liquidez, segurança, custo mais baixo e a expertise de quem está por trás da seleção dos ativos.

Para entender melhor como funciona um fundo, basta pensar nesse tipo de investimento com um condomínio. Nele, o gestor é o síndico e também o responsável pela composição dos ativos. Os cotistas, por sua vez, são as pessoas que adquiriram uma cota, ou, por exemplo, um apartamento.

Só que se engana quem pensa que os fundos de ouro investem apenas na commodity. Segundo o seu regulamento, eles também podem aplicar em títulos públicos e derivativos. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de escolher.

Diferenças entre cada um

Hoje, há sete opções de fundos de ouro disponíveis no mercado, sendo cinco de corretoras independentes e dois de bancões como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Para diferenciá-los, é preciso olhar alguns pontos como taxa de administração, aporte inicial e verificar se ele possui hedge (proteção) ou não.

No caso dos fundos que não possuem hedge, a rentabilidade deles é influenciada pela variação do ouro e do dólar. Entre as opções disponíveis estão as de fundos da Órama, Vitreo e do BTG Pactual USD FI MULT.

Pelo fato da subida crescente do dólar, eles representam uma dupla proteção, já que ganham tanto com a variação do ouro negociado nos mercados internacionais, quanto com a variação do dólar em relação ao real.

A outra opção são os fundos que possuem hedge (proteção), ou seja, não oferecem exposição à variação cambial. Na prática, eles fazem uma operação de conversão antes. Sendo assim, o gestor entrega a variação do dólar e recebe no lugar a diferença entre os juros brasileiros (CDI) e os americanos.

Ao olhar para as sete opções disponíveis, é possível perceber que os fundos oferecidos pelos bancões se mostraram as piores opções, já que as taxas de administração cobradas estão acima de 0,50% e os aportes iniciais são bem mais elevados que os disponíveis em corretoras independentes, o que dificulta se o investidor quiser diversificar a carteira.

Apesar das diferenças existentes entre as opções de fundos, a tributação é a mesma para todos os fundos de ouro e segue a tabela regressiva do IR.

Ouro em barra

Além dos fundos, outra opção que costuma atrair muita gente fascinada pelo brilho das barras é o investimento no próprio metal físico. Apesar de chamar a atenção, ela não é mais a recomendada.

A razão é que há problemas de segurança e o investidor precisa pagar um "spread" (diferença entre o valor de compra e o valor de venda) ao comprar o metal. Isso sem contar que ao adquirir uma peça, o investidor terá que optar por guardá-la no banco (que poderá fazer a custódia dela) ou terá que levá-la para casa.

Hoje, o Banco do Brasil, Ouro Minas e a Reserva Metais são algumas das casas que oferecem esse tipo de serviço.

Em termos de liquidez, as três garantem a recompra do ativo com nota fiscal no mesmo dia da compra. Mas, ao realizar a venda, o spread pode fazer com que o investidor acabe perdendo dinheiro.

No caso da tributação, é garantida a isenção tributária para valores abaixo de R$ 20 mil. Acima desse montante, há a incidência de 15% de imposto sobre o lucro da operação.

E o recolhimento do IR deve ser feito pelo próprio investidor até o último dia útil do mês subsequente ao da operação.

Contratos de ouro

Outra opção disponível no mercado é investir por meio dos contratos negociados na B3. Hoje, há alguns tipos como os contratos futuros, a termo, à vista dentre outros.

Mas a opção que possui maior liquidez é o contrato à vista. O problema é que ele costuma exigir aportes bem mais caros que as opções física e de fundos. Com isso, se o investidor não tiver uma grande quantidade de dinheiro, ele pode acabar perdendo a possibilidade de diversificar a carteira.

A operação funciona da mesma forma que a compra e venda de ações. É preciso ter conta em uma corretora, já que a bolsa não recebe ordens diretamente do investidor. A liquidação do contrato ocorre apenas no dia seguinte (D+1).

Hoje, há três tipos de contratos de ouro à vista negociados na B3. O primeiro é o OZ1D (lote-padrão) e é o contrato que possui maior liquidez. Ele é um contrato de 250g. Se pegarmos a cotação de ontem (16), o contrato de maior tamanho estava sendo negociado a quase R$ 60.500. A cotação deste contrato fechou o dia em R$ 242,00.

Já o segundo é OZ2D (lote-fracionário), que é um contrato de tamanho menor de 10g e que oferece menor liquidez se o investidor quiser vendê-lo. Além disso, o investidor precisa ter cuidado porque pode acabar pagando uma taxa de corretagem alta, o que pode trazer prejuízos.

Há ainda um lote mais fracionado chamado de OZ3D. No caso dele, o tamanho do contrato é de 0,225g. Pelo fato de ser menor e pouco negociado, ele é o que possui menor liquidez.

Quem opta por esse tipo de aplicação deverá pagar taxas de corretagem e de custódia às corretoras, além de uma taxa paga à B3 (emolumentos). A desvantagem é que no caso da taxa de custódia, ela pode ser cobrada de forma proporcional ao volume negociado.

Investimento no exterior

Outra opção disponível ao investidor é via ações de empresas produtoras de ouro e que são negociadas nas bolsas americanas. Hoje, há algumas opções no mercado como os papéis da Newmount Mining (código NEM), Goldcorp (código GG) e Barrick Gold (código GOLD). Os três são negociados na bolsa de Nova Iorque.

Por essa razão, é preciso ter uma conta em corretora estrangeira para investir nelas. Para facilitar, selecionei duas opções que contam com atendimento em português: Cappoz e D&P. Além do site em português, é possível tirar dúvidas on-line e em português pelo chat das empresas de forma rápida.

Mas é preciso cuidado. Ao investir em ações de mineradoras, a exposição ao ouro é indireta. Com isso, o investidor enfrenta um risco duplo: de possíveis na mudanças na cotação da commodity e que a companhia apresente problemas operacionais, como alavancagem alta (endividamento).

Já com relação ao Imposto de Renda, os rendimentos são declarados de forma diferente das demais formas. No caso de investimento em ações de empresas de fora, os dividendos devem ser declarados até o último dia do mês subsequente ao do resgate da aplicação, por meio do Documento de Arrecadação das Receitas Federais (Darf). Ficam isentos apenas os rendimentos até R$ 1.903,98.

Um olhar sobre o ouro

Mesmo diante de tantas possibilidades, a melhor opção para investir no metal dourado é aplicar em fundos de ouro que não possuem hedge (proteção). Isso porque eles são capazes de fazer com que o investidor ganhe tanto com a variação do ouro negociado nos mercados internacionais, quanto com a variação do dólar em relação ao real.

Sendo assim, ainda que a cotação do ouro tenha recuado nos últimos dias por conta de um movimento vendedor de quem não queria se desfazer de posições deficitárias, o ativo continua a ser uma arma de proteção juntamente com o dólar para o seu portfólio.

E permanece cumprindo o seu objetivo: amortecer eventuais perdas que a sua carteira possa ter em momentos de aversão ao risco.

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