A Petrobras é uma das ações preferidas tanto dos gestores de ações quanto dos analistas. Entra e sai mês, ela está lá nas carteiras recomendadas. O problema é que para avaliar a Petrobras não basta olhar os números do balanço e o potencial do negócio. É uma estatal e seu preço está intimamente ligado ao risco político.
O amigo leitor pode gostar ou não do tema da privatização, mas é fato que a Petrobras valeria muito mais se não fosse uma estatal. Vamos lembrar que até ontem a empresa estava calculando quanto perdeu com desvios de diretores corruptos colocados no comando por suas ligações políticas - e não pela competência para exercer suas funções, como funciona na iniciativa privada. E tem mais: até hoje resta uma dúvida se a empresa realmente tem autonomia para cobrar pelos seus produtos, ou seja, diesel e gasolina.
Os pitacos recentes de Bolsonaro sobre a empresa deixaram o cenário meio nebuloso. Nessas horas, o melhor é falar com os sábios. Pedi para o Ivan Sant’Anna fazer uma análise do momento da Petrobras para os leitores do Seu Dinheiro.
Na visão do Ivan, o investidor é um motorista que se depara com um sinal amarelo. O melhor a fazer é acelerar ou pisar no freio? Deixo para o Ivan responder esta questão na sua coluna de hoje.
Diesel no chope
Paulo Guedes disse ontem que explicou a Bolsonaro os riscos de intervir na Petrobras. Antes disso, o presidente comparou a alta de preços a colocar “diesel no chope”, segundo o próprio ministro. Bolsonaro entendeu - ao menos foi o que disse Guedes. O Eduardo Campos acompanhou essa história e te conta tudo aqui.
Enquanto isso, a Caixa vende
A Caixa Econômica Federal informou à Petrobras que avalia vender as ações que detém da petroleira. O comunicado divulgado hoje diz que o banco formou um sindicato de assessores financeiros e legais para avaliação das alternativas viáveis.
Bye, bye, Brasil
Os ricos estão deixando o Brasil. Um estudo global mostra um mapa da migração de riqueza ao longo dos países do mundo. Só no ano passado 2 mil milionários deixaram o Brasil para viver em outros países. A campeã de êxodo é a China, que perdeu 15 mil dos seus endinheirados. Veja nesta reportagem para onde eles vão.
Mais um dia longo na CCJ
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara volta a se reunir na manhã de hoje para iniciar a votação da proposta da Previdência. Mas não vai ser fácil. A oposição avisou que usará todas as possibilidades regimentais para obstruir a votação. Detalhe é que já foram mais de 13 horas de reunião no colegiado. A cobertura do assunto você acompanha ao longo do dia no Seu Dinheiro.
Bem na fita (ou no streaming)
A Netflix divulgou ontem os resultados financeiros do primeiro trimestre — são melhores do que esperava o mercado. A empresa aproveitou a ocasião para dizer que espera uma desaceleração no crescimento de usuários para os próximos três meses, mas refutou a projeção de que a entrada da Disney e da Apple pode impactar sua base de usuários.
O IR que faltou
Ao preencher a sua declaração de imposto de renda 2019, o programa da Receita calculará o imposto devido em 2018 e informará se você tem mais imposto a pagar ou então a restituir. Nesta matéria, a Jasmine Olga conta como pagar o imposto de renda caso, ao terminar sua declaração, você precise pagar um valor adicional.
A Bula do Mercado: China, Petrobras e Previdência
Antes da pausa para o feriado prolongado, o noticiário político de Brasília une forças com uma agenda econômica carregada no exterior para ditar o rumo dos negócios. Por aqui, o mercado financeiro respira aliviado com o compromisso que o governo assumiu de não intervir na política de preços da Petrobras.
Atenção também na CCJ. O governo corre contra o relógio e há uma chance de que o parecer da proposta da Previdência seja votado ainda nesta quarta-feira. Mas isso pode ser tarefa difícil já que a oposição se organiza para obstruir as sessões, tentando empurrar a discussão para depois da Páscoa.
Lá fora, dia de destaque para o PIB chinês. Embora os resultados dos indicadores econômicos do país tenham vindo acima das expectativas, não foi o suficiente para empolgar o mercado internacional. Na Ásia, as bolsas não refletiram animação com os números, enquanto em Wall Street os índices futuros exibem altas moderadas.
Ontem, o Ibovespa fechou o dia em alta de 1,34%, aos 94.333,31 pontos. O dólar encerrou com um avanço de 0,88%, a R$ 3,9023. Consulte a Bula do Mercado para saber como devem se comportar bolsa e dólar hoje.
Um grande abraço e ótima quarta-feira!
Agenda
Índices
- Banco Central divulga fluxo cambial semanal
- Reino Unido e zona do euro divulgam inflação de março
- Zona do euro e Estados Unidos divulgam resultado da balança comercial de fevereiro
Bancos Centrais
- Fed divulga mais uma edição do Livro Bege
Balanços 1º trimestre
- Lá fora: PepsiCo, Morgan Stanley e Alcoa
Política
- CCJ da Câmara volta a se reunir para debater reforma da Previdência