Depois do que podemos chamar de divórcio em maio, o mercado financeiro parece ensaiar uma reconciliação com o presidente Jair Bolsonaro. A avaliação positiva, que tinha caído a apenas 14%, subiu para 55% agora em julho. Mas ainda dista dos 86% de janeiro de 2019.
Entre a população em geral, o percentual de ótimo e bom de Bolsonaro tem oscilado na linha dos 33%. A melhora na percepção de ambiente político também transparece nas avaliações positivas com relação ao Congresso, que atingiram 86% agora em julho saindo de 32% em maio, maior leitura já captada. Para o restante do mandato de Bolsonaro, as menções ótimo e bom subiram de 27% para 55% (eram 86% em janeiro).
Já a previsão de economia final com a reforma da Previdência subiu de R$ 700 bilhões para R$ 850 bilhões. A pesquisa foi feita antes da definição de votação do segundo turno da Câmara apenas em agosto.
Bolsa e dólar
A pesquisa XP Investimentos ouviu 83 investidores institucionais entre os dias 11 e 12 de julho e a mediana das expectativas dos entrevistados é de Ibovespa em 120 mil pontos, dólar a R$ 3,70 e Selic em 5,5% no fim de 2019.
Para a maioria dos participantes (57%) eventuais episódios de volatilidade serão utilizados para ampliar exposição em Brasil, enquanto 25% pretendem reduzir risco depois da aprovação da reforma pelos deputados.
O principal tema para os mercados ao longo do semestre será a retomada do crescimento (39%), seguido pela reforma tributária (33%), mercado internacional (14%) e privatizações (13%).
Ainda sobre a agenda de privatizações, a expectativa de recursos a ser obtida ao longo de quatro anos subiu para R$ 400 bilhões, depois de ficar estacionada em R$ 300 bilhões entre janeiro e maio.
Onde estão os riscos
Na avaliação sobre a percepção de riscos, os investidores são questionados sobre a materialização de riscos. Os eventos ligados a geopolítica, como guerra comercial, tem o maior percentual de "risco alto", seguido por 17% para "política local". Recessão nos EUA é um evento de risco médio para 52%. Praticamente ninguém acha que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, será mais duro ou "falcão" que o previsto.