Com equipe sênior de gestores, BLP quer lançar primeiro fundo de criptomoedas para o varejo
Depois de uma longa carreira em tesourarias de grandes bancos, como Credit Suisse e BTG, gestores já criaram primeiro produto brasileiro que investe em criptoativos para investidores milionários

Glauco Cavalcanti não se parece em nada com os jovens nerds que você costuma encontrar no universo dos bitcoins e afins. No currículo, nenhuma startup. Ele começou no Garantia em 1989 e seguiu por lá quando o banco foi comprado pelo Credit Suisse, onde chefiou a mesa de investimentos da gestora, completando 25 anos no tradicional banco suíço.
Apenas a formação, como analista de sistemas, e o início de carreira como TI do banco ajudam a entender o fato de Glauco estar à frente de um movimento para colocar na rua o primeiro fundo de criptomoedas do Brasil. E não sozinho. Ele tem como sócios Axel Blikstad e Alexandre Vasarhelyi, com os quais trabalhou no passado no Credit Suisse. Os três se uniram na BLP Asset, que gere também produtos de crédito estruturado.
"Eu ouvia falar de bitcoin há algum tempo, mas meu preconceito era enorme", diz Glauco, que teve seu primeiro estalo com bitcoins ao ver uma notícia do FBI. A polícia americana tinha apreendido criptomoedas de um criminoso. "Quando apreendem algo ilícito, o que eles fazem? Incineram. O que eles fizeram ali? Leiloaram", lembra o gestor. "Aí pensei: se o FBI vendeu bitcoin, não tem ilicitude. Se o FBI pode vender, por que eu não posso comprar?".
O primeiro fundo de cripto, na realidade, a BLP já lançou sem fazer barulho, em dezembro do ano passado. O produto, entretanto, só pode ser acessado por investidores profissionais, ou seja, com mais de R$ 10 milhões para investir. Foi um passo discreto: para os produtos oferecidos a esse público, as exigências regulatórias são mais leves. Ele segue aberto, tem 25 cotistas e R$ 2,25 milhões de patrimônio.
Um fundo de cripto por menos de R$ 10 mil
Agora, o plano da BLP é criar um fundo acessível a qualquer investidor, com aplicação mínima de menos de R$ 10 mil. "Nossa missão é proporcionar o acesso a esse produto de maneira simples, eficiente e segura", diz Glauco.
O sinal verde para um fundo disponível no varejo acabou de ser dado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – e surpreendeu, já que o regulador costuma ser bastante conservador em suas decisões.
Leia Também
A Superintendência de Relações com Investidores Institucionais da CVM divulgou um ofício circular, direcionado a administradores, gestores e auditores de fundos, em resposta a consultas sobre investimento direto por fundos regulados em criptoativos. A resposta não foi tão direta. O ofício informa que a instrução de fundos, ao tratar de investimento no exterior, não veda o investimento indireto em criptoativos.
Em bom português, a CVM deu aval para um fundo no Brasil que investe em criptomoedas lá fora. O máximo que um fundo local destinado ao público em geral pode investir no exterior, entretanto, é 20% do patrimônio. Por isso, o plano da BLP é ter um produto com 80% em títulos públicos brasileiros e 20% em um fundo de critpomedas sediado em Cayman – o mesmo já acessado pelo produto oferecido a investidores profissionais.
A gestão é ativa. Para a maior parte do patrimônio, 80%, a BLP só olha as 20 criptomoedas mais líquidas. Para o restante, a equipe busca aproveitar oportunidades que estão fora do radar.
Para a seleção de ativos, pesa a experiência de Axel, bem relacionado no universo cripto, e Alexandre, com experiência em trading. Os dois também tiveram carreiras nas tesourarias de bancos tradicionais – além do Credit Suisse, Indossuez, ING, Pine, BTG e Santander – mas têm se dedicado às criptomoedas há algum tempo. Axel, que foi tesoureiro da mesa internacional do BTG, começou a se envolver com esse mundo em 2016.
O produto é para estômagos fortes: vai sacudir bastante, ao sabor do sobe e desce das criptomoedas. "O fundo é para quem acha que esse mercado vai crescer", diz Alexandre. E, de preferência, com horizonte de pelo menos cinco anos, ainda que a liquidez seja bem maior: pedido o saque, o dinheiro está em até 30 dias na conta.
Por que vale a pena investir em criptomoedas?
Axel e Alexandre evangelizaram Glauco, que formou com eles um trio de cogestores aficionados pelo universo cripto.
"Acho que essa é uma disruptura muito maior do que a da internet", diz Glauco. Peço para ele explicar por que e a resposta vem na forma de exemplo. Imagine que você compre uma TV na Coreia do Sul pela internet. Há um impasse: se você pagar antes, ele pode não enviar a TV. Se ele mandar a TV antes, você pode não pagar.
Com criptoativos é diferente. "É um dinheiro programável, como se você conseguisse dar instruções para ele. Se eu não receber a mercadoria, o vendedor não recebe o dinheiro", diz. É apenas um exemplo simplório de um mundo em que as transações não dependem de confiança entre pessoas ou de intermediários que as viabilizem.
Deixando a tecnologia de lado e voltando ao mundo dos investimentos, o fato é que as criptomoedas se tornaram uma nova classe de ativos. E, aos poucos, o dinheiro institucional vai entrar nessa onda. Há quem diga que o arriscado é ficar de fora.
Resta ainda ver as condições do produto que vai chegar ao varejo, mas o fato é que a empreitada de gente tão sênior neste mercado no mínimo derruba preconceitos. "Aqui está todo mundo razoavelmente velho, fizemos uma boa carreira em mercados regulados, não é hora de uma aventura", diz Glauco. Faz sentido.
E você? Investiria em um fundo de criptomoedas? Conte para mim abaixo.
Um dia de paz para o bitcoin (BTC): mercado de criptomoedas se recupera na esteira do cessar-fogo de Trump
Alívio nas bolsas, cortes de juros no radar e traders ainda cautelosos; confira o que moveu o mercado dos ativos digitais nesta terça-feira (24) após a trégua entre Israel e Irã
Ouro ou Bitcoin? Novo ETF da B3 aposta nos dois; conheça o GBTC11
Buena Vista Capital e Hashdex combinam ouro e bitcoin em uma estratégia automatizada que ajusta a exposição conforme a volatilidade do mercado
Decisão morna e bitcoin (BTC) em queda; mercado de criptomoedas oscila após falas de Jerome Powell
Criptomoedas operam com cautela após decisão morna do Fed; projeções sobre juros mantêm mercado em compasso de espera
Stablecoins nos trilhos: após batalha política, Senado dos EUA aprova Genius Act e abre caminho para marco legal das criptomoedas
Texto bipartidário passa no Senado dos EUA e estabelece regras para lastro, auditoria e emissões de stablecoins; proposta ainda precisa ser aprovada pela Câmara
Trump acende o pavio, e criptomoedas despencam; veja repercussão das falas do presidente no mercado de ativos digitais
Bitcoin (BTC) e outras grandes criptomoedas recuam após presidente dos EUA declarar que “nossa paciência está se esgotando” em relação ao Irã
JP Morgan quer sua própria stablecoin: registro “JPMD” acende rumores no universo cripto
Titã de Wall Street surpreende o mercado com pedido de patente nos EUA e movimento anima o debate sobre o papel das stablecoins nos mercados tradicionais
Bitcoin (BTC) em clima de alta: fundos de criptomoedas batem recorde com aporte de US$ 13,2 bilhões no ano
Acordos bilionários e fundos de investimento reforçam a institucionalização e a resiliência do mercado de criptomoedas, enquanto o bitcoin (BTC) e outras moedas digitais disparam nesta segunda-feira (16)
Depois dos contratos futuros em bitcoin (BTC), ethereum (ETH) e solana (SOL) chegam à B3; saiba como aproveitar o lançamento
Novos contratos futuros de ethereum e solana estreiam na B3; veja detalhes sobre valores, horários de negociação e o que muda para quem investe em cripto no Brasil
Israel e Irã, Trump lucrando e regulamentação de stablecoins nos EUA: confira os destaques das criptomoedas desta semana
Últimos dias foram uma montanha-russa para as criptomoedas devido ao conflito no Oriente Médio iniciado na noite desta quinta-feira (12)
Governo muda tributação de criptomoedas e deixa investimento mais caro; isenção para vendas de até R$ 35 mil por mês é eliminada
Nova medida provisória unifica alíquota em 17,5% e extingue limite de isenção; entenda o que está em jogo
À procura de um gatilho: bitcoin (BTC) toca US$ 110 mil e recua; o que ainda falta para novas máximas?
Com Metaplanet, Strategy e Circle no radar, cripto ganha tração institucional, mas o próximo movimento ainda depende do cenário macro
Mais um passo no mercado cripto: conheça o novo ETF de bitcoin (BTC) de Trump
Pedido para criação do Truth Social Bitcoin ETF foi protocolado nesta quinta-feira (5); listagem deve acontecer na Nyse Arca
Ação da Circle estreia na Nyse com alta de mais de 200% em poucas horas; maior IPO cripto desde a Coinbase agita Wall Street
Com demanda acima do esperado, ações da emissora da USDC triplicam de valor na estreia; listagem reforça avanço institucional das stablecoins nos EUA
Trump Wallet é oficial ou fake? Filhos do presidente negam envolvimento da família, mas mercado ainda desconfia
Oficial ou não, carteira de criptomoedas lançada pelo mesmo time da memecoin $TRUMP abre lista de espera
Bitcoin (BTC) volta aos US$ 106 mil com dados de emprego nos EUA e ‘TACO Trade’, mas saques em ETFs acendem alerta
Criptomoedas sobem com dados positivos do mercado de trabalho dos EUA, mas saques em ETFs revelam fragilidade do rali em meio às tensões comerciais
Na final da Champions League, Paris Sant-Germain (PSG) é o primeiro clube que declarou a ter bitcoin (BTC) na tesouraria
Decisão rompe com o manual da maioria dos clubes esportivos, que se limitaram a experimentos de curto prazo com cripto, como NFTs e fan tokens
Binance e Zhao fora da mira: SEC recua e pede arquivamento definitivo do processo
Virada regulatória nos EUA sob Trump leva à pedido de suspensão definitiva da ação que acusava a Binance de má administração de fundos, engano a investidores e oferta de valores mobiliários não registrados
O ciclo de alta acabou? Bitcoin (BTC) recua para US$ 107 mil, e mercado de criptomoedas entra em modo de correção
Bitcoin recua após alta de quase 50% em menos de dois meses, altcoins desabam e mercado entra em correção — mas analistas ainda veem espaço para valorização
Quando cripto encontra Wall Street: Circle mira valuation de US$ 6,7 bilhões com oferta de ações na NYSE
Emissora da stablecoin USDC, a Circle protocolou seu IPO na Bolsa de Nova York para captar até US$ 624 milhões — movimento que reforça a corrida das stablecoins em meio ao avanço da regulação cripto nos EUA
Mesmo anônimo, Satoshi Nakamoto se torna a 11ª pessoa mais rica do mundo; entenda o mistério do criador do bitcoin (BTC)
Mesmo fora das listas oficiais, o criador anônimo do bitcoin acumula uma fortuna estimada em US$ 121 bilhões; com novas máximas, Satoshi segue trajetória rumo ao topo do ranking