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Lula e Trump finalmente se falam: troca de afagos, pedidos e a promessa de um encontro; entenda o que está em jogo 

A fanfic já pode ser renovada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, nesta segunda-feira (6), com direito a troca de telefones “para estabelecer via direta de comunicação” e o famoso “bora marcar” de se encontrar presencialmente.  

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Em comunicado oficial, o Planalto afirmou que o papo durou meia hora, em tom amistoso, com ambos os líderes relembrando “a boa química” do encontro em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU.  

Conversa vem, conversa vai, Lula não deixou passar a oportunidade de enfatizar que o Brasil é um dos três países do G20 que compra mais dos Estados Unidos do que os EUA compram dos brasileiros — o tal do superávit na balança comercial.  

Desde o primeiro dia em que Trump falou sobre tarifas de importação, o republicano sempre evidenciou o tratamento “desleal” dos países que deixam as contas dos EUA no vermelho. O detalhe é que essa conta negativa se dá porque os EUA são importadores e compram mais do que vendem para a maior parte dos países globais.  

Mas não o Brasil. Na relação com o Brasil, nosso país compra muito mais. Diante deste fato, Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 40% anunciada em julho.  

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Além disso, houve abertura até mesmo para o presidente pedir o fim das medidas restritivas — leia-se: Lei Magnitsky e revogação de vistos — aplicadas contra autoridades brasileiras.  

Movimento do Trump  

O comunicado do Planalto dá a entender que o telefonema partiu da Casa Branca, de modo que o primeiro passo tenha vindo dos EUA.  

Em uma publicação na sua rede social, Truth Social, Trump confirmou a ligação e afirmou ter sido um ótimo telefonema. “I enjoyed the call — Our Countries will do very well together.” (“Gostei da chamada — Nossos países se sairão muito bem juntos”, em tradução livre).  

Durante a conversa, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o Brasil. 

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A notícia, embora positiva, acende um alerta. Marco Rubio é considerado um dos membros mais ideológicos do governo Trump. Nos últimos meses, ele tem concentrado críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.  

Além disso, o secretário seria um dos contatos mais próximos de Eduardo Bolsonaro (PL/SP). O deputado segue morando nos Estados Unidos, determinado a conseguir a anistia para seu pai, Jair Bolsonaro (PL), com o apoio das restrições dos EUA contra o Brasil.  

Do lado brasileiro, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, devem liderar as negociações junto a Rubio.  

Lula e Trump: fase dois  

A diplomacia e os ministros brasileiros vão seguir trabalhando na articulação para o fim das tarifas. Porém, um novo encontro entre Lula e Trump se desenha no horizonte.  

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O comunicado do Planalto diz que ambos os presidentes “trocaram telefones” para estabelecer uma comunicação direta. E não só. Ambos os líderes acordaram em conversar pessoalmente em breve. Trump mencionou o encontro em sua postagem, afirmando que será no futuro breve, com a possibilidade de acontecer no Brasil e nos Estados Unidos.  

O presidente Lula falou sobre a possibilidade de um encontro na Cúpula da Asean, na Malásia, programada para 26 a 28 de outubro. Trata-se de um encontro entre nações do Sudeste Asiático, com quem o Brasil tem estreitado laços neste terceiro governo petista.  

Além disso, o presidente brasileiro reiterou o convite para Trump participar da COP30, em Belém (PA), em novembro, e se dispôs a viajar aos Estados Unidos caso nenhuma das alternativas funcione. 

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