A decisão é o que menos importa: o que está em jogo na Super Quarta com as reuniões do Copom e do Fed sobre os juros
O Banco Central brasileiro contratou para hoje um novo aumento de 1 ponto para a Selic, o que colocará a taxa em 14,25% ao ano. Nos EUA, o caminho é da manutenção na faixa entre 4,25% e 4,50% — são os sinais que virão com essas decisões que indicarão o futuro da política monetária tanto aqui como lá
Investidores, guardem a bola de cristal. Nesta Super Quarta não será necessário recorrer a adivinhação para saber o que vai acontecer: o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) deve manter os juros entre 4,25% e 4,50%, e o Banco Central brasileiro deve elevar a Selic em um ponto, para 14,25%. No entanto, será preciso saber ler os sinais em ambos os casos para antecipar o futuro.
No Brasil, o cenário indicado pelo próprio Comitê de Política Monetária (Copom) é de que o ciclo de aperto monetário será pausado nesta quarta-feira (19). Em janeiro, o Copom elevou os juros em um ponto porcentual, para 13,25%, mantendo a indicação de mais um aumento desta magnitude neste mês, condicionando os próximos ajustes à evolução do cenário.
No entanto, não se pode descartar um forward guidance (orientação futura) que deixe as portas abertas para outras elevações de menor grau — um caso que colocaria os juros aqui no maior nível, 15%.
- E MAIS: Quer investir melhor? Veja como ficar por dentro do que está acontecendo de mais quente no mercado financeiro
Para a Capital Economics, os argumentos parecem estar bem equilibrados tanto para pausa quanto para uma extensão do ciclo de aperto monetário.
Por um lado, houve uma clara desaceleração da economia brasileira, com Produto Interno Bruto (PIB) crescendo apenas 0,2% no quarto trimestre de 2024 ante o terceiro trimestre e queda no consumo das famílias.
"Indicadores-chave apontam para a continuidade de fraqueza [da atividade econômica] este ano. E há alguns sinais de que isso pode estar afetando o mercado de trabalho", diz a consultoria britânica em relatório.
Leia Também
Lotofácil 'final zero' promete R$ 12 milhões em premiações hoje
Por outro lado, o quadro da inflação no curto prazo permanece desafiador. Embora o salto no IPCA tenha sido impulsionado por aumento nos preços de eletricidade, ainda existem pressões provenientes do setor agrícola e da taxa de câmbio.
"Pelas nossas estimativas, o núcleo de inflação dos serviços subjacentes acelerou para o maior nível desde meados de 2023 neste último mês. Então, como o Copom vai equilibrar isso?", questiona a Capital Economics.
"A história não nos dá muitas pistas. Enquanto o fim do último ciclo de aperto em 2022 ocorreu apenas quando a inflação atingiu o pico, a economia na época ainda estava muito aquecida. O ciclo anterior a esse (em 2015) terminou antes do pico da inflação, mas à medida que a economia estava mergulhando em uma profunda recessão", acrescenta a consultoria.
Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o Banco Central pode, pela primeira vez, dar sinais mais explícitos de que o ciclo de alta da Selic está chegando ao fim — embora isso não signifique que novos aumentos estejam descartados, apenas que o ritmo do aperto tende a ser mais contido.
“A perspectiva de um fim do aperto monetário começa a abrir espaço, ainda que de forma incipiente, para uma conversa sobre corte de juros — algo que os mercados já começaram a antecipar”, diz.
Spiess conta mais sua visão sobre a Super Quarta na coluna semanal Insights Assimétricos, publicada toda terça-feira no Seu Dinheiro, e você pode conferir o texto na íntegra aqui.
Pesquisa feita pelo BTG Pactual com 58 participantes do mercado financeiro, mostra que a leitura dos sinais do Copom na decisão de hoje será mais importante do que nunca.
Enquanto 38% dos entrevistados acreditam que o comunicado virá indicando "que o Copom antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros na próxima reunião", 20% acreditam que virá indicando "como provável uma extensão do ciclo com um ajuste de menor magnitude na próxima reunião".
Outros 36%, no entanto, dizem que o comunicado do Copom virá "sem indicação explícita para a próxima reunião".
O cenário de divisão capturado pela pesquisa do BTG também é visto nas projeções do JPMorgan. O banco norte-americano projeta que a Selic alcançará o pico de 15,25% em junho, mas admite que há um risco de que o Banco Central encerre o ciclo de aperto monetário antes do esperado.
O JPMorgan entende que o Copom seguirá o forward guidance fornecido e aumentará os juros em 100 pontos-base, para 14,25%, na reunião de hoje. Depois o banco vê elevações de 50 pontos-base em maio e junho, quando a Selic alcançaria o pico deste ciclo de aperto monetário.
“Após a alta de 100 pontos-base desta quarta-feira, a comunicação do Copom deve mudar substancialmente e se tornar mais lacônica sobre decisões futuras, aumentando os graus de liberdade e a dependência de dados", dizem os analistas Cassiana Fernandez, Vinicius Moreira, e Mirella Mirandola Sampaio.
Segundo o trio, o balanço de riscos é onde parte da mudança deve ocorrer.
Desde o comunicado de janeiro, quando o Copom passou a focar nos riscos de desaceleração do crescimento da economia brasileira, "não apenas os dados econômicos do Brasil continuaram a decepcionar, mas também aumentaram as chances de uma recessão global. Com o risco externo provavelmente retornando à comunicação, haverá fatores de alta e de baixa a considerar na descrição do BC dos riscos para a perspectiva de inflação", afirmam.
O JP Morgan pondera que mesmo que informações recentes sugiram uma desaceleração da economia brasileira, membros do Copom destacaram recentemente que não está claro se isso representa um desvio significativo do cenário base, que é de moderação econômica gradual.
SELIC vai subir DE NOVO, mas até QUANDO? COMO a decisão de juros MEXE COM O SEU BOLSO
Antes da Selic: a decisão de juros nos EUA
A leitura dos sinais também será fundamental na antecipação do futuro dos juros nos EUA.
Depois de repetir em diversas ocasiões que o Fed não tem pressa para promover ajustes na taxa referencial, é o que o comunicado — e mais ainda — o que o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, vai dizer na coletiva de hoje que darão essas pistas.
Vale lembrar que hoje, junto com a decisão, o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Fed também divulga projeções econômicas atualizadas como faz a cada trimestre.
“O Fed está inquestionavelmente navegando em águas incertas, mas com dados concretos sinalizando pouca razão para preocupação, duvidamos que Powell soe o alarme hoje”, diz Antti Ilvonen, analista sênior do Danske Bank.
Ele lembra que, embora qualquer coisa diferente de uma decisão que mantenha os juros nos patamares atuais seja uma grande surpresa, os mercados estão precificando uma probabilidade entre 35% e 40% de o Fed retomar os cortes em maio.
“Embora Powell não tenha incentivo para fechar nenhuma porta, não esperamos orientação explícita para um corte em maio. Continuamos a prever três cortes de taxa para 2025, seguidos por mais dois em 2026, o que levaria a taxa terminal para a faixa entre 3,00% e 3,25%, um nível abaixo do preço atual do mercado”, disse Ilvonen.
Segundo o analista do Danske, com o crescimento do emprego permanecendo sólido nos EUA e o número de demissões ainda baixo, o Fed tem espaço para optar por uma abordagem mais gradual.
A TD Economics é um pouco menos otimista. Dada a atual tempestade de incertezas e as expectativas de inflação se tornando mais desequilibradas, a casa de análise acredita que o Fed deve se manter em compasso de espera até o meio do ano, “momento em que a desaceleração da economia norte-americana deve levar à necessidade de suporte adicional na forma de juros mais baixos”.
O recente aumento das tensões comerciais alimentou preocupações de que as tarifas de Donald Trump poderiam pesar mais significativamente no crescimento dos EUA neste ano e colocar mais pressão ascendente sobre a inflação.
- E MAIS: Quer investir melhor? Veja como ficar por dentro do que está acontecendo de mais quente no mercado financeiro
O relatório do CPI (sigla para índice de preços ao consumidor) da semana passada mostrou que as pressões inflacionárias diminuíram em fevereiro nos EUA, com a inflação desacelerando para 2,8% na comparação anual, abaixo dos 3% em janeiro.
“Embora bem-vinda, essa trégua pode ter vida curta, pois os números mais recentes teriam capturado apenas a tarifa inicial de 10% sobre a China que entrou em vigor em 4 de fevereiro”, lembra a equipe de analistas da TD Economics.
Pesquisas com as empresas norte-americanas indicam que as expectativas de inflação e as intenções de preços subiram nos EUA, sugerindo que as pressões de preços estão aumentando na cadeia de suprimentos.
Se as tarifas permanecerem em vigor, as empresas eventualmente precisarão aumentar os preços ou absorver custos mais altos elas mesmas — já há sinais de que algumas empresas menores começaram a elevar os preços.
A pesquisa de confiança de pequenas empresas da NFIB da semana passada mostrou um salto de 10 pontos na parcela de empresas que subiram os preços médios de venda.
A confiança das famílias norte-americanas também vem enfraquecendo rapidamente, impulsionada não apenas pela recente liquidação do mercado de ações, mas também pelas expectativas de aceleração da inflação nos próximos meses.
De fato, a leitura de março da pesquisa de confiança do consumidor da Universidade de Michigan mostra que, após declínios nos dois meses anteriores, a confiança do consumidor continuou a despencar — caindo em março para o nível mais baixo desde novembro de 2022.
As expectativas de inflação para 2026, por sua vez, aumentaram de 4,3% no mês passado para 4,9% em março, marcando a maior leitura desde novembro de 2022.
COP30: Marcha Mundial pelo Clima reúne 70 mil pessoas nas ruas de Belém
Ativistas reivindicam acordos e soluções efetivas de governos na COP30
‘Pet 2.0’: clonagem animal vira serviço de R$ 263 mil; ricos e famosos já duplicam seus pets
Clonagem de animais começou nos anos 1990 com a ovelha Dolly e agora é usada para reproduzir pets falecidos, preservação de espécies e melhoramento de rebanho
Negociações na COP30 entre avanços e impasses: um balanço da cúpula do clima até agora
Em Belém, negociadores tentam conciliar a exigência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com o impasse no financiamento climático e o risco de adiar as metas de adaptação para 2027
Brasil x Senegal: veja onde assistir ao amistoso e saiba o horário da partida
Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Senegal, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026
Essa praia brasileira vai ser uma das mais visitadas do país em 2026
Juquehy se destaca como um destino turístico em ascensão, combinando mar calmo, ondas para surfistas e uma infraestrutura em constante crescimento, atraindo turistas para 2026
Mega-Sena 2940 faz um multimilionário em Porto Alegre – quanto rende o prêmio de R$ 99 milhões na renda fixa?
Vencedor de Porto Alegre embolsou R$ 99 milhões e agora pode viver de renda
Explosão de fogos no Tatuapé: quem paga a conta? Entenda a responsabilidade de locatário, proprietário e vizinhos
Com danos a casas, comércios e patrimônio público, advogados apontam quem responde civilmente pela explosão no bairro da zona leste
RIP, penny: Por que Donald Trump acabou com a moeda de um centavo de dólar nos EUA?
Mais de 250 bilhões de moedas de um centavo continuam em circulação, mas governo decidiu extinguir a fabricação do penny
Lotofácil 3538 tem 8 ganhadores, mas apenas 2 ficam milionários; Mega-Sena adiada corre hoje valendo R$ 100 milhões
Basta acumular por um sorteio para que a Lotofácil se transforme em uma “máquina de milionários”; Mega-Sena promete o maior prêmio da noite
Do passado glorioso ao futuro incerto: a reforma milionária que promete transformar estádio de tradicional clube brasileiro
Reforma do Caindé prevê R$ 700 milhões para modernizar o estádio da Portuguesa em São Paulo, mas impasse com a Prefeitura ameaça o projeto
Onde já é possível tirar a habilitação gratuitamente? Confira quais Estados já aderiram à CNH Social
Com a CNH Social em expansão, estados avançam em editais e inscrições para oferecer a habilitação gratuita a candidatos de baixa renda
Bolão paulistano fatura Quina e 16 pessoas ficam a meio caminho do primeiro milhão; Mega-Sena pode pagar R$ 100 milhões hoje
Prêmio principal da Quina acaba de sair pela terceira vez em novembro; Lotofácil acumulou apenas pela segunda vez este mês.
A família cresceu? Veja os carros com melhor custo-benefício do mercado no segmento familiar
Conheça os melhores carros para família em 2025, com modelos que atendem desde quem busca mais espaço até aqueles que preferem luxo e alta performance
Batata frita surge como ‘vilã’ da inflação de outubro; entenda como o preço mais salgado do petisco impediu o IPCA de desacelerar ainda mais
Mesmo com o grupo de alimentos em estabilidade, o petisco que sempre está entre as favoritas dos brasileiros ficou mais cara no mês de outubro
“O Banco Central não está dando sinais sobre o futuro”, diz Galípolo diante do ânimo do mercado sobre o corte de juros
Em participação no fórum de investimentos da Bradesco Asset, o presidente do BC reafirmou que a autarquia ainda depende de dados e persegue a meta de inflação
Governo Lula repete os passos da era Dilma, diz ex-BC Alexandre Schwartsman: “gestão atual não tem condição de fazer reformas estruturais”
Para “arrumar a casa” e reduzir a taxa de juros, Schwartsman indica que o governo precisa promover reformas estruturais que ataquem a raiz do problema fiscal
Bradesco (BBDC4) realiza leilão de imóveis onde funcionavam antigas agências
Cinco propriedades para uso imediato estão disponíveis para arremate 100% online até 1º de dezembro; lance mínimo é de R$ 420 mil
Maioria dos fundos sustentáveis rendeu mais que o CDI, bolsa bate novos recordes, e mercado está de olho em falas do presidente do Banco Central
Levantamento feito a pedido do Seu Dinheiro mostra que 77% dos Fundos IS superou o CDI no ano; entenda por que essa categoria de investimento, ainda pequena em relação ao total da indústria, está crescendo no gosto de investidores e empresas
Lotofácil 3536 faz o único milionário da noite; Mega-Sena encalha e prêmio acumulado chega a R$ 100 milhões
Lotofácil continua brilhando sozinha. A loteria “menos difícil” da Caixa foi a única a pagar um prêmio milionário na noite de terça-feira (11).
ESG não é caridade: é possível investir em sustentabilidade sem abrir mão da rentabilidade
Fundos IS e que integram questões ESG superaram o CDI no acumulado do ano e ganham cada vez mais espaço na indústria — e entre investidores que buscam retorno financeiro