Choque geracional: 5 desafios na transmissão de herança para as gerações mais jovens, segundo especialistas em planejamento sucessório
Planejamento sucessório não é feito só de decisões financeiras; questões emocionais e familiares relacionadas às diferenças geracionais também entram na equação

Pessoas que conseguem construir um bom patrimônio ao longo da vida gostam de planejar a transferência dos seus bens para os herdeiros ainda em vida, principalmente quando há empresas familiares envolvidas. Mas o planejamento sucessório não se restringe às decisões estritamente financeiras, a fim de pagar menos impostos ou economizar no inventário.
Segundo especialistas em gestão de fortunas, há questões emocionais e familiares que precisam ser abordadas durante planejamento sucessório, inclusive derivadas de mudanças geracionais, e que demandam uma abordagem cuidadosa e sensível, tanto por parte do profissional que faz a assessoria quanto da família.
O mundo e as relações familiares mudaram muito desde que as gerações hoje na terceira idade iniciaram a construção do seu patrimônio.
- CONTEÚDO EXCLUSIVO: Tem dúvidas sobre planejamento sucessório, espólio, testamento, ou herança? Confira gratuitamente o guia completo d'A Dinheirista sobre o assunto
Veja a seguir cinco desafios geracionais que costumam aparecer na hora de planejar a transmissão da herança para as gerações mais jovens, segundo profissionais de gestão de fortunas e planejamento sucessório:
1. Regimes de bens dos casais mais jovens
As configurações familiares mudaram muito com o passar do tempo. Se as gerações mais antigas costumavam casar, em comunhão total ou parcial de bens, e ter menos uniões ao longo da vida, as gerações mais jovens costumam ter relações mais curtas e/ou informais, com filhos de diferentes uniões.
Além disso, os regimes de bens dos casamentos e uniões estáveis dos herdeiros podem ser causa de preocupação por parte dos patriarcas responsáveis pela construção do patrimônio da família.
Leia Também
Para Luciana Guaspari de Orleans e Bragança, head de wealth planning do Private Banking do Santander, é fundamental entender os diferentes regimes de bens dos casais das diferentes gerações quem compõem a família. “Nem todas as gerações terão a maturidade de abordar este tema com seus parceiros”, disse a planejadora, em evento da Bloomberg Línea nesta semana.
Pode ser que os autores da herança não tenham o interesse em dividir seus bens com certos agregados, ou tenham o desejo de manter o patrimônio na família consanguínea tanto quanto o possível.
Assim, é preciso entender se os filhos e netos têm cônjuge, companheiro(a) ou namorado(a), se há casamento ou união estável, se um eventual namoro pode vir a ser considerado uma união estável e qual o regime de bens adotado em cada uma dessas relações, se é que foi feito algum tipo de acordo entre o casal.
2. Educação financeira e patrimonial para as próximas gerações
Outro ponto que é essencial abordar durante o planejamento sucessório é a educação financeira e patrimonial das novas gerações, especialmente daqueles herdeiros para os quais se vai passar o bastão da gestão dos negócios da família.
É preciso definir em que medida cada sucessor irá se envolver na gestão do patrimônio e prepará-los para serem os tomadores de decisões algum dia. Se houver empresa familiar, é preciso também se preocupar com os critérios de governança, como a forma de contratar ou até mesmo demitir um membro da família.
“Também é preciso entender qual o momento de passar o bastão. Doar tudo em vida ou fazer a transmissão só após o falecimento? Vai ter testamento?”, diz Orleans e Bragança.
- Clube de Investidores SD Select: inscreva-se gratuitamente para receber atualizações em primeira mão sobre os programas e podcasts do Seu Dinheiro
3. Herdeiros que moram fora do país
Em famílias em que os herdeiros já cresceram com boas condições financeiras é comum que eles acabem se mudando para outro país, fazendo carreira e formando família fora do Brasil. Quando isso acontece, alerta a head de wealth planning do Santander, é preciso rever todo o planejamento sucessório.
“O Brasil tem a chamada herança forçada, em que há herdeiros obrigatórios, que necessariamente recebem ao menos uma parte da herança. Mas o país onde esses herdeiros mais jovens foram morar pode ter outras regras, limitações etc.”, explica.
Já o desejo de os próprios patriarcas, autores da herança, se mudarem do Brasil para “se aposentarem” lá fora é um tema revisitado a cada quatro anos, sempre que há eleições presidenciais, conta Orleans e Bragança.
Há sempre o temor de que um novo governo traga mudanças institucionais que afetem negativamente o patrimônio dessas famílias, mas a maior parte dessas pessoas acaba permanecendo no Brasil.
“Não há primeiro mundo que traga a tranquilidade de acesso às estruturas e aos profissionais de saúde que temos aqui no Brasil. Pelo menos é o que pensam os mais seniores”, diz.
4. Discutir o que fazer em caso de incapacidade dos patriarcas
Um ponto que pode ser sensível discutir com a família é o que fazer em caso de incapacidade do autor da herança. Caso a idade avançada ou um problema de saúde o impeça de tomar certas decisões, quem as tomará em seu lugar? Qual dos herdeiros será seu eventual procurador, cuidador ou mesmo curador?
Na hora de fazer este planejamento é importante providenciar os documentos adequados para fazer valer a vontade do autor da herança, o que pode incluir até mesmo um testamento vital, para determinar os procedimentos médicos aos quais ele aceita ou não se submeter no fim da vida.
5. Investimentos de impacto e filantropia
De acordo com gestores de fortunas que trabalham com planejamento sucessório, fazer investimentos de impacto – aqueles que priorizam o impacto socio-ambiental, e não apenas o retorno financeiro – e filantropia é uma prioridade para as gerações mais jovens de famílias de alto patrimônio.
Este é um dos pontos que podem ser melhor estruturados na hora do planejamento sucessório, já definindo que uma parte da herança das novas gerações será direcionada a esses objetivos.
“No caso da filantropia familiar, a geração mais sênior até fazia doações, mas de forma mais desorganizada, os mais jovens têm essa coisa do propósito e querem fazer isso de uma maneira mais organizada”, diz Orleans e Bragança.
No mesmo evento, Yuri Freitas, head de wealth planning para o Brasil do UBS Wealth Management, contou que em investimentos de impacto e filantropia, a casa trabalha duas frentes: a vocacional, que trata da vocação da família – que causa vai ajudar, se será apenas repassadora de recursos ou se terá um projeto próprio – e a jurídica, que trata da constituição da entidade filantrópica ou veículo de investimento, bem como das eventuais isenções e imunidades tributárias que serão pleiteadas.
Já Natália Destro, head de wealth planning para o Brasil do Julius Baer, lembrou que os fundos patrimoniais (endowments) foram aprovados no Brasil e podem ser utilizados por famílias que desejam direcionar parte dos recursos para a filantropia.
Esses veículos são constituídos a partir de doações, que passam a ser rentabilizadas para financiar uma organização sem fins lucrativos.
“Esses fundos ainda precisam de alguns ajustes no Brasil, mas são fantásticos para filantropia”, disse Destro.
Golpe do dinheiro esquecido: com mais de R$ 10 bilhões a serem recuperados nos bancos, veja como se proteger dos golpistas
Com R$ 10,7 bilhões disponíveis no Sistema de Valores a Receber, cresce também a ação de golpistas que tentam enganar quem busca resgatar o dinheiro esquecido
Golpes contra idosos: confira as principais fraudes aplicadas na internet e como se prevenir delas
Os golpes contra idosos variam desde ligações falsas a promessas de prêmios em redes sociais
Cansou de ver feriado caindo em fim de semana? Em 2026 vai ser bem diferente
Prepare a agenda: 2025 decepcionou com feriados ‘desperdiçados’, mas 2026 se aproxima com mais quebras providenciais no calendário
Lotofácil volta ao normal e Dupla Sena promete maior prêmio entre as Loterias da Caixa hoje
Após a Lotofácil da Independência 2025, os sorteios voltam à rotina; Dupla Sena lidera com prêmio de R$ 7,5 milhões nesta segunda-feira (8)
Tudo tem seu preço, e morar na Europa também — 5 dos 10 países com maior custo de vida estão no velho continente; confira a lista
Metade do top 10 dos países mais caros para estrangeiros está na Europa — e o Reino Unido lidera a lista dos menos acessíveis do continente
Os 10 países com menor custo de vida para estrangeiros estão na Ásia e na América Latina — e o Brasil está entre eles
Pesquisa mostra os melhores países com menor custo de vida para estrangeiros
PIX fora do ar: Nubank registra instabilidade em dia de alto volume de transferências
Instabilidade no PIX atinge clientes do Nubank e gera relatos de falhas nas transferências desta sexta-feira (5).
Prêmio da Lotofácil da Independência 2025 pode gerar renda mensal milionária, mas só há um jeito (ou dois) de isso acontecer
Deixados em uma caderneta de poupança, os R$ 220 milhões da Lotofácil da Independência de 2025 renderiam quase R$ 1,5 milhão por mês; sorteio ocorre amanhã (6)
Lotomania 2818 faz um novo milionário — e mostra que não basta ter sorte, é preciso saber brincar
Aposta fatura sozinha o prêmio principal e o dinheiro reservado à faixa de zero acerto na Lotomania 2818, embolsando mais de R$ 4 milhões
Está negativado? Veja como funciona o Serasa Limpa Nome
Um em cada três brasileiros estão com o nome sujo na praça, para isso, existe o Serasa Limpa Nome
Tesouro Direto: IR maior torna o Tesouro RendA+ um mau negócio para a aposentadoria? Fizemos as contas
Medida provisória proposta pelo governo muda as regras de tributação e afeta o planejamento de longo prazo dos investidores, com perda significativa no retorno final
Bola dividida na Dia de Sorte 1110 deixa dois apostadores mais perto do primeiro milhão na loteria
Enquanto a Dia de Sorte deixou dois “quase milionários”, outra loteria alternativa da Caixa acumulou e viu o prêmio em jogo saltar para R$ 21 milhões
Um meme por um pequeno investidor: Tesouro Direto escala ‘Nazaré confusa’ para explicar que Tesouro Selic rende mais que a poupança
Campanha vai ao ar nesta segunda-feira (1º) e quer alcançar gerações. Tesouro também planeja mais lançamentos para os próximos meses
Pix contra fraudes: Banco Central cria ferramenta para rastrear dinheiro e agilizar devolução em até 11 dias
Nova versão do Mecanismo Especial de Devolução (MED) permitirá seguir o caminho do dinheiro e aumenta as chances de recuperar valores perdidos em golpes
Sua gestora está na mira da PF? As recomendações para clientes da Reag e outras instituições alvos da Operação Carbono Oculto
Ação histórica contra o crime organizado não representa risco para os investidores, segundo especialistas. Mercado tem suas salvaguardas e patrimônio segue protegido
Lollapalooza Brasil 2026 anuncia line-up completo com Sabrina Carpenter, Tyler the Creator, Lorde e mais
Lollapalooza Brasil 2026 será realizado em março no Autódromo de Interlagos, em São Paulo; ingressos já estão disponíveis a partir de R$ 950
Lollapalooza Brasil 2026 anuncia line-up hoje; veja os preços e como comprar ingressos
Lollapalooza Brasil 2026 acontece nos dias 20, 21 e 22 de março no Autódromo de Interlagos; ingressos variam de R$ 950 a R$ 4.956 e já estão à venda
Tesouro Direto: Tesouro RendA+ ainda vai valer a pena com alta da alíquota de IR para 17,5%? Veja o impacto da mudança na sua aposentadoria
Medida provisória proposta pelo governo muda as regras e afeta o planejamento de longo prazo dos investidores, com perda significativa no retorno final
Governo quer que FGC cubra desconto indevido de crédito consignado em aposentadorias e pensões do INSS, diz jornal
Nova função para o fundo que garante a poupança e as aplicações de renda fixa visaria a não onerar as contas públicas, já que o governo poderá se tornar corresponsável pelo ressarcimento dos descontos indevidos
Até o rico dá calote: brasileiros estão com dificuldade de pagar o aluguel; maior inadimplência é a de locações de mais de R$ 13 mil
Segundo Índice Superlógica, a taxa de endividamento no aluguel da alta renda chegou a 6,83% em julho, a maior entre os imóveis residenciais