🔴TRÊS ROBÔS CRIADOS A PARTIR DE IA “TRABALHANDO” EM BUSCA DE GANHOS DIÁRIOS – ENTENDA AQUI

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

O governo está de olho

3 jeitos (errados) de tentar fugir do imposto sobre heranças e doações que podem trazer dor de cabeça com o Fisco

Governos estaduais estão de olho em transações que simulam operações de compra e venda, mas são doações disfarçadas, evitando assim a cobrança de ITCMD

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
29 de agosto de 2024
6:00 - atualizado às 13:45
cartão vermelho
Operações de vendas de cotas e ações de empresas familiares chamaram a atenção da Fazenda estadual de SP, que passou a verificar se não seriam doações disfarçadas. Imagem: Shutterstock

A transmissão de bens por herança ou doação não está sujeita à cobrança de imposto de renda, como muita gente imagina, mas está sujeita ao pagamento de outro tipo de tributo, desta vez estadual: o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Custos de inventário para a transmissão de herança podem ser elevados, então os brasileiros que têm algum patrimônio – sobretudo os mais abastados – tentam fazer um planejamento sucessório para pagar o mínimo possível ao passar os bens para os herdeiros e evitar, se possível, o ITCMD.

Famílias de maior patrimônio se valem muito da constituição de empresas (holdings) para concentrar todos os seus ativos (principalmente imóveis), e assim pagar menos imposto.

Também é possível fazer doações em vida para evitar que os bens doados entrem em inventário. Elas não são isentas do ITCMD, mas em alguns estados a alíquota para doações é mais baixa que a de heranças (transmissão causa mortis).

Outros instrumentos muito utilizados por famílias em geral são os seguros de vida e os planos de previdência privada. Nenhum dos dois passa por inventário e, nos casos dos seguros, também não há cobrança de ITCMD.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Porém, durante o planejamento sucessório, muitas vezes as famílias, mesmo as de alto patrimônio, acabam cometendo erros ou irregularidades que podem lhes causar dor de cabeça lá na frente.

Leia Também

As tentativas indevidas de burlar a cobrança do imposto sobre herança e doações pode acarretar a notificação desses contribuintes, que deverão regularizar sua situação, não só pagando o imposto integralmente como também multa e juros por atraso no recolhimento.

As irregularidades mais comuns do planejamento sucessório para tentar fugir do ITCMD

Recentemente, por exemplo, a Secretaria de Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) desencadeou a chamada Operação Loki, com o objetivo de fiscalizar possíveis irregularidades em operações de planejamentos sucessórios.

A secretaria passou a enviar notificações de verificação fiscal aos contribuintes para checar se certas operações feitas por famílias do estado seguiram as regras ou se havia algum ITCMD a recolher que tenha sido evitado indevidamente em uma operação de doação dissimulada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Felizmente, quem regularizar sua situação voluntariamente evitará a multa; mas aqueles que continuarem fugindo do fisco estadual podem ser multados em 100% do valor do imposto devido.

As principais análises da operação mostraram o uso dos seguintes meios, que sinalizam doações disfarçadas, sem o recolhimento do imposto devido, por famílias que constituíram holdings para o seu patrimônio pessoal:

1. Declaração de venda de cotas da holding para os filhos, mas sem comprovação de qualquer pagamento

Esse é o caso menos disfarçado. Há uma transferência de cotas da holding familiar dos pais para os filhos, informada como uma venda na declaração de imposto de renda e à junta comercial, quando da mudança do quadro societário da empresa.

Porém, não há transação financeira envolvida, isto é, não há qualquer tipo de pagamento dos filhos aos pais que comprove que se trata de fato de uma venda, configurando-se uma doação disfarçada – e, portanto, sujeita ao imposto sobre heranças e doações.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

2. Declaração de venda de cotas para os filhos com comprovação de pagamento, porém por um valor irrisório frente ao patrimônio líquido da holding

Neste caso, de fato ocorre uma operação de venda, com pagamento por parte dos filhos, mas por um valor que não poderia ser considerado – em geral, o valor da holding que consta no contrato social, e não o valor de mercado, que tende a ser maior, após a valorização dos investimentos da empresa.

Acontece que há estados que exigem que o valor das cotas na venda deve ser compatível com o seu patrimônio líquido, e não com o capital social.

Nestes casos, quando ocorre uma venda de cotas por preço inferior ao seu valor de mercado, a secretaria de fazenda pode considerar que se trata de uma doação disfarçada, para evitar o ITCMD.

Conforme explica Rafael Menegatto, sócio e gerente de planejamento sucessório da Blue3 Investimentos, ao fazer o contrato social da holding, a família pode utilizar como base o valor histórico dos bens imóveis da família que integrarão o patrimônio da empresa, geralmente bem inferior ao valor de mercado do momento no qual a holding se constitui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas isso é válido para as holdings operacionais, aquelas que recebem aluguéis pela empresa, fazem compra e venda de ativos etc. No caso das holdings não operacionais, o governo pode exigir que os bens sejam levados a valor de mercado na hora da transmissão das cotas, tanto no caso de uma venda quanto no de uma doação.

“Quando há uma alteração no quadro societário da empresa, como ocorre no caso de uma venda de cotas dos pais para os filhos, informa-se à junta comercial, que comunica à secretaria de fazenda imediatamente. Se a holding não for operacional e a venda tiver ocorrido pelo valor histórico, a Sefaz vê isso como uma tentativa de burlar o ITCMD. Principalmente quando a transação ocorre entre parentes, sem uma razão evidente. Não é que está entrando um sócio novo, de fora”, explica Menegatto, com o exemplo do estado de São Paulo.

Menegatto acrescenta, ainda, que nas holdings operacionais, uma doação pode até ser feita pelo valor histórico das cotas, permanecendo, ainda assim, sujeita ao imposto sobre heranças e doações. No entanto, nesse caso, a base de cálculo será de fato mais baixa.

Já uma operação de venda pelo valor histórico, embora não seja vedada nesse tipo de holding, ainda pode ser alvo de escrutínio do Fisco caso haja indícios de ser uma doação disfarçada para burlar o imposto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

3. Venda de cotas para os filhos com comprovação de pagamento, porém os filhos não tem renda ou patrimônio suficientes para bancar a operação

O terceiro caso é a simulação de uma venda de cotas para os herdeiros, uma vez que o pagamento da compra é feito pelos próprios pais, o que fica evidenciado pelo fato de que os filhos não têm renda ou patrimônio suficiente para arcar com o valor. Nesse caso fica claro também que se trata de uma tentativa de evitar formalizar uma doação e pagar o ITCMD.

A DINHEIRISTA RESPONDE DÚVIDAS SOBRE SUCESSÃO PATRIMONIAL: PARTILHA, TESTAMENTO, ESPÓLIO E MAIS!

Não são só as famílias mais ricas

Dentro da mesma linha de raciocínio dos mecanismos citados, uma prática muito comum nas famílias brasileiras que têm algum patrimônio é a doação de dinheiro para os filhos na forma de um empréstimo, que eles nunca chegam a pagar, e depois a dívida é perdoada.

O mesmo às vezes ocorre com bens, como carros ou imóveis: filhos que os “compram” dos pais a prazo, mas depois têm a dívida perdoada, sem nunca realmente terem pago pelo bem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Embora não sejam alvo da Operação Loki, que foca na doação disfarçada de cotas ou ações de empresas, tais operações podem ser interpretadas pela fazenda estadual como doações disfarçadas e tentativas de burlar o pagamento do ITCMD, que pode vir a ser cobrado lá na frente, com multa e juros.

Regulamentação da reforma tributária visa a institucionalizar a cobrança do imposto sobre heranças e doações em nível nacional

Recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados o segundo projeto de lei que regulamenta a reforma tributária (PLP 108/24) estabelece, entre outras coisas, uma institucionalização do ITCMD em nível nacional, diz Rafael Menegatto, da Blue3. O projeto seguiu para votação no Senado.

Entre outras coisas, o texto estabelece que o ITCMD deverá passar a ser progressivo (a depender do valor transmitido), que deverá incidir sobre planos de previdência privada – com exceção dos VGBLs existentes há mais de cinco anos – e que a base de cálculo do ITCMD deverá ser, necessariamente, o valor de mercado dos bens transmitidos.

Hoje, os planos VGBL em geral não estão sujeitos a ITCMD, mesmo quando tenham sido usados para planejamento sucessório. Embora o PLP 108/24 mude isso, a questão ainda será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que está julgando se a cobrança do imposto sobre a previdência privada é constitucional.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quanto à progressividade, hoje o ITCMD pode ou não ser progressivo, a depender do estado, além de poder ter alíquotas diferentes para doações e heranças. As alíquotas variam de 2% a 8%, a depender da unidade da federação (em SP, por exemplo, a alíquota é de 4% em qualquer caso), e costuma haver uma faixa de isenção para baixos valores.

A reforma tributária introduziu a ideia de que o imposto sobre heranças e doações deverá passar a ser progressivo, e a alíquota máxima, que é definida pelo Senado, pode passar a ser de 16%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
PRÊMIO GORDO

Mega-Sena 2902 acumula R$ 55 milhões e sorteio acontece neste sábado — ainda dá tempo de tentar a sorte

16 de agosto de 2025 - 10:15

Apostas podem ser feitas até as 19h, horário de Brasília

ACUMULOU DE NOVO

Mega-Sena 2901 corre hoje valendo R$ 47 milhões; Lotofácil 3468 tem 8 ganhadores, mas ninguém fica milionário

14 de agosto de 2025 - 9:40

Mega-Sena está acumulada há três concursos, mas uma mudança na regra de distribuição vem turbinando os prêmios oferecidos

BANCOS ABALADOS

Pix: a inovação brasileira que economizou mais de R$ 100 bilhões, sambou com bancos e irritou Trump

13 de agosto de 2025 - 17:06

Enquanto consumidores comemoram, bancos e maquininhas sentem o impacto: o Pix transformou o mercado e ninguém ficou parado

ONDE FOI PARAR O DINHEIRO?

Dinheiro esquecido: R$ 10,56 bilhões ainda estão de bobeira esperando para serem resgatados

12 de agosto de 2025 - 18:10

Dados do BC revelam que 48,2 milhões de pessoas físicas ainda não reivindicaram os valores deixados nos bancos

CARTÃO AMARELO

INSS suspende pagamento de benefícios pelo Agibank por suspeita de irregularidades; banco nega

12 de agosto de 2025 - 16:31

Para os beneficiários do INSS que já recebem pelo Agibank, os pagamentos continuam normalmente, sem alterações imediatas

EITA VIDA BOA!

Um prêmio de loteria por mês: quanto rendem os quase R$ 100 milhões do mais novo ganhador da Mega-Sena na poupança, no Tesouro Direto, no CDI e no LCI

6 de agosto de 2025 - 11:24

Na caderneta de poupança, o prêmio do concurso 2897 da Mega-Sena cresceria R$ 670 mil por mês, mas rendimento pode passar de R$ 1 milhão em outros tipos de investimento, mesmo na renda fixa conservadora

LOTERIAS

Esquenta da Mega da Virada: mudança de regra coloca loteria no caminho de prêmio bilionário no fim do ano

4 de agosto de 2025 - 14:08

Ministério da Fazenda acaba de alterar as regras de distribuição de prêmios da Mega-Sena e da Mega da Virada

INQUILINOS EM DÍVIDA

A inadimplência de aluguel de imóveis está em alta no Brasil e atinge maior patamar em mais de um ano

29 de julho de 2025 - 18:23

Segundo Índice Superlógica, indicador chegou a 3,59% em junho de 2025, maior patamar desde maio de 2024

RENDA FIXA

Com juros altos e incerteza global, renda fixa exige diversificação, apontam especialistas

27 de julho de 2025 - 8:51

Painel da Expert XP 2025 buscou destacar os caminhos e desafios para alocar recursos no atual cenário, econômico.

FUNDOS IMOBILIÁRIOS

Gestor da Kinea vê oportunidade em FIIs e aposta em retomada com corte de juros

26 de julho de 2025 - 15:45

Executivo aponta que mesmo com Selic alta, mercado de fundos imobiliários oferece boas oportunidades tanto em ativos de papéis quanto em tijolo.

GANHO REAL

Lucro do FGTS cai nas contas ainda em julho: rendimento é de R$ 20 a cada R$ 1.000 de saldo

26 de julho de 2025 - 9:21

Com a distribuição de lucros, o rendimento total do FGTS em 2024 sobe para 6,05% e tem ganho real — ficou acima da inflação de 4,83% acumulada no mesmo período.

DIN DIN NA CONTA

Quem tem saldo no FGTS poderá receber parte dos R$ 13 bilhões de lucro; confira se tem direito e a data de pagamento

24 de julho de 2025 - 11:11

Valor é referente ao lucro de 2024 e será distribuído de forma proporcional ao saldo na conta dos contribuintes

DINHEIRO A CAMINHO

Receita libera consulta ao 3º lote de restituição do IR 2025; veja se você está na lista

24 de julho de 2025 - 10:03

É o maior lote da história em número de contribuintes e o segundo maior em valor — cerca de 7,2 milhões de contribuintes receberão um montante total de R$ 10 bilhões

ATENÇÃO REDOBRADA

Pix automático promete praticidade, mas também pode virar armadilha digital; veja como se proteger de golpes

23 de julho de 2025 - 16:52

Nova função do Banco Central traz comodidade, mas demanda cuidado com autorizações falsas e sites fraudulentos

DINHEIRO A CAMINHO

Receita libera nesta quinta (24) consulta ao 3º lote de restituição do IR 2025

23 de julho de 2025 - 15:36

É o maior lote da história em número de contribuintes e o segundo maior em valor — cerca de 7,2 milhões de contribuintes receberão um montante total de R$ 10 bilhões

POUPANÇA INTERNACIONAL

Cofrinho que rende em dólar? Solução da Wise investe em fundo da BlackRock e pode render até em euro e libra

20 de julho de 2025 - 12:01

O “cofrinho” da Wise é uma parceria com a Genial Investimentos, que não exige aplicação mínima nem período de carência

LINHA DE CRÉDITO

Clientes da Caixa podem dar imóvel em financiamento como garantia para mais de um empréstimo

19 de julho de 2025 - 16:56

A nova linha de crédito tem taxas de juros reduzidas e o valor do empréstimo pode chegar a 60% do valor de avaliação do imóvel

PRESENÇA CONFIRMADA

Não tem mais como escapar: Pix está em todas as telas de pagamento do e-commerce em 2025, diz pesquisa

18 de julho de 2025 - 16:29

Lançado em 2020, o sistema de pagamento se tornou padrão no comércio — virando até potencial alvo da guerra comercial de Donald Trump

VAI E VEM

Da previdência às viagens: de quanto será o IOF sobre VGBL, câmbio e crédito após a volta do decreto do governo

17 de julho de 2025 - 11:14

Veja como ficam as alíquotas depois que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, decidiu pela validade do decreto que aumentou o imposto

CONTA RENDEIRA 2.0

Banco do Brasil, Nubank, Itaú, Mercado Pago… quanto paga cada caixinha, cofrinho ou porquinho dos bancos e qual é a melhor?

17 de julho de 2025 - 6:02

O Seu Dinheiro avaliou as principais aplicações oferecidas pelos bancos e instituições financeiras para explicar o que cada uma oferece

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar