🔴 UM SALÁRIO MÍNIMO DE RENDA TODO O MÊS COM DIVIDENDOS? – DESCUBRA COMO

Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

A LIBERAÇÃO DOS BILHÕES

Petrobras (PETR4) diz até quando conselho pode decidir o que fazer com dividendos extras que ainda estão retidos; mercado reage mal ao balanço do 1T24

Saiba o que a diretoria da estatal falou sobre a remuneração aos acionistas depois de resultados mais fracos do que o projetado e se os dividendos extraordinários podem ser distribuídos agora

Carolina Gama
14 de maio de 2024
15:39 - atualizado às 18:47
Petrobras com fundo de dinheiro pegando fogo
Logo da Petrobras em montagem com dinheiro e fogo. - Imagem: Divulgação/Unsplash/Montagem: Fernanda Lopes

Até bem pouco tempo, a pergunta que o mercado se fazia era se a Petrobras (PETR4) iria distribuir os dividendos extraordinários retidos na reserva de remuneração. Depois de uma queda de braço com o governo, a estatal liberou metade desses proventos — o equivalente a R$ 22,7 bilhões — no mês passado. Agora, o que os investidores querem saber é quando haverá uma decisão sobre os 50% restantes. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Quem respondeu à pergunta do bilhão (de proventos) foi o diretor executivo financeiro, Sergio Caetano Leite — o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou da teleconferência que explicou os resultados da empresa no primeiro trimestre apenas por meio de um vídeo gravado. 

E Leite foi categórico: “Não há data para distribuir os 50% que ainda estão na reserva, portanto, isso pode acontecer no segundo trimestre, no terceiro trimestre, no quarto trimestre e até no começo do ano que vem”. 

O tema veio à tona mais uma vez depois que a estatal entregou resultados — e dividendos — abaixo do esperado no primeiro trimestre deste ano. As ações PETR4 fecharam em queda de 1,80%, sendo cotadas a R$ 40,87 na B3. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.

  • Gigantes estatais têm os bastidores revelados. Ex-líderes se reúnem e “abrem o jogo” sobre experiência na Petrobras, Eletrobras e Caixa. Descubra tudo ao vivo, participando do evento “Elas Revolucionaram as Estatais” no dia 28/05.  Retire seu ingresso gratuito aqui.

Petrobras (PETR4) e os dividendos extraordinários

Quando os acionistas da Petrobras aprovaram, no fim de abril, a distribuição da metade dos dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2023 — que estavam retidos desde março na reserva de remuneração da companhia — a estatal indicou que o restante seria analisado até dezembro deste ano. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“[A] eventual distribuição dos 50% remanescentes pela companhia, a título de dividendos intermediários, será avaliada pelo CA [Conselho de Administração] ao longo do exercício corrente”, disse a Petrobras na ocasião. 

Leia Também

Hoje, Leite reforçou a mensagem e explicou como a companhia encara o uso da reserva de remuneração. “Esperamos que a reserva funcione sempre que necessário e que for mais seguro para a Petrobras. A reserva foi criada há anos e pode ser usada quando temos muito caixa e pouco lucro ou vice-versa. A ideia é que a reserva possa ser usada em qualquer condição e a despeito de qualquer evento externo”, disse. 

O executivo ainda citou a polêmica com o governo sobre a retenção dos dividendos extraordinários — e defendeu a prática, que aconteceu no momento em que a questão fiscal está em xeque, mais uma vez. 

“Olhando retrospectivamente, o que aconteceu na Petrobras é que a governança funcionou bem. O conselho de administração recebeu as análises e indicou que precisava de mais elementos e de se aprofundar. Quando o CA se sentiu confortável com os esclarecimentos, colocou em votação na AGE e liberou os proventos”, disse Leite, acrescentando que a reserva foi criada para o pagamento de dividendos e não para investimentos. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Para Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, o discurso está em linha com o que a estatal já havia sinalizado na ocasião da liberação dos primeiros 50% da reserva.

“Espero a distribuição eventual do que foi retido, há espaço para isso. Mas temos uma discussão fiscal importante e que nunca é resolvida — ainda mais com a tragédia no Rio Grande de Sul, que pode demandar ajuda fiscal do governo federal e os dividendos da Petrobras podem acabar ajudando nisso”, disse o analista da Empiricus. 

Junto com os resultados do primeiro trimestre de 2024, a Petrobras informou que seu conselho de administração aprovou o pagamento de dividendos ordinários e juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 13,45 bilhões. 

O valor é 45,5% abaixo dos de R$ 24,7 bilhões distribuído no mesmo período do ano passado e é explicado não apenas pela performance mais fraca dos três primeiros meses de 2024, mas também à mudança na fórmula de cálculo dos dividendos — que caiu de 60% para 45% do fluxo de caixa livre, implementada em julho de 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dividendos à parte, e os resultados do 1T24?

Embora tenha começado com explicações sobre os dividendos extraordinários da Petrobras, a teleconferência de hoje foi marcada para detalhar a performance financeira da companhia nos primeiros três meses do ano — e para qual o mercado torceu o nariz, fazendo as ações PETR4 caírem mais de 3% no início do dia. 

Entre janeiro e março, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, o que representa uma queda de 37,9%% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a queda foi de 23,7%. As projeções da Bloomberg indicavam lucro líquido de R$ 30,458 bilhões para o período. 

A receita com vendas também caiu, ficando abaixo das estimativas, bem como o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que encolheu para R$ 60 bilhões no período. 

Muito desse desempenho está ligado à queda na produção e a um impacto cambial negativo de R$ 11 bilhões no lucro da estatal. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

DIVIDENDOS EXTRAORDINÁRIOS da Petrobras (PETR4) LIBERADOS: veja datas

Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o encolhimento da produção nos primeiros três meses do ano foi um movimento planejado, que não afeta a curva de produção prevista no Plano Estratégico para os próximos cinco anos.

"Nesse trimestre, em relação ao anterior, tivemos uma queda na produção de petróleo e gás já esperada porque programamos paradas de manutenção em plataformas. Foi um movimento planejado, que não impacta nossa curva de produção prevista no Plano Estratégico. São paradas de curto prazo. Mas aumentamos a produção em 12 meses em pouco mais de 3% e a trajetória é de crescimento na curva projetada para o período entre 2024 e 2028", afirmou Prates.

O mercado já esperava um resultado menor, justamente por conta da queda da produção, que já havia sido informada pelo Petrobras no relatório operacional. Então por que as ações da petroleira operam em queda hoje? 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo a XP Investimentos, a reação do mercado se deve, em boa parte, ao aumento inesperado dos custos da Petrobras em SG&A (despesas administrativas, de vendas e gerais), nos custos com paradas de manutenção e com provisões judiciais. 

“Houve uma queda da produção de 5,5% no primeiro trimestre ante igual etapa do ano passado devido a paradas de manutenção, o que levou a custos de extração mais elevados (+9,4% na comparação trimestral) e, consequentemente, a margens de E&P [produção e exploração] ligeiramente mais baixas”, diz a XP em relatório. 

O Safra explica ainda que o Ebitda abaixo do esperado reflete principalmente ruídos sobre a estatal e um Ebitda de Exploração e Produção mais baixo, por conta de custos mais elevados do que o antecipado, mais do que compensando a surpresa positiva no segmento de refino.

Vale a pena comprar Petrobras agora?

Depois dos resultados, os bancões atualizaram a avaliação da Petrobras. O Citi, por exemplo, reiterou recomendação neutra, com preço-alvo de US$ 15 por American Depositary Receipt (ADR) — o que representa um potencial de desvalorização de 12% ante o fechamento de segunda-feira (13).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

"Mantemos nossa visão mais conservadora sobre a tese, devido ao risco de alocação de capital, tendência de preços de petróleo mais fracos e menor rendimento de dividendos e fluxo de caixa livre para a empresa (FCF), apoiando nossa recomendação neutra", diz o Citi em relatório. 

O BTG Pactual, por sua vez, é comprador de Petrobras, com preço-alvo de US$ 19 para os ADRs — o que representa um potencial de valorização de 11,5% sobre o último fechamento. 

“No geral, já esperávamos que a reação inicial dos investidores aos principais resultados do 1T24  fosse marginalmente negativa, mas somos compradores na fraqueza”, diz o BTG em relatório. 

Segundo o banco, menos paradas para manutenção e adição de uma nova plataforma no segundo semestre deverão impulsionar a produção, gerando maior alavancagem operacional e levando o aumento de custos a uma espiral descendente. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • Você sabe ler os balanços trimestrais das empresas listadas na bolsa? Os analistas da Empiricus Research vão te ajudar a “decifrar” esses números, sem cobrar nada por isso. É só clicar aqui.

“Combinado com investimentos mais baixos e uma posição de caixa de aproximadamente US$ 18 bilhões — acima do ideal —, isso deverá apoiar pagamentos mais elevados — e potencialmente extraordinários — no futuro”, diz o BTG. 

O Santander também reiterou a recomendação neutra para Petrobras, com preço-alvo de US$ 18 por ADR — o que, considerando o fechamento do último pregão, implica em um potencial de valorização de 5%.

Para Ruy Hungria, da Empiricus, quem investe nas ações da Petrobras precisa colocar na conta a possibilidade de uma eventual interferência do governo. “Por isso, o investidor tem que se pautar nos dividendos e no valuation — e entender se esse valuation embute possíveis decepções pelo caminho.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
VAI VIAJAR?

Essa empresa aérea quer que você pague mais de R$ 100 para usar o banheiro do avião

1 de dezembro de 2025 - 9:16

Latam cria regras para uso do banheiro dianteiro – a princípio, apenas passageiros das 3 primeiras fileiras terão acesso ao toalete

RECURSOS SUSPENSOS

Ambipar (AMBP3): STJ suspende exigência de depósito milionário do Deutsche Bank 

30 de novembro de 2025 - 16:24

Corte superior aceitou substituir a transferência dos R$ 168 milhões por uma carta de fiança e congelou a ordem do TJ-RJ até a conclusão da arbitragem

RESGATE EM ANDAMENTO

Sinal verde: Conselho dos Correios dá aval a empréstimo de R$ 20 bilhões para reestruturar a estatal

30 de novembro de 2025 - 13:12

Com aprovação, a companhia avança para fechar o financiamento bilionário com cinco bancos privados, em operação que ainda depende do Tesouro e promete aliviar o caixa e destravar a reestruturação da empresa

RECUPERAÇÃO EM CURSO

Oi (OIBR3) consegue desbloqueio de R$ 517 milhões após decisão judicial 

29 de novembro de 2025 - 16:18

Medida permite à operadora acessar recursos bloqueados em conta vinculada à Anatel, enquanto ações voltam a oscilar na bolsa após suspensão da falência

BOLADA GARANTIDA

WEG (WEGE3) pagará R$ 1,9 bilhão em dividendos e JCP aos acionistas; veja datas e quem recebe

29 de novembro de 2025 - 11:17

Proventos refletem o desempenho resiliente da companhia, que registrou lucro em alta mesmo em cenário global incerto

SEM DISTRIBUIÇÃO EXTRA

O recado da Petrobras (PETR4) para os acionistas: “Provavelmente não teremos dividendos extraordinários entre 2026 e 2030”

28 de novembro de 2025 - 18:31

Segundo o diretor financeiro da companhia, Fernando Melgarejo, é preciso cumprir o pré-requisito de fluxo de caixa operacional robusto, capaz de deixar a dívida neutra, para a distribuição de proventos adicionais

COMPRAR OU VENDER

A ação do Assaí virou um risco? ASAI3 cai mais de 6% com a chegada dos irmãos Muffato; saiba o que fazer com o papel agora

28 de novembro de 2025 - 16:59

Na quinta-feira (27), companhia informou que fundos controlados pelos irmãos Muffato adquiriram uma posição acionária de 10,3%

E AGORA?

Anvisa manda recolher lotes de sabão líquido famoso por contaminação; veja quais são e o que fazer

28 de novembro de 2025 - 14:23

Medida da Anvisa vale para lotes específicos e inclui a suspensão de venda e uso; produto capilar de outra marca também é retirado do mercado

ATENÇÃO, INVESTIDOR

O “bom problema” de R$ 40 bilhões da Axia Energia (AXIA3) — e como isso pode chegar ao bolso dos acionistas

28 de novembro de 2025 - 14:15

A Axia Energia quer usar parte de seus R$ 39,9 bilhões em reservas e se preparar para a nova tributação de dividendos; entenda

DECEPCIONOU?

Petrobras (PETR3) cai na bolsa depois de divulgar novo plano para o futuro; o que abalou os investidores?

28 de novembro de 2025 - 12:36

Novo plano da Petrobras reduz capex para US$ 109 bi, eleva previsão de produção e projeta dividendos de até US$ 50 bi — mas ações caem com frustração do mercado sobre cortes no curto prazo

MUNDO INVERTIDO

Stranger Things vira máquina de consumo: o que o recorde de parcerias da Netflix no Brasil revela sobre marcas e comportamento do consumidor

28 de novembro de 2025 - 11:55

Stranger Things da Netflix parece um evento global que revela como marcas disputam a atenção do consumidor; entenda

PLANO ESTRATÉGICO 2026-2030

Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos

27 de novembro de 2025 - 22:21

A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira

13º REFORÇADO

Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber

27 de novembro de 2025 - 20:13

O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação

QUEM DÁ AS CARTAS AGORA?

Embraer (EMBJ3) pede truco: brasileira diz que pode rever investimentos nos EUA se Trump não zerar tarifas

27 de novembro de 2025 - 19:33

A companhia havia anunciado em outubro um investimento de R$ 376 milhões no Texas — montante que faz parte dos US$ 500 milhões previstos para os próximos cinco anos e revelados em setembro

GATILHOS DA ALTA

A Rede D’Or (RDOR3) pode mais: Itaú BBA projeta potencial de valorização de mais de 20% para as ações

27 de novembro de 2025 - 17:33

O preço-alvo passou de R$ 51 para R$ 58 ao final de 2026; saiba o que o banco vê no caminho da empresa do setor de saúde

O QUE PASSOU, PASSOU

Para virar a página e deixar escândalos para trás, Reag Investimentos muda de nome e de ticker na B3

27 de novembro de 2025 - 16:45

A reestruturação busca afastar a imagem da marca, que é considerada uma das maiores gestoras do país, das polêmicas recentes e dos holofotes do mercado

NO CENTRO DA CRISE DO MASTER

BRB ganha novo presidente: Banco Central aprova Nelson Souza para o cargo; ações chegam a subir mais de 7%

27 de novembro de 2025 - 15:43

O então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, foi afastado pela Justiça Federal em meio a investigações da Operação Compliance Zero

REBAIXADA

Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí

27 de novembro de 2025 - 11:35

A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa

O QUE ESPERAR AGORA?

Dividendos robustos e corte de custos: o futuro da Allos (ALOS3) na visão do BTG Pactual

26 de novembro de 2025 - 17:31

Em relatório, o banco destacou que a companhia tem adotado cautela ao considerar novos investimentos, na busca por manter a alavancagem sob controle

A MAIOR QUEDA DA B3

Mercado torce o nariz para Casas Bahia (BHIA3): ações derretem mais de 20% com aumento de capital e reperfilamento de dívidas

26 de novembro de 2025 - 16:15

Apesar da forte queda das ações – que aconteceu com os investidores de olho em uma diluição das posições –, os analistas consideraram os anúncios positivos

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar