Uma semana depois de anunciarem os planos de juntar os trapinhos, Enauta (ENAT3) e 3R Petroleum (RRRP3) oficializaram o casamento. As empresas anunciaram a assinatura de um memorando de entendimentos e acertaram alguns termos do acordo.
No documento, foram mantidas as condições da proposta feita pela Enauta. Isto significa que a 3R irá incorporar a Enauta e os acionistas da primeira empresa ficarão com 53% dos negócios, enquanto os investidores da segunda receberão 47% da nova companhia.
Mas, como em todo casamento, ainda existem algumas pendências passadas das empresas que precisam ser resolvidas. As equipes de ambas as empresas já começaram a fazer diligências e apresentar as operações para avançar com a fusão.
Além disso, no mesmo documento, as empresas afirmam que foi assinado um acordo com uma companhia que detém participação em uma subsidiária da 3R, chamada 3R Offshore.
Em outras palavras, a Maha, que tem 15% da 3R Offshore, receberá 2,17% da nova companhia após o fim da aquisição.
Por fim, a transação ainda precisa ser aprovada pelos acionistas da Enauta, da 3R e por outros reguladores, além do próprio Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Nessa transação, o Itaú e o BTG assessoram a 3R e a XP e o Citi, a Enauta.
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De crianças à adultos: Enauta, 3R e outras “junior oils”
Enauta e 3R fazem parte de um grupo chamado “junior oils” da bolsa — sobre as quais você pode ler mais aqui. Essas empresas novatas no ramo do petróleo aproveitaram a valorização da commodity em 2023 para crescer.
No ano passado, os preços do barril do Brent, utilizado como referência internacional, chegaram a tocar os US$ 95,50 com o acirramento das tensões globais. A principal commodity energética do planeta acumula alta de pouco mais de 17% desde o começo de 2024.
Vale lembrar ainda que antes do casamento com a Enauta, a 3R viveu um breve romance com a PetroReconcavo (RECV3), outra “junior oil” com quem a fusão foi suspensa.
O que esperar das fusões e aquisições em 2024?
O ritmo do mercado de fusões e aquisições diminuiu recentemente, com uma queda de 13% de 2022 para 2023, quando foram fechados 1.505 "casamentos" de empresas, segundo dados da KPMG. Agora, as perspectivas para 2024 melhoraram, com a expectativa de quedas nos juros e aceleração dos negócios.