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Mais água no chope: lucro da Ambev (ABEV3) cai no 1T24, pressionado novamente pelo “Efeito Milei” no balanço

Javier Milei, presidente da Argentina, e Jorge Paulo Lemann, da Ambev e Americanas

Javier Milei, presidente da Argentina, e Jorge Paulo Lemann, da Ambev e Americanas

Ao fechar as contas do primeiro trimestre, a Ambev (ABEV3) acabou tendo parte dos seus resultados afetados pela maxidesvalorização do peso argentino em mais um trimestre. 

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Assim, a empresa de bebidas registrou lucro líquido consolidado de R$ 3,804 bilhões entre janeiro e março de 2024, montante 0,04% menor do que o apurado um ano antes.

Vale lembrar também que no último trimestre de 2023, a cervejaria havia registrado lucro líquido ajustado de R$ 4,667 bilhões, uma queda de 11,9% em relação ao mesmo período de 2022.

Em comunicado enviado à CVM, a empresa afirma que a queda ocorreu "principalmente devido à menor dedutibilidade fiscal do JCP e das subvenções governamentais relativas aos impostos sobre vendas no Brasil”.

Além disso, o impacto nas contas também é creditado à “desvalorização cambial da Argentina, mais do que compensando a melhora do resultado financeiro líquido e o crescimento do Ebitda ajustado".

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Os volumes vendidos na América Latina ficaram 13% menores na comparação com o mesmo período do ano passado, com destaque para a demanda na Argentina: houve uma queda de 19% no mesmo intervalo de tempo.

“A inflação disparada no trimestre mais uma vez superou as variações cambiais no país”, avaliam os analistas do BTG Pactual.

Com isso, o lucro líquido ajustado — levando em conta os fatores acima — foi de R$ 3,817 bilhões, leve queda de 0,6% ante o mesmo período de 2023.

Pontos positivos do balanço da Ambev (ABEV3) 

Na ponta positiva, a cervejaria registrou um Ebitda (medida utilizada pelo mercado para avaliar a geração de caixa de uma empresa) ajustado de R$ 6,534 bilhões, alta de 1,4% ante o primeiro trimestre de 2023 e de 12,4% no conceito orgânico.

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Essa geração de caixa foi majoritariamente impulsionada pelos segmentos de América Central e Caribe (crescimento de 20,4%), Bebidas Não Alcoólicas Brasil (17,7%), Cerveja Brasil (13,6%) e América Latina Sul (8,3%). O destaque também vai para a queda de 0,7% das operações no Canadá.

Por fim, os analistas do BTG enxergam que a Ambev começou o ano “de maneira equilibrada em termos de qualidade e em linha com as expectativas”.

O sabor vai ficar amargo por mais tempo mesmo

Contudo, o banco ainda vê que a mudança de um modelo de negócios focado em crescimento para um de geração de valor se mostrou mais difícil do que o imaginado. 

“A ação vem se desvalorizando há anos, e as preocupações relacionadas ao cenário competitivo em um mercado cervejeiro cada vez mais maduro estão aumentando”, comentam.

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Os papéis ABEV3 caem 9,7% nos últimos 12 meses, acumulando recuo de 8,16% desde o começo de 2024 até o fechamento do último pregão. “Nossas preocupações com a receita (preços e concorrência) permanecem bem vivas”, dizem.

Assim, o BTG mantém recomendação neutra para as ações da Ambev, com um preço-alvo de R$ 15 — no fechamento da última terça-feira (7), as ações fecharam em alta de 1,20%, cotadas a R$ 12,60, o que representa um potencial de alta de quase 20%. 

Os papéis fecharam em queda de 3,41%, e estavam sendo negociados a R$ 12,17. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados aqui.

Resultados Ambev 1T24:

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