Recorde do bitcoin (BTC) mudou a dinâmica pré-halving; até onde os preços vão agora? Especialistas fazem previsão
Historicamente, as cotações do bitcoin sobem após o halving, mas a disparada “antes da hora” levou a uma revisão das projeções

A maior criptomoeda do planeta renovou suas máximas históricas duas vezes no mesmo dia e menos de uma semana depois de ter batido seu próprio recorde. Assim, o bitcoin (BTC) segue rondando o patamar de US$ 72 mil e enchendo os bolsos dos investidores.
Porém, essa alta recente pegou até mesmo os mais otimistas de surpresa.
Explico: em 2024 acontecerá o halving do bitcoin, quando a recompensa pela mineração da criptomoeda cai pela metade. Em anos que ele acontece, o preço do BTC tende a ter uma forte valorização.
Mas essa alta historicamente sempre aconteceu após o halving. Neste ano, a disparada do bitcoin aconteceu a pouco mais de um mês do evento, que está marcado para algo próximo do dia 16 de abril, segundo o Coin Market Cap.
Essa mudança levantou uma série de dúvidas sobre a dinâmica do BTC. Afinal, os analistas esperavam que a aprovação dos primeiros ETFs de bitcoin à vista (spot) influenciassem positivamente os preços — mas não com uma valorização tão expressiva.
- UPSIDE DE ATÉ 100x: Economista brasileiro encontra criptomoeda desconhecida ligada à Inteligência Artificial. Clique aqui pra saber mais sobre o ativo com potencial de até 100x.
E foi o que aconteceu: segundo a CoinShares, houve um recorde na entrada de recursos em ativos relacionados a criptomoedas na semana encerrada na última sexta-feira (8).
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Foram US$ 2,7 bilhões investidos em produtos do tipo, elevando o montante total no ano de 2024 para US$ 10,3 bilhões — muito próximo ao ano recorde de 2021, quando o número chegou a US$ 10,6 bilhões.
Na avaliação de analistas, isso significa que a alta está mais bem sustentada do que aquela que aconteceu durante o bull market de 2021, quando o BTC atingiu o então recorde de US$ 69.170,63. Mas o futuro também é mais incerto.
Agora que o histórico do BTC não pode mais ser usado como referência, o que podemos esperar do preço do bitcoin? O halving ainda pode influenciar as cotações da criptomoeda? Eu conversei com analistas e trago a perspectiva a seguir
Bitcoin (BTC) ainda vai disparar?
Para o chefe de análise do Mercado Bitcoin (MB), André Franco, o halving já não era um evento que teria um efeito imediato nas cotações. “A aprovação do ETF se tornou o evento chave do ano”, diz.
A opinião dele não é única. “O próximo halving é inócuo”, disse André Portilho, chefe de Digital Assets do BTG Pactual. “O efeito estatístico de diminuição de oferta do halving é muito pequeno e marginal se comparado com o tamanho do mercado hoje”, disse.
Portilho explica que o número de tokens em circulação cresceu muito desde a criação do bitcoin. Das 21 milhões de unidades de BTC existentes, mais de 19 milhões (cerca de 90%) já foram emitidas.
Além disso, o bitcoin enquanto ativo mudou sua dinâmica nos últimos anos, saindo de um produto do submundo da internet para ser observado por investidores institucionais — consequentemente, estando suscetível às dinâmicas dos mercados tradicionais.
- VEJA TAMBÉM: A Dinheirista responde — Como mudar o valor da pensão alimentícia:
E os preços?
Analistas como Portilho acreditam que estimar o preço do bitcoin é uma especulação muito grande. No lugar disso, ele prefere afirmar que investir em BTC é positivo porque os fundamentos da criptomoeda são bons — e que as cotações pouco importam enquanto eles se mantiverem assim.
Vale lembrar que o mercado de criptomoedas é altamente volátil, o que torna a projeção de preços um trabalho tão arriscado quanto investir em ativos digitais.
Já Franco, do MB, é do time que faz projeções de preço para a maior criptomoeda do mundo. Para ele, o BTC pode atingir facilmente os US$ 100 mil ainda em 2024 — e também, ele não estranharia se as cotações atingissem os US$ 150 mil.
“Ainda temos que avaliar a demanda dos investidores após o halving agora que o ETF mudou a dinâmica do mercado como um todo”, conclui.
Nem tudo são flores: o que pode estragar a festa do bitcoin
Como já foi dito, as criptomoedas são especialmente voláteis e adquiriram uma dinâmica própria ao longo dos últimos anos, o que torna a previsão de preços e cotações imprevisível.
Por isso, analistas recomendam não alocar uma parcela muito maior do que 5% do seu portfólio em cripto.
Além disso, existem alguns fatores que podem pressionar os preços no curto prazo, mas os principais envolvem as dinâmicas macroeconômicas dos Estados Unidos, em especial o futuro dos juros por lá. Isso porque um afrouxamento do aperto monetário poderia impulsionar ainda mais as criptomoedas.
Contudo, as projeções do CME Group apontam que os cortes só devem começar em junho deste ano — e o Federal Reserve (o Banco Central dos EUA) já deu sinais de que pode atrasar ainda mais a redução nas taxas.
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Agenda econômica: Balanços, PIB, inflação e emprego estão no radar em semana cheia no Brasil e no exterior
Semana traz IGP-M, payroll, PIB norte-americano e Zona do Euro, além dos últimos balanços antes das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos de maio
Agenda intensa: semana tem balanços de gigantes, indicadores quentes e feriado
Agenda da semana tem Gerdau, Santander e outras gigantes abrindo temporada de balanços e dados do IGP-M no Brasil e do PIB nos EUA
Pouco ou muito otimista? Ark Invest projeta bitcoin em US$ 2,4 milhões em 2030
Gestora de criptoativos projeta alta média anual de 72% do bitcoin nos próximos cinco anos.
Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA
China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.