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BRASIL EM LUTO

De soldado do Exército a único tetracampeão mundial de futebol; veja os números da carreira de Zagallo 

Ex-jogador e ex-técnico de futebol colecionou títulos inéditos no futebol brasileiro; lenda do esporte morre aos 92 anos

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6 de janeiro de 2024
15:42
Zagallo, o 'Velho Lobo'
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF/Ministério do Esporte

O futebol e o Brasil estão de luto mais uma vez. Depois de um ano e uma semana da morte do Rei Pelé, hoje o dia é de despedida do “Velho Lobo”, o Zagallo

A lenda Mário Jorge Lobo Zagallo se despediu do campo da vida nesta sexta-feira (5), no Rio de Janeiro, aos 92 anos, por falência múltipla de órgãos. O ex-jogador e o único tetracampeão mundial estava internado há 22 dias. 

Um dos maiores ícones do futebol brasileiro, Zagallo conquistou feitos históricos e títulos inéditos com a “amarelinha”. 

Ao todo, foram 36 jogos como jogador, 131 como treinador do Brasil e 96 partidas como coordenador da Seleção Brasileira. Zagallo conquistou 17 títulos em toda a carreira e também foi o técnico que mais comandou a seleção brasileira na história. 

Ele foi a única pessoa a estar presente em quatro títulos de Copa do Mundo. Como jogador, Zagallo conquistou a taça de ouro em 1958 e em 1962. Como técnico da Seleção Brasileira, levantou o prêmio em 1970 e por último, em 1994, como coordenador técnico. 

O Velho Lobo também participou dos títulos da Copa América em 1997 e 2004 e da Copa das Confederações em 1997 e 2005. 

Zagallo será velado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) neste domingo (7), a partir das 9h30 (horário de Brasília). O sepultamento também será no Rio de Janeiro. 

“Vão ter que me engolir” 

Uma das frases mais célebres de Zagallo foi dita em 1997, quando a Seleção Brasileira venceu a Copa América em 1997. E é por ela que muitos brasileiros se recordam do ex-treinador. 

A paixão pelo futebol sempre pulsou nas veias. Nascido no estado de Alagoas, ficou na terra natal por pouco tempo. Aos oito meses de idade, a família de Zagallo se mudou para o Rio de Janeiro. 

Sua história com a bola e os estádios começou com outro uniforme: aos 18 anos, Zagallo foi convocado para servir o Exército e fez a segurança das arquibancadas do Maracanã na final da Copa do Mundo de 1950 — com o Brasil derrotado pelo Uruguai. Ou seja, uma das testemunhas do Maracanazzo. 

Após da derrota, Zagallo entrou em campo: agora, como jogador de futebol, pelo Flamengo entre 1953 e 1955. Três anos depois, com a “amarelinha” conquistou o título, até inédito, de Copa do Mundo, em 1958 — na partida, ele fez um dos cinco gols contra a Suécia. 

Jogou também no Botafogo e em 1964 se aposentou. Mas, não conseguiu ficar fora dos campos de futebol, assumindo o comando da Seleção Brasileira — na equipe, um dos mais brilhantes jogadores da história, o Rei Pelé

Zagallo participou do tetracampeonato da Copa do Mundo como coordenador técnico em 1994 e por pouco não conquistou o penta em 1998 — quando a seleção foi derrotada na final pela França, de Zidane. 

O vice-campeonato mundial na França, em 1998, deu fim à segunda passagem de Zagallo no comando da seleção brasileira.

Depois da atuação na seleção, o ‘Velho Lobo’ também foi treinador do Flamengo, Vasco, Fluminense, Bangu e outros times de Kwait, Emirados Árabes e Arábia Saudita. 

Em 2002, Zagallo reeditou a parceria com Parreira, novamente como coordenador técnico. A dupla levantou as taças das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005.

O adeus nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi também o último trabalho do Velho Lobo, aos 75 anos.

 

 
 
 
 
 
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O amor pelo ‘13’ 

Lenda do futebol, Zagallo tinha um amuleto, ou melhor, número da sorte: o 13. Era comum ouvi-lo brincar com o número sempre que tinha oportunidade. 

Segundo ele, a paixão pelo 13 tinha uma explicação: é a data do dia de Santo Antônio, comemorado em 13 de julho, santo do qual sua esposa Alcina era devota. A companheira também fazia aniversário no dia 13 e o número ao contrário, ‘31’, data de nascimento de Zagallo. 

Uma das frases sempre lembradas ditas por ele é “Brasil campeão tem 13 letras”, que virou jargão após o Brasil vencer a Argentina nos pênaltis na final da Copa América de 2004. 

Como homenagem nas redes sociais, inúmeros fãs e admiradores de Zagallo “brincaram” com o número ‘da sorte’ com frases como: ‘Descanse em paz tem 13 letras’ e ‘Zagallo eterno tem 13 letras’. 

Não à toa que 'Zagallo craque" tem 13 letras.

Repercussão da morte e Zagallo

Com o falecimento de Zagallo, o governo decretou luto oficial de três dias. A morte do ex-jogador e ex-treinador repercute mundo afora. 

Na rede social X (antigo Twitter), o presidente Lula lamentou a morte. O Flamengo, time que Zagallo também comandou, também usou a rede para prestar sua homenagem. 

A Fifa também lembrou que Zagallo é a única pessoa do mundo a conquistar quatro títulos da Copa do Mundo. 

 A Confederação Brasileira de Futebol decretou também luto de sete dias em homenagem à memória do seu eterno campeão. Em nota, o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues lamentou a morte da "lenda": 

A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo.  A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol.

*Com informações de Agência Brasil e agências

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