Depois de registrarem a melhor performance entre os fundos imobiliários no primeiro semestre, os FIIs que investem em ativos financeiros — também conhecidos como FIIs de papel — são uma das apostas do setor para os próximos meses.
“Fundos indexados à inflação são ótimas opções para composição de um portfólio robusto e diversificado, assim como aqueles que são indexados ao CDI, que devem continuar distribuindo proventos altos”, diz um relatório do Itaú BBA publicado nesta segunda-feira (22).
O banco de investimentos analisou as perspectivas para diversos nomes do segmento de acordo com o contexto do mercado, a qualidade do portfólio, histórico e experiência da gestão e recomenda compra para oito deles — veja aqui quais são.
Os fundos imobiliários que você deveria vender, segundo o Itaú BBA
Por outro lado, a indicação para três dos FIIs avaliados é de venda. E o trio tem algo em comum: a exposição à Gramado Parks, grupo de turismo, hotelaria e multipropriedades que entrou em recuperação judicial no ano passado e impactou o portfólio de diversos fundos da B3 — relembre o caso.
O primeiro deles é o Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), cujo principal ponto de alerta é o fato de que apenas cerca de 37% da carteira de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) está em dia. Outros 56,9% estão em carência de juros e 5,7% inadimplentes.
“O risco de crédito dos devedores é alto e a execução de garantias pode ser trabalhosa”, diz o relatório.
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Outro FII cuja recomendação do banco de investimentos também é de venda é o Hectare CE (HCTR11). De acordo com os analistas, apenas 18% do patrimônio líquido está com os pagamentos em dia, enquanto 75% está em carência de juros e 7% inadimplente.
“Algumas taxas de remuneração são bem altas, o que aumenta o risco de pré-pagamento — caso o fundo sofra com isso, a gestão pode ter dificuldade em alocar o dinheiro nas mesmas condições”, afirma o relatório.
Por fim, a terceira recomendação de venda é a do Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11). O Itaú BBA reconhece que a carteira é “bastante diversificada”, tanto pela quantidade de CRIs quanto pela exposição a cotas de outros FIIs.
Porém destaca que o portfólio de fundos possui nomes mais arriscados e algumas posições ilíquidas, o que pode gerar problemas caso o IRDM11 resolva desmontá-las.
Outro ponto negativo são as garantias em localidades “pouco óbvias”, o que também pode dificultar a execução caso seja necessário.