Site icon Seu Dinheiro

Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e outras cinco grandes construtoras da B3 já divulgaram as prévias do 2T23; quem foi melhor e quais ações comprar, segundo analistas

Montagem com prédios e outros imóveis em construção e guindastes | Fundos imobiliários, incorporadoras, construtoras, ações, MRV

A temporada de balanços brasileira só deve esquentar a partir da semana que vem para a maioria das ações da bolsa  — confira aqui o calendário de resultados. Mas, no caso dos papéis de construtoras e incorporadoras da B3, a temperatura já está elevada em meio à divulgação das prévias operacionais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao longo da semana passada, alguns dos principais nomes da construção como Cyrela (CYRE3), Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), Even (EVEN3), MRV (MRVE3), Moura Dubeux (MDNE3) e Tenda (TEND3) publicaram dados de lançamentos, vendas e geração de caixa do segundo trimestre. 

Os números movimentaram as cotações das ações e também os analistas do setor. Os especialistas de bancos de investimentos liberaram uma série de relatórios avaliando os resultados operacionais e as recomendações para os papéis das companhias.

Direcional (DIRR3) agrada e promete bons resultados em 2024 

Direcional, Cyrela, Even e Tenda, por exemplo, publicaram os resultados no mesmo dia: todas escolheram a última quinta-feira (11) para colocar os números no ar. Por isso, o Itaú BBA também optou por analisar as quatro prévias “em uma tacada só”.

Na opinião do banco, expressa em um relatório divulgado na sexta-feira (12) pela equipe de real estate, a Direcional apresentou um dos melhores resultados entre o quarteto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A companhia reportou a maior cifra de vendas líquidas trimestrais de sua história: R$ 1,6 bilhão, alta de 68% ante o segundo trimestre de 2023. A soma também é 24% superior ao recorde anterior, registrado entre janeiro e março deste ano.

De acordo com os analistas, o desempenho reitera a visão positiva para a companhia e reforça a confiança do banco na performance do restante do ano.

A Direcional também é uma queridinha de longa data do BTG Pactual, que acredita que a construtora está “no caminho certo” para entregar resultados sólidos no futuro.

“Combinados com um valuation atrativo e dividendos generosos, [as perspectivas] nos fazem manter nossa recomendação de compra”, cita o banco. O preço-alvo é de R$ 27 por papel DIRR3.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Recomendação para as ações da Tenda (TEND3) não é unanimidade 

A Tenda também reportou, na visão do Itaú BBA, resultados fortes, mas o banco optou por manter a recomendação neutra para as ações TEND3.

Já o BTG Pactual apontou que a velocidade de vendas da companhia foi um destaque. O indicador, que é uma métrica importante para o setor imobiliário pois indica o ritmo de absorção dos empreendimentos, atingiu 35,8% no consolidado do trimestre.

O banco de investimentos relembra ainda que a companhia já alcançou 56% da faixa superior do guidance para 2024 ainda no primeiro semestre e recomenda compra para as ações.

“Continuamos confiantes de que a Tenda recuperará a lucratividade e, como o valuation é muito atraente, ela continua sendo nossa principal escolha entre as construtoras de baixa renda”, afirmam os analistas do BTG. O preço-alvo é de R$ 18 por papel.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Cyrela (CYRE3): enchentes no RS afetam lançamentos e ações reagem em queda

Ainda considerando o quarteto, a Cyrela, que reportou um recuo nas vendas e lançamentos no segundo trimestre, foi quem viu as ações reagirem mais negativamente ao resultado. Os papéis CYRE3 tiveram a segunda maior queda do Ibovespa no último pregão da semana passada.

A companhia registrou um Valor Geral de Vendas (VGV) lançado de R$ 1,4 bilhão, um recuo de 58% ante o VGV do mesmo período do ano passado. 

De acordo com o Goldman Sachs, o indicador foi afetado pelas enchentes no Rio Grande do Sul entre abril e maio. As inundações, consideradas a maior catástrofe climática da história do estado, levaram a companhia a adiar os lançamentos por lá.

A menor oferta de produtos novos teve como consequência vendas 5% menores do que no segundo trimestre de 2023, com R$ 2,3 bilhões contratados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Embora possa haver alguma fraqueza nas ações, continuamos positivos em relação à Cyrela dada a capacidade da empresa de impulsionar o crescimento das vendas devido ao seu forte posicionamento no segmento de média e alta renda”, disse o Goldman Sachs, que manteve a recomendação de compra para o papel e preço-alvo de R$ 31.

O Santander também indica que as ações CYRE3 são uma boa opção para a carteira, principalmente considerando que a virada na curva de juros brasileira levou o ativo a cair nos últimos meses.

“Vemos a fraqueza recente como uma oportunidade de compra, pois continuamos a acreditar na forte execução da empresa e no diferencial da sua força de vendas”, afirmam os analistas do banco, que estabeleceram um preço-alvo de R$ 33 para os papéis.

Even (EVEN3): resultados sólidos, recomendações para as ações divergem

Finalizando as avaliações do quarteto que divulgou as prévias em bloco na quinta-feira (11), a Even apresentou resultados sólidos, segundo o Santander. Os lançamentos alcançaram R$ 1,1 bilhão no trimestre, acima dos R$ 887 milhões reportados no 2T23.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As vendas, por outro lado, ficaram em R$ 486 milhões, abaixo dos R$ 541 milhões da mesma base de comparação, mas com crescimento de 63% nas comercializações de estoque.

O banco manteve a recomendação de compra para os papéis e o preço-alvo de R$ 9,50 com base em três fatores:

O Itaú BBA, por outro lado, considerou os números neutros. De acordo com os analistas do banco, não houve “grandes surpresas”, já que o lançamento do empreendimento Faena, o grande projeto do trimestre, já era amplamente previsto. Assim, o banco manteve a recomendação neutra para o papel EVEN3.

Situação do caixa da MRV (MRVE3) ainda preocupa

Entre as companhias que publicaram os resultados mais perto do início da semana, um dos destaques é a MRV. BTG Pactual, Santander e Itaú BBA analisaram os números da construtora e a conclusão foi unânime: vendas líquidas recordes e lançamentos foram fortes, mas a geração de caixa ainda preocupa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A divisão brasileira da companhia gerou R$ 9 milhões no período, abaixo dos R$ 25 milhões reportados no trimestre imediatamente anterior. Além disso, o número foi impulsionado pela venda de recebíveis, prática recorrente na operação.

Por outro lado, o braço de incorporação nos Estados Unidos, a Resia, voltou a apresentar uma forte queima de R$ 370 milhões. Não foram vendidos projetos no trimestre, mas a MRV espera ter boas notícias nesse sentido nos próximos meses, o que pode ajudar a evitar novas baixas no caixa.

Vale relembrar que, quando anunciou projeções para este ano, em março, a MRV afirmou que a Resia tem uma regra de ouro: não queimar caixa em 2024.

“Não irá capital da MRV Brasil para a Resia e a expectativa é gerar caixa neste ano. Essa companhia terá muito valor para capturar quando começar a queda de juros dos EUA”, afirmou, na ocasião, Rafael Menin, copresidente do grupo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas, mesmo com a companhia ainda longe de atingir a meta estabelecida pela matriz, os três bancos de investimento seguem recomendando compra para a MRV.

O BTG estabeleceu um preço-alvo de R$ 17 para as ações, enquanto Santander e Itaú BBA são mais conservadores, com projeções de R$ 14 e R$ 10, respectivamente.

Cury (CURY3) registra mais um trimestre de recordes

Já a Cury reportou mais um trimestre de indicadores operacionais recordes. O VGV lançado ultrapassou R$ 1,7 bilhão, mesmo volume registrado em vendas líquidas no segundo trimestre.

No caso das vendas, a cifra representa alta de 46,5% ante o mesmo período do ano passado e o maior valor já registrado nos 61 anos de história da companhia. A velocidade de vendas (VSO) líquida também bateu recorde e avançou 50,5%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O BTG Pactual destacou que os resultados foram positivos em todas as frentes. Por isso, apesar de não enxergar mais o valuation da empresa como “uma barganha”, manteve a recomendação de compra para CURY3, com preço-alvo de R$ 21.

Já o Santander ainda considera os múltiplos descontados e também recomenda compra, com preço-alvo de R$ 27. “Acreditamos que os fortes números apresentados pela empresa deverão, em algum momento, traduzirem-se em revisões de lucros mais positivas e sustentar o sólido desempenho de suas ações”.

Vale relembrar ainda que Ronaldo Cury, diretor de Relações com Investidores da construtora, conversou com Seu Dinheiro. O executivo falou sobre o desempenho operacional da construtora, a performance das ações e o que esperar da Cury daqui para a frente. Confira aqui os principais destaques da entrevista.

PRÉVIA OPERACIONAL: DIRECIONAL (DIRR3) E CYRELA (CYRE3) SÃO DESTAQUES DO 2T24

Moura Dubeux (MDNE3) tem a melhor prévia operacional da história

Por fim, a Moura Dubeux abriu a divulgação dos números operacionais com chave de ouro na semana passada. A construtora líder de mercado no Nordeste publicou a melhor prévia operacional de sua história.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os lançamentos saltaram 83,8% ante o primeiro trimestre do ano e alcançaram os R$ 637 milhões. Já as vendas líquidas cresceram 32,1% na mesma base de comparação e se aproximaram dos R$ 500 milhões.

Para o Santander, no entanto, a grande surpresa positiva da prévia foi outra: a reversão da queima de caixa de quase R$ 70 milhões no primeiro trimestre do ano em uma geração de R$ 18,7 milhões entre abril e junho.

“Como consequência, estimamos que a empresa deva encerrar o trimestre com um balanço sólido”, diz o banco. O Santander manteve a recomendação de compra para os papéis MDNE3 e o preço-alvo de R$ 18.

O Seu Dinheiro também conversou com o CEO da companhia, Diego Villar, a respeito do desempenho do segundo trimestre, o que esperar do balanço. O executivo revelou que a previsão para a primeira distribuição de dividendos da Moura Dubeux será antecipada — confira os detalhes aqui.

Exit mobile version