O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, enfrenta dezenas de acusações, entre elas, suborno e posse de documentos federais sigilosos, mas é a mais recente delas que deve levá-lo em breve aos tribunais: a alteração dos resultados eleitorais na Georgia.
Nesta quarta-feira (16), a promotora distrital do condado de Fulton, Fani Willis, propôs a uma data de julgamento de Trump pela tentativa de anular o pleito do estado em 2020: 4 de março de 2024.
Willis também sugeriu que Trump e os outros 18 réus no caso de interferência eleitoral em nível estadual deveriam ser indiciados durante a semana de 5 de setembro.
A promotora já havia dado aos réus até o meio-dia do dia 25 de agosto para se entregarem voluntariamente às autoridades da Geórgia.
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Trump vai aparecer?
As chances de que Trump desafie o cronograma sugerido por Willis são grandes. Nos outros casos criminais ativos, os advogados do ex-presidente defenderam o adiamento dos julgamentos para depois da eleição presidencial de 2024, que deve ocorrer em novembro. Mas não tiveram sucesso até agora.
Trump vai ser julgado criminalmente em Nova York por falsificação de registros comerciais relacionados a pagamentos de suborno em 25 de março do ano que vem.
Um juiz federal na Flórida, por sua vez, marcou para 20 de maio o julgamento do caso dos registros de informações confidenciais que ficaram em posse de Trump depois que ele deixou a Casa Branca.
Em um caso separado relacionado a crimes eleitorais, Trump deve ir a julgamento em 2 de janeiro de 2024 — data que cairia antes das primeiras disputas de indicação partidária em Iowa.
Raiva
Trump reagiu com raiva a esses cronogramas, alegando que está sendo alvo de falsas acusações como parte de uma conspiração para minar sua campanha para a indicação presidencial republicana.
A alegação de Trump de que ele é vítima de "interferência eleitoral" — exatamente o que ele é acusado em dois casos criminais separados — apareceu com destaque em suas recentes mensagens de campanha.
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A principais acusações contra Trump
- Eleições na Georgia: a Justiça da Geórgia indiciou Trump e outras 18 pessoas em 14 de agosto por tentativa de alterar o resultado das eleições de 2020. O republicano enfrenta um total de 13 acusações por tentativa de fraude eleitoral neste estado, em que Joe Biden venceu por uma margem estreita.
- Invasão do Capitólio: Trump é acusado de minar os alicerces da democracia norte-americana ao tentar adulterar a contagem de votos nas eleições presidenciais. Ele também é acusado de conspiração contra o Estado para obstruir um procedimento oficial — a sessão conjunta do Congresso no dia 6 de janeiro de 2021 para certificar de Joe Biden.
- Arquivos secretos: Ao deixar a Casa Branca, Trump levou com ele caixas cheias de documentos, apesar de uma lei de 1978 exigir que todos os presidentes dos EUA enviem e-mails, cartas e outros documentos de trabalho para os arquivos nacionais.
- O caso Stormy Daniels: Trump foi indiciado por orquestrar pagamentos para silenciar três pessoas, cujas revelações poderiam prejudicá-lo na corrida presidencial de 2016, que o republicano acabou vencendo. Entre elas está a atriz pornô Stormy Daniels, que teria recebido US$ 130.000 para manter sigilo sobre um suposto caso extraconjugal em 2006. Os pagamentos não são ilegais, mas Trump registrou-os como honorários jurídicos.
- Condenações em Nova York: Trump, seus filhos e a Trump Organization são acusados de terem manipulado deliberadamente o valor dos ativos do grupo — que incluem clubes de golfe, hotéis de luxo e outras propriedades — para obter empréstimos bancários mais vantajosos, ou para reduzir impostos. Trump também foi condenado em maio por um tribunal civil de Nova York a pagar US$ 5 milhões e em danos a uma jornalista após ser considerado culpado de agressão sexual ocorrida em 1996.
*Com informações da CNBC e da AFP