UBS BB apaga a luz para essa ação do setor de energia — a recomendação agora é de venda e o preço-alvo ficou menor
Com a mudança, o banco suíço vê uma desvalorização de quase 4% para os papéis dessa companhia que, no mês, acumulam ganho de 14,5%
São Paulo e a região metropolitana ficaram no escuro no início do mês — uma tempestade com ventos de mais de 100 km/h derrubou árvores, comprometendo a rede de energia. No caso dessa ação, não foi necessário um vendaval para que o UBS BB apagasse a luz das recomendações.
O banco suíço rebaixou a indicação da Isa Cteep (TRPL4) de neutra para venda e cortou o preço-alvo de R$ 28 para R$ 23,50 — o que representa uma desvalorização de 3,8% em relação ao fechamento de terça-feira (29).
Segundo o UBS BB, o motivo para a mudança é que a ação está pouco atrativa no patamar atual de valuation. E o banco lista dois fatores principais para essa pressão de baixa no caminho da companhia de transmissão de energia:
- Maior agressividade observada nos leilões recentes, juntamente com a possibilidade de uma revisão negativa da RBSE (Rede Básica Existente — uma indenização às transmissoras devido à renovação antecipada dos contratos em 2012);
- Esforços da Eletrobras (ELET3) para vender as ações da Cteep.
“Essa situação desafiadora é ainda agravada pela atual posição de negociação da empresa, que consideramos muito pouco atrativa", diz o UBS BB em relatório.
A Cteep negocia a uma taxa interna de rentabilidade (TIR) de 6,4% — inferior à média de cobertura do banco suíço, de 10,4%.
Por volta de 12h40, as ações TRPL4 operavam em queda de 0,57%, cotadas a R$ 24,27. No mês, os papéis acumulam alta de 14,5% e, no ano, de 5,6%.
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Energia x volatilidade
Sobre a incorporação dos três lotes que a Cteep arrematou no último leilão de transmissão de energia, o UBS BB destaca que embora isso perpetue as receitas da companhia, a empresa fez lances agressivos com uma TIR menor do que o custo de capital — o que levou à redução do preço-alvo das ações.
O banco suíço diz que os investidores devem esperar volatilidade no nome, uma vez que a Eletrobras já declarou anteriormente sua intenção de alienar a participação na empresa.
"Embora nosso cenário base considere a indenização total a receber, esperamos que o preço das ações da Cteep seja volátil até que uma decisão seja tomada”, diz o UBS BB em relatório.
Uma decisão pior do que a esperada em relação à indenização a receber da RBSE, na qual a Aneel poderia alterar o Custo Médio Ponderado de Capital (WACC) que remunera as transações, representaria um risco adicional de queda, segundo o banco.
Se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) usar a nota técnica 85 como referência, o UBS BB calcula que implicaria em um impacto negativo no valor patrimonial da Cteep de R$ 792 milhões, ou R$ 2 por ação.
“Embora nosso cenário base considere a indenização integral a receber, a Cteep provavelmente sofrerá volatilidade até que uma decisão seja tomada”, diz o banco.
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